27 de fevereiro de 2010

Aniversário do Exército do povo!

Da coordenação

Há exatos 102 anos era fundado a maior máquina de guerra que a humanidade já produziu, o exército do povo ou Exército Vermelho. Fundado durante os primeiros meses da guerra civil, pelo dirigente Bolchevique León Trotsky, o Exército vermelho combateu pela defesa do poder soviético recém constituído no leste europeu após a derrubada do governo provisório na Rússia.

A história do Exército Vermelho se confunde com a própria dicotomia, ou composto binário, segundo a definição de E.B.Hobsbawm, entre socialismo e capitalismo vivenciado no período da guerra fria. O EV, foi constituído inicialmente por camponeses pobres e operários comunistas, além dos diversos soldados e oficiais que aderiram a revolução, após a clamorosa derrota russa na primeira grande guerra.

Durante diversos episódios da revolução, foi justamente o protagonismo abnegado desses soldados que fez o poder dos soviets triunfar. O desinteresse por coisas mesquinhas, a vontade de um país melhor, a luta contra uma guerra que jamais lhe disse algum respeito (a primeira guerra), a vontade de fazer triunfar a vontade do povo são os elementos fundamentais e morais que fizeram deste exército a maior máquina de guerra que a humanidade já testemunhou.

A direção de Leon Trotsky, mesmo que com pouca experiência em ações militares, foi determinante para o sucesso deste exército. Combinando a sua astúcia política com uma oratória invejável, capaz de incendiar o mais gélido coração em pleno inverno russo, Trotsky liderou vitória após vitória dos vermelhos até o fim da ocupação militar de 14 potências estrangeiras em território soviético.

Anos após o fim da guerra civil russa, já na oposição de esquerda, Trotsky combateu para que o EV estivesse na trincheira da revolução internacional. Na sua famosa obra “Revolução e contra-revolução” ele afirma: “A Alemanha não é somente a Alemanha. É o coração da Europa. Hitler não é apenas Hitler é o candidato ao papel de super Wangel*. Mas o Exército Vermelho não é somente o Exército Vermelho. É o instrumento de libertação do proletariado mundial.” (Revolução e contra-revolução, 26 de Novembro de 1931). A não intervenção soviética culminou com a ascensão dos nazistas na Alemanha no início da década de 30, e com a destruição da vanguarda revolucionária alemã, além empurrar o mundo a beira de um colapso, que foi a segunda grande guerra.

A história não pode ser apagada, e justamente o protaganismo do proletariado mundial nos séculos subseqüentes juntamente a formulação da teoria do socialismo científico por Marx e Engels, deve ser lembrado e ensinado para as futuras gerações como sendo uma grande lição sobre a tarefa história da classe revolucionária.

Viva o exército do povo, viva o EV!


*( Militar Contra revolucionário russo no período da guerra civil)

26 de fevereiro de 2010

...“Mais cedo ou mais tarde o tirano vem ao chão, e os lindos campos da Inglaterra, só os bichos pisarão”...

Por Diego Rabelo*

A abertura dos arquivos da ditadura militar ferve na parte sul do nosso continente chamado América. Mesmo os que não sofreram torturas físicas dos regimes fascistóides patrocinados pelo tio Sam, sentem de alguma forma, direta ou indireta, as cicatrizes por elas deixadas. Décadas se passaram e é hora do acerto de contas, não apenas com as famílias das vítimas que desapareceram, dos que foram assassinados, torturados, molestados e dilacerados, mas também com a História. Eles realmente acreditavam que poderiam se esconder eternamente?

O governo brasileiro esta prestes a montar a “Comissão da verdade” que irá estudar a fundo os secretos arquivos da ditadura militar no Brasil, Arquivos esses que podem ter sido incinerados (ou pelo menos boa parte) como se verificou em na base da aeronáutica de Salvador. O que se pretende, é que, com a leitura desse material os verdadeiros responsáveis por crimes cometidos pela ditadura sejam julgados e condenados pela justiça brasileira tendo em vista que esse tipo de crime é imprescritível.

Em debate em uma rede de canal fechado o representante militar, General da Reserva, professor emérito e ex-comandante da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rocha Paiva; insistiu de forma veemente sobre o conteúdo do golpe de 64. Para ele, o que houve não foi um golpe e essa tal comissão da verdade tem um viés revanchista desses malfadados comunistas, matadores de criancinha que querem tomar as casas, as lanchas, os carrões alheios e bla bla bla. O que eu posso falar é uma única frase, como diria um vocalista de uma banda de rock... um meio parecido com o Wolverine: “ Você vai ter que se explicar!”

O cinismo das elites brasileiras e principalmente dessa imprensa tradicional, golpista, vassala, vil e antiquada, é tamanho que costuma-se sugerir que seres ardilosos como o senhor Boris Casói é um profissional sério. É essa mesma imprensa que constrói uma campanha vergonhosa contra a abertura dos arquivos, às vezes de forma velada, outras nem tanto. A imprensa tradicional morre de medo da abertura dos arquivos porque ela deve, e não é pouco e isso poderia ser catastrófico para os negócios, não é mesmo? Essa é verdade.

Termino essa reflexão elucidando o título do texto, que parafraseia o sonho de um dos personagens do escritor George Orwell, o Velho Major, na sua magnífica obra, “A revolução dos bichos”. Mais cedo ou mais tarde e os arquivos serão abertos e as famílias das vítimas poderão, enfim, ter o direito de saber o que aconteceu com os seus entes. E então os lindos campos, só os bichos pisarão!

*Diego Rabelo é estudante da Universidade Federal da Bahia e coordenador do coletivo bolchevique-leninista, O Estopim!

E do outro lado do mundo... Indicadores preocupantes

Da coordenação.

A crise da economia global está longe de dar sinais de superação para o conjunto das nações, principalmente das grandes potências. O crescente desemprego nos EUA, a bancarrota grega na Europa e agora a desaceleração dos indicadores no Japão demonstram que a convulsão monetária que acometeu o mundo no ultimo período está longe de um desfecho.

O Japão, segunda potência econômica do planeta, mostra o desaquecimento da sua economia através de uma baixa no consumo geral da população atingida seriamente por esse revés. Como efeito, o comércio é obrigado a reduzir o preço dos seus produtos e para o capitalista a equação entre taxa de lucro e de produtividade precisa está em uma média que o contemple de forma que o corte de pessoal (postos de trabalho) é o fiel da balança. Resultado, mais desemprego.

Segundo o Banco Central do Japão (BOJ) a deflação no Japão vai durar, pelo menos até o ano de 2012, "Em uma economia onde os preços continuam caindo, é crucial ver se essa queda de preços será uma pressão depressora sobre a atividade econômica" (EFE, 19/1/2010). Vamos torcer para que mundo não acabe até lá, pois, como sugere o longa 2012 é mais ou menos nesse período que começam as catástrofes nas entranhas do nosso planeta.

Já para o ano de 2010 o governo japonês faz um prognóstico de que a inflação deve girar em 3,2% negativo.

De canto a canto a situação é mais ou menos parecida, com peculiaridades aqui ou acolá. O sistema da propriedade privada dos meios de produção parece fadado a autodestruição. Não nos deixemos ir juntos.

Capítulo 2: E os desdobramentos da crise grega continuam

Da coordenação.

Após a abertura da caixa de pandora da economia do mais afetado país europeu pela crise mundial, os trabalhadores foram às ruas em greve contra as medidas de cortes nos gastos públicos pelo governo. Mais de 2,5 milhões de trabalhadores de diversos setores cruzaram os braços em protesto aos ataques contra os que mais necessitam da presença do Estado. Diversos setores foram afetados pela greve, gerando um clima de tensão e apreensão pelas ruas das diversas cidades, principalmente Atenas.

Após quase uma década de pura maquiagem que visavam unicamente “adequar” o país as normas pré-estabelecidas, necessárias para a adesão de novos países-membros na UE, o setor público de saúde foi devastado mostrando a ponta do iceberg que a dilacerada economia grega se encontra. As medidas do capitalismo tradicional sugerem um arrocho salarial e fiscal que deve levantar a classe trabalhadora grega e leva-la a luta no próximo período. Os desdobramentos podem ter conseqüências muito mais sérias do que se pode imaginar, pois a beira do colapso, não serão as medidas petrificadas do capitalismo decadente que farão o país superar a crise.

Essa discussão foi tema da semana passada aqui mesmo no blog do coletivo O Estopim! Que apresentou uma análise econômica de fundo acerca da crise na Grécia e os mecanismos de falsificação utilizados por consultores que vivem como parasitas no coração do sistema. Na verdade, o fato é que a promiscuidade do capitalismo monetário desestabiliza frequentemente a ordem “natural” das coisas arrastando as diversas economias para o caos.

Se essa crise será suficiente para que se demonstre a força do proletariado grego? Bom, isso é uma outra história, mas as bases objetivas para potencializá-la e aprofunda-la estão colocadas no tabuleiro.

Vejamos as Cenas dos próximos capítulos.

21 de fevereiro de 2010

Malvinas, colonialismo e soberania

A decisão do governo britânico de explorar petróleo e gás nas Ilhas Malvinas reaviva tensões entre a Argentina e o Reino Unido, 28 anos depois da guerra travada entre os dois países por esse arquipélago do Atlântico Sul.

Gilson Caroni Filho

A política internacional costuma ser uma estranha combinação de dramaticidade e de tédio, deslocando-se de uma excitante promessa de mudança para uma triste perspectiva de monotonia. De forma recorrente, trafega-se de conhecidas petições sobre “sinceros desejos de uma nova ordem mundial sustentável" para reiterações de hegemonismos e Destinos Manifestos. Enquanto analistas buscam fornecer conceitos atualizados de Estado e soberania, a realidade continua sendo moldada pelo antigo conceito de imperialismo: aquele que era definido como expressão de uma fase monopolista do capital.

A decisão do governo britânico de explorar petróleo e gás nas Ilhas Malvinas, reavivando tensões entre a Argentina e o Reino Unido, 28 anos depois da guerra travada entre os dois países por esse arquipélago do Atlântico Sul, reafirma o léxico colonialista que faz tábua rasa das resoluções da ONU. A conhecida virulência do antigo império, sempre amparado no apoio dos Estados Unidos, não afronta apenas o povo argentino. Para além das fortes evidências de uma rica província de hidrocarbonetos na região, o que está em xeque é a soberania da América Latina. Elaborar estratégia para a defesa de suas riquezas energéticas, como o pré-sal brasileiro, é imperativo e inadiável.

Como denunciou a presidente Cristina Kirchner, “não é aceitável que as regras do mundo não sejam iguais para todos. As Nações Unidas podem tomar medidas, inclusive de força, contra países que não cumprem certas normas, mas quando são os poderosos que não as cumprem, nada acontece. A permanência de um enclave colonial não tem sentido". Afirmar que tudo não passa de “um assunto de política interna tanto para Cristina quanto para Gordon Brown" é jogar cortina de fumaça sobre questões mais profundas. Trata-se de, agindo com má-fé, estabelecer paralelos equivocados entre o passado e o presente.

Se, em 1982, o desespero foi o conselheiro que inspirou a ditadura militar a um salto no vazio, isto é, a ocupação das Malvinas, o que hoje move o governo argentino é a preservação de um espaço político soberano. Não há um general Galtieri tentando abrir um caminho para escapar do beco sem saída, mas uma presidente eleita reivindicando legítimos direitos nacionais. Um país renascido diante da recuperação de suas liberdades e consciente da importância da autodeterminação.

Não há solução de "meio-termo" quando a ofensiva imperialista não esconde mais seus objetivos. O golpe em Honduras, a ofensiva dos grandes proprietários na Argentina, a ação desestabilizadora da direita paraguaia, e as bases militares na Colômbia e no Panamá são fatos por demais suficientes para afastar a perigosa inércia analítica. Aquela que ignora, entre outras coisas, a crescente militarização das relações dos Estados Unidos com a América Latina.

As Ilhas Malvinas e suas adjacências são argentinas. Devem ser descolonizadas e reintegradas ao país. Têm que ser liberadas da ocupação estrangeira que se propõe a explorar suas riquezas e, provavelmente, instalar bases militares apontando para toda a América Latina e seu projeto de integração regional.

A luta deve prosseguir no plano político, diplomático, e em todos os terrenos apropriados, até a definitiva recuperação do arquipélago. É preciso afrontar todas as responsabilidades exigidas para o cumprimento de um programa de ação democrática e antiimperialista.

Não nos iludamos. Os piratas ingleses fazem parte de uma missão precursora no Atlântico Sul. A gravidade da situação obriga a coordenação no esforço de todos os partidos democráticos e populares para uma ação em conjunto com as correntes militares dispostas a não abdicar na luta contra o colonialismo.

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil.

Fonte: Agencia Carta Maior

20 de fevereiro de 2010

Cuba critica EUA por encontros com dissidentes

Cuba criticou neste sábado uma delegação de diplomatas americanos por terem se reunido com líderes de oposição ao governo depois de discussões de alto nível sobre imigração. Havana qualificou o incidente como "prova" de que o objetivo de Washington é derrubar o governo comunista estabelecido no arquipélago.

Um alto funcionário americano defendeu o encontro com os dissidentes sob a alegação de que a política dos EUA é estabelecer contato com "todos os setores" da sociedade cubana, e não apenas com o governo.

Os diplomatas americanos "reuniram dezenas de seus mercenários" horas depois da conclusão de um encontro no qual discutiram questões de imigração com líderes cubanos em um local não revelado em Havana, informou o Ministério das Relações Exteriores de Cuba.

Encontros do gênero não são incomuns quando funcionários dos EUA visitam o país. Dessa vez, porém, os líderes cubanos queixaram-se que os americanos reuniram-se exclusivamente com "dissidentes", e não com ativistas pró-democracia, jornalistas independentes ou organizadores de grupos políticos de oposição.

Segundo Havana, os dissidentes que participaram da reunião são agentes remunerados de Washington infiltrados para desestabilizar o sistema político cubano.

Fonte: A Tarde on line

Chávez pede à Grã-Bretanha que devolva as Malvinas

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, demonstrou apoio nesta sexta-feira ao governo argentino em sua reclamação sobre a soberania das Ilhas Malvinas, em meio a novos confrontos com a Inglaterra, agora pelo petróleo do arquipélago.

"O Reino Unido não se dá conta de que está violando o direito internacional, que está violando os princípios básicos da geografia e da história, do tempo e do espaço", disse Chávez durante um conselho de ministros, transmitido pela televisão estatal VTV. "Vão embora de lá, devolvam as Malvinas ao povo argentino. Basta de impérios", lançou.

Vinte e oito anos depois da guerra das Malvinas, durante a qual o exército britânico derrotou o argentino, Buenos Aires reprova Londres por ter autorizado perfurações na zona em disputa, ignorando as resoluções da ONU que convidam as partes a retomar as negociações sobre o futuro do arquipélago.

"A frota inglesa que se dirigiu em 1982 para as Malvinas sabia o que estava fazendo. Ali há petróleo, e gás", disse Chávez.

"Os ingleses estão esgotando o petróleo do Mar do Norte, estão desesperados. Os ianques (Estados Unidos) estão também desesperados, não têm mais reservas", acrescentou.

FONTE: Diário do grande ABC.

18 de fevereiro de 2010

Crise imperial

Da coordenação

O assassinato do líder mulçumano do Hamas Mahmoud al-Mabhouh gerou, no mínimo, um desconforto entre os poderosos impérios britânico e israelense. O princípio de crise foi deflagrado pela suspeita da falsificação de passaportes de pessoas comuns, simples cidadãos britânicos, pela polícia secreta israelense Mossad. (Diga-se de passagem barra pesada).

A seqüência dessas evidências levou as autoridades britânicas questionam qual a participação de Israel no episódio, tendo em vista que o grupo Hamas acusa o serviço secreto israelense de autoria do assassinato. O governo britânico quer também saber como os assassinos conseguiram os passaportes de seus cidadãos.

Porém o ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, disse a uma rádio local que não há provas contra seu país: "Não há razão para pensar que foi o Mossad, e não algum outro serviço de inteligência ou algum outro país que esteja por trás do episódio", declarou.

Ah, convenhamos caros leitores vai rolar aquele velho aquecimento de panelas e uns panos bem morninhos para acalmar as relações. Na verdade, isso até poderia passar em branco, mas por algum motivo foi para na imprensa, o que obriga as autoridades do país da rainha se posicionarem publicamente sobre o ocorrido. Ou será que alguém realmente acredita que as agências britânicas não sabiam nadinha de nada dessa operação? Difícil viu! Vamos assistir e ver no que dá...

O Mossad foi criado ainda em 1949 como serviço secreto de inteligência do governo israelense, uma espécie de Scotland Yard. É responsável pela morte e pelo assassinato de milhares de militantes palestinos considerados como perigosos pelo governo deste país. O Mossad é tido como uma das organizações mais violentas no combate ao que consideram terrorismo.

17 de fevereiro de 2010

A Grécia e as crises cíclicas do capital.

Da coordenação.

A crise no sistema financeiro da Grécia revela a grande fragilidade do sistema financeiro do capitalismo monetário. Esse tipo de lapso se tornou comum para os sistemas que freqüentemente são acometidos em um determinado setor da economia globalizada. E é justamente essa globalização que leva o conjunto dos mercados ao pânico, tendo em vista que uma crise local lá longe pode ter graves conseqüências no equilíbrio do sistema capitalista como um todo.

Mas a crise deflagrada na Grécia pode revelar muito mais ao mundo, como hoje o conhecemos, do que se pode imaginar. A questão é que o capitalismo em agonia constrói “sofisticados” instrumentos de maquiagens nas contas internas de cada país, além de mecanismos que ensinam, pedagogicamente, como burlar o tipo de investimento destinado pelas grandes financiadoras. Foi exatamente o que aconteceu na crise do "subprime" (hipotecas de alto risco) verificado nos Estados Unidos. Esse mecanismo consiste em governos europeus ocultar os empréstimos adicionais equalizando um produto financeiro que permitiria ao país redistribuir parte de uma determinada dívida, no caso da Grécia a dívida do sistema de Saúde, de forma a só ter de enfrentar os credores muito mais tarde. (Na Grécia isso levou uma década)

Uma década depois, caros leitores, e o estrago esta feito gerando um grande efeito dominó nas economias interligadas pelos respectivos tratados de livre comércio. Cada vez mais empurrado ao abismo, os sistemas financeiros se encontram diante de um dilema fundamental que cedo ou tarde perecerá, seja pela substituição consciente do modo produção (a revolução proletária), seja pela mais absoluta destruição dos recursos naturais, das nações e dos povos (a barbárie).

Na prática as medidas para a superação da crise na Grécia são as mais tradicionais possíveis. Um amplo corte nos gastos públicos como: saúde, educação infra-estrutura etc, já foi previamente sugerido pela comunidade européia, o que irá aprofundar o desemprego e a miséria das camadas mais oprimidas da população grega. Por sua vez o governo grego já disse que é preciso ter paciência, pois, não se pode cobrar que a Grécia resolva problemas acumulados em muitos anos com medidas a serem implementadas em meses.

Isso só nos leva a confirmar o prognóstico feito por León Trotsky há quase 70 anos atrás sobre as condições de “maturidade” para a revolução no mundo... elas já começam a apodrecer de tão maduras. É necessário o fator subjetivo que impulsione e potencialize as contradições do capital para então derrubá-lo. Essa é a única forma de “melhorá-lo”, ou seja, substituí-lo por outra forma de relações produtivas.

16 de fevereiro de 2010

CASO BATTISTI: LÍDER DA BANCADA DE BERLUSCONI AMEAÇA O BRASIL

Quarta-feira, Janeiro 13, 2010

O estilo de vida de ontem se mantém na Itália de hoje. Tomara que a desonra acabe amanhã...

O senador italiano Maurizio Gasparri, líder da bancada governista, acaba de deitar falação à Ansa, ameaçando: se o Brasil não extraditar o perseguido político Cesare Battisti, poderá haver "nefastas consequências" para o relacionamento entre os dois países.

Numa atitude de extremo desrespeito para com o primeiro mandatário da Nação brasileira, Gasparri tenta ganhar no grito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, esquecendo-se, inclusive, de que não é ele o seu interlocutor protocolar, mas sim o presidente do Senado José Sarney.

Além da demonstração que deu de grosseria e desconhecimento das regras mais elementares da diplomacia, ele ainda incorreu noutro primarismo atroz: arrogou-se a questionar o presidente de uma república estrangeira não por declarações que tenha dado, mas pelas intenções que a mídia lhe atribui.

Assim, Gasparri disse esperar "que não seja verdadeira a notícia veiculada pela imprensa brasileira", de que Lula tende a confirmar a decisão soberana que o Governo brasileiro tomou um ano atrás.

Seria o caso de Sarney também dar entrevista a alguma agência noticiosa internacional, manifestando sua esperança de que não seja verdadeira a notícia veiculada pela imprensa italiana de que o premiê Silvio Berlusconi já prestou serviços à Máfia...

O certo é que as pressões insultuosas e descabidas das autoridades italianas sobre o Brasil começaram em janeiro/2009, quando o ministro da Justiça Tarso Genro, no exercício de suas prerrogativas, concedeu o refúgio humanitário a Battisti (depois absurdamente questionado pelo Supremo Tribunal Federal, num de seus muitos julgamentos recentes em que motivações políticas prevaleceram sobre a letra e o espírito da Lei).

Já daquela vez o direitista Gasparri havia revelado toda sua prepotência, ao qualificar de "patetice" a decisão de Genro .

E os destemperos verbais italianos não pararam mais, em flagrante contraste com os tímidos protestos que eles emitiram quando o presidente francês Nicolas Sarcozy lhes enfiou idêntico sapo goela adentro, no Caso Marina Petrella.

OS PONTAPÉS DA BOTA ITALIANA

Eis algumas das reações intempestivas dos herdeiros de Mussolini no ano passado:

* ministros e até autoridades de segundo escalão ousaram conclamar Lula a revogar a decisão do seu ministro da Justiça, insultando a ambos e cometendo, também daquela vez, a gafe diplomática de não levar em conta a posição do presidente brasileiro, cujas interfaces são o presidente Giorgio Napolitano e o premiê Silvio Berlusconi;
* o embaixador foi chamado à Itália para consultas e "discussão de novas diretrizes”;
* o vice-presidente da bancada governista na Câmara dos Deputados da Itália pregou a suspensão das relações com o Brasil;
* aproveitando o fato de estarem presidindo o G-8 (grupo dos países ricos), os italianos insinuaram que poderiam dificultar o almejado ingresso do Brasil;
* o vice-prefeito de Milão conclamou os italianos a boicotarem os produtos brasileiros;
* o vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado exortou os italianos a boicotarem o Brasil como destino turístico;
* o ministro da Defesa Ignazio La Russa (aquele neofascista que até hoje homenageia os militares da República de Saló que enfrentaram as forças aliadas na 2ª Guerra Mundial...) e o subsecretário das Relações Exteriores defenderam o cancelamento de um amistoso futebolístico com o Brasil, enquanto a ministra da Juventude recomendou que os jogadores entrassem em campo com faixas de luto; e
* o ministro da Justiça Angelino Alfano admitiu publicamente que não pretendia cumprir a promessa feita às autoridades brasileiras, de que, caso concedessem a extradição, a pena de Battisti seria reduzida para 30 anos, o máximo permitido por nossas leis.

Coerentemente, o jurista Dalmo de Abreu Dallari já explicou que o governo italiano, a despeito das promessas mentirosas que faça, não tem poder para modificar uma sentença judicial definitiva, daí a existência de um impedimento constitucional intransponível para a extradição de Battisti.

Postado por Celso Lungaretti

Fonte: http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/2010/01/caso-battisti-lider-da-bancada-de.html

A oposição eleitoral do PSOL e a crise na ultra esquerda brasileira.

Da coordenação

Finalmente o PSOL desiste da aliança pragmática (jamais programática) com o Partido Verde. A ruptura de Marina Silva com o PT abriu uma interessante perspectiva eleitoral para o PSOL que necessita então de um nome de peso para alavancar as suas candidaturas parlamentares. Disso incorre diversas questões que, como se sabe, não teria como desembocar em resultados muitos diferentes no que tange as relações do PV com os DEM-TUCANOS-PPS.
 
A situação do PSOL é crítica. A legenda atravessa a sua maior crise neste ciclo que é marcado mais pelas convulsões políticas que por qualquer outro projeto de “contra-hegemonia parlamentar de esquerda”. As relações com Marina não avançaram pela insuperável dicotomia entre as bases do próprio partido e a necessidade de sobrevivência político-parlamentar que a sua direção procura encontrar. O PV não abrirá mão da sua aliança com a direita tradicional, tão aplaudida pela imprensa e pelos candidatos a sucessão no planalto. Isso coloca em cheque a situação do PSOL, que agora é obrigado a impulsionar a sua candidatura própria.
 
Mais do que nunca vemos desdobrar aos nossos olhos o que de fato é o PSOL: Um partido sem programa, sem inserção nos movimentos de massa e que concentra todas as suas ações em capitalizar as sobras que caem da mesa da burocracia institucional e sindical. As diversas tendências internas, que cada vez mais caracterizam-se como uma frente de forças políticas, não se entendem, fragilizando a já delicada relação interna. O PSOL como via eleitoral parece superado e isto será demonstrado no resultado das eleições de outubro de 2010.
 
O PSTU por sua vez parece se encontrar em um isolamento que faz perecer a sua política e sua militância de base. A quase falecida frente de esquerda (PSOL-PSTU-PCB) que agora surge como alternativa provável para estes setores, incorre em uma frente popular falida antes mesmo de qualquer perspectiva eleitoral com alguma potência entre os movimentos sociais. Devemos combater a frente popular a qual o PT encabeça no Brasil. É necessário Disputar os rumos internos que ainda não se esgotaram dentro deste, e rechaçar uma reedição de frente popular em miniatura que busca sobreviver com o que de pior a lição do PT nos demonstrou.
 
Porém, enganam-se aqueles que acham que a crise da ultra esquerda não nos afeta. Na busca da sua própria sobrevivência estes setores irão buscar, como já o fazem, a divisão do movimento sindical e estudantil em nome de centrais sindicais “vermelhas” que na verdade são a extensão dos seus próprios partidos. Essa experiência nos têm demonstrado o quão prejudicial esses setores se tornaram para a luta de classes, deslocando a energia dos trabalhadores e prestando um bom serviço para a burocracia sindical e estudantil.
 
Cabe aqueles que combatem por um movimento político de massas e independente esclarecer o conjunto da classe trabalhadora o papel que jogam esses setores na luta de classes. É preciso combater, mesmo com  a nossa limitação pontual, por um Partido dos Trabalhadores independente da burguesia apontando reivindicações centrais para a realização de uma democracia plena que aponte para os anseios do povo, a exemplo da redução da jornada de trabalho, de um salário mínimo como sugere o Dieese, a atualização dos índices de produtividade da terra, a anulação do leilão de tudo o que foi privatizado, bem como a luta pelo investimento de 50% do pré-sal para a educação.

Abertura dos arquivos da ditadura militar

Da Coordenação

Enquanto que nos demais países da América do sul o exercício democrático institucional da sinais de avanço no que concerne a punição de militares torturadores e assassinos,  a exemplo de Chile, Argentina e Uruguai vemos no Brasil prevalecer a política do terror e da censura velada. Esse modelo antiquado de pressão política mais uma vez vem a tona - inclusive com o aval da imprensa conservadora a qual muito deve de explicações sobre as suas relações promíscuas com as forças armadas entre os anos de 60 e 80.

A lei de anistia aprovada em agosto de 1979 não pode servir de guarida para atos bárbaros que foram cometidos contra a sociedade brasileira. Este tipo crime, segundo as convenções internacionais, são imprescritíveis e devem vir a público no intuito de esclarecer o povo brasileiro esse período tão negativamente marcado da nossa história.

Esse debate deve ser feito publicamente aos olhos da comunidade internacional no intuito de superar o modo de relação constituído pela ditadura de opressão, censura, agressão, intimidação e morte. É necessário que o comando das forças armadas entenda que a democracia não foi uma concessão dos militares e sim uma conquista arrancada, inclusive, com sangue daqueles que morreram na luta armada.

Um país que, minimante, se pretenda sério deve avançar nessa discussão assim como fizeram os nossos vizinhos e tornar públicos os arquivos da ditadura para que dessa forma as famílias das vítimas do golpe possam ter esclarecidos e solucionados o que ocorreu com os seus entes.

O governo acerta nessa questão e deve aprofundar essas conquistas democráticas, afastando qualquer possibilidade de cerceamento por parte do discurso da mídia tradicionalista (que muito deve sobre episódio) bem como pelos métodos arcaicos e antiquados do alto comando militar brasileiro. Essa medida deve ser entendida enquanto medida de Estado, por tanto, permanente e irrevogável sob circunstâncias eleitoreiras.

Haiti: A nossa defesa e a deles.

Da coordenação

No ultimo congresso estadual da Juventude do PT na Bahia, que ocorreu paralelamente ao Fórum Social Temático, estivemos presentes. Basicamente,o congresso girou em torno de discussões gerais que apontasse para uma unidade entre as tendências internas do partido dos trabalhadores para o próximo período eleitoral.

Duas discussões foram dissenso: A) A ocupação sob comando das tropas brasileiras ao Haiti e B) A questão da coalizão com os partidos tradicionais da burguesia, ambos pautados pela corrente O Trabalho. Trataremos aqui da primeira questão.

Há algum tempo a corrente OT/PT – Através da sua Juventude Revolução, traz a discussão acerca do Haiti e do seu posicionamento contrário a ocupação por parte das tropas brasileiras. A reivindicação em si, é absolutamente justa do ponto de vista político. A questão é a forma de abordagem desta campanha perante as entidades estudantis. Na UFBA, por exemplo, a JR/OT abriu mão das discussões específicas de área, tão necessárias para a formação da militância setorial, dissolvendo todas as lutas em uma palavra de ordem que, em diversos momentos virou alvo de chacota.

Isso não é algo incomum e demonstra uma prática estabelecida por esta corrente nos movimentos sociais, dissolvendo todas as questões em um jargão oco e improdutivo que é a “luta de classes”. Ora, para compreender as especificidades da luta de classe é necessário vivê-la em sua complexidade, apontando perspectivas que sirvam de aprendizado para a militância que despertou a luta. A JR/OT há de convir que nem todos os militantes do movimento estudantil ou outro qualquer esta atraído pela luta de classes no sentido tradicional do termo. É este equívoco que leva a militância dessa corrente a combater contra as cotas ao lado de ferramentas como a ANDIFES e a conservadora imprensa brasileira.

Neste sentido a nossa defesa pela retirada das tropas brasileiras do Haiti é seguido por uma política responsável que respeita a diversidade do tema e ataca o problema na sua real situação contrariando a chuva de jargões como de hábito temos observado a ação política da referida corrente.

As tropas brasileiras ocupam o Haiti pela estratégia do governo Lula em entrar como membro permanente no conselho de segurança da ONU. Esse conselho, que foi ridicularizado durante a ocupação ianque do Iraque, é uma ferramenta política que serve para imprimir as diretrizes do grande capital a todos aqueles que por ventura não se submetam, como embargos econômicos e intervenções militares.

A ocupação das tropas da ONU - sob o comando do “simpático” Brasil, no Haiti serve como um aceno do governo ao imperialismo desgastado pelas suas investidas mundo a fora. A autodeterminação dos povos é uma ferramenta elementar no respeito à democracia dos países.

Não as tropas brasileiras e da ONU no Haiti!
Fora o imperialismo Ianque do caribe!