16 de fevereiro de 2010

A oposição eleitoral do PSOL e a crise na ultra esquerda brasileira.

Da coordenação

Finalmente o PSOL desiste da aliança pragmática (jamais programática) com o Partido Verde. A ruptura de Marina Silva com o PT abriu uma interessante perspectiva eleitoral para o PSOL que necessita então de um nome de peso para alavancar as suas candidaturas parlamentares. Disso incorre diversas questões que, como se sabe, não teria como desembocar em resultados muitos diferentes no que tange as relações do PV com os DEM-TUCANOS-PPS.
 
A situação do PSOL é crítica. A legenda atravessa a sua maior crise neste ciclo que é marcado mais pelas convulsões políticas que por qualquer outro projeto de “contra-hegemonia parlamentar de esquerda”. As relações com Marina não avançaram pela insuperável dicotomia entre as bases do próprio partido e a necessidade de sobrevivência político-parlamentar que a sua direção procura encontrar. O PV não abrirá mão da sua aliança com a direita tradicional, tão aplaudida pela imprensa e pelos candidatos a sucessão no planalto. Isso coloca em cheque a situação do PSOL, que agora é obrigado a impulsionar a sua candidatura própria.
 
Mais do que nunca vemos desdobrar aos nossos olhos o que de fato é o PSOL: Um partido sem programa, sem inserção nos movimentos de massa e que concentra todas as suas ações em capitalizar as sobras que caem da mesa da burocracia institucional e sindical. As diversas tendências internas, que cada vez mais caracterizam-se como uma frente de forças políticas, não se entendem, fragilizando a já delicada relação interna. O PSOL como via eleitoral parece superado e isto será demonstrado no resultado das eleições de outubro de 2010.
 
O PSTU por sua vez parece se encontrar em um isolamento que faz perecer a sua política e sua militância de base. A quase falecida frente de esquerda (PSOL-PSTU-PCB) que agora surge como alternativa provável para estes setores, incorre em uma frente popular falida antes mesmo de qualquer perspectiva eleitoral com alguma potência entre os movimentos sociais. Devemos combater a frente popular a qual o PT encabeça no Brasil. É necessário Disputar os rumos internos que ainda não se esgotaram dentro deste, e rechaçar uma reedição de frente popular em miniatura que busca sobreviver com o que de pior a lição do PT nos demonstrou.
 
Porém, enganam-se aqueles que acham que a crise da ultra esquerda não nos afeta. Na busca da sua própria sobrevivência estes setores irão buscar, como já o fazem, a divisão do movimento sindical e estudantil em nome de centrais sindicais “vermelhas” que na verdade são a extensão dos seus próprios partidos. Essa experiência nos têm demonstrado o quão prejudicial esses setores se tornaram para a luta de classes, deslocando a energia dos trabalhadores e prestando um bom serviço para a burocracia sindical e estudantil.
 
Cabe aqueles que combatem por um movimento político de massas e independente esclarecer o conjunto da classe trabalhadora o papel que jogam esses setores na luta de classes. É preciso combater, mesmo com  a nossa limitação pontual, por um Partido dos Trabalhadores independente da burguesia apontando reivindicações centrais para a realização de uma democracia plena que aponte para os anseios do povo, a exemplo da redução da jornada de trabalho, de um salário mínimo como sugere o Dieese, a atualização dos índices de produtividade da terra, a anulação do leilão de tudo o que foi privatizado, bem como a luta pelo investimento de 50% do pré-sal para a educação.

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