18 de abril de 2010

CBF confirma entrega da "Taça das Bolinhas" ao São Paulo

Da Gazeta Press

A Confederação Brasileira de Futebol chegou a uma decisão sobre a polêmica da "Taça das Bolinhas". De acordo com a assessoria da entidade máxima do futebol nacional, o departamento jurídico da entidade enviou nesta quarta-feira um comunicado à Federação Paulista sobre a entrega do troféu ao Tricolor. A decisão frustra o Flamengo, que também pleiteava o prêmio.

Segundo as informações oficiais, a CBF está seguindo a determinação da Justiça comum, que decretou o Sport como campeão brasileiro de 1987. Com isso, o São Paulo foi considerado o primeiro pentacampeão nacional.

A "Taça das Bolinhas" foi criada para premiar o clube nacional que obtivesse primeiro cinco títulos brasileiros alternados ou três consecutivos. Desta forma, o Flamengo se sentiu o dono do troféu com a conquista do Brasileirão de 1992, quando alegou ser pentacampeão.

No entanto, a CBF não considera o Rubro-negro como detentor do título nacional de 1987. Naquele ano, o time carioca conquistou o Módulo Verde da Copa União contra o Internacional. As duas equipes, então, se recusaram a disputar um quadrangular com Sport e Guarani, que foram os dois mais bem colocados do Módulo Amarelo.

Por isso, o Flamengo se declarou campeão brasileiro, mas a CBF considerou oficialmente o time de Recife como vitorioso do ano, já que bateu o Guarani.

O São Paulo, então, passou a postular a "Taça das Bolinhas" em 2007, quando assegurou seu quinto troféu do Brasileirão. No ano seguinte, o Tricolor foi novamente campeão (sendo o único a ostentar três conquistas consecutivas).

A decisão desta quarta-feira gerou comemoração no Sport. "Não foi uma volta, um retorno de reconhecimento, o Sport sempre foi considerado pela lei brasileira desportiva e pela torcida brasileira consciente o campeão brasileiro de 1987. Embora com todos os trâmites possíveis, por questões de politicagem interna da CBF, o Sport não deixou de ser o campeão. Sempre fomos e agora vão ter que apagar a mentira do hexa do Flamengo", afirmou Aluísio Maluf, diretor de futebol do time pernambucano.

Os jornalões e os interesses de fora

A aliança dos jornalões não é só com os tucanos. É também contra o país: no debate nuclear, como em outros, o governo Lula defende nossos interesses e a mídia fica com os de fora. Nas primeiras páginas da “Folha”, Estadão e “O Globo” a foto de ministro brasileiro presenteando o vilão Ahmadinejad com a camisa da seleção encantou os editorialistas. Como desprezam os interesses nacionais, eles festejam as leis extraterritoriais criadas nos EUA para intimidar e punir países que divergem de suas posições. O artigo é de Argemiro Ferreira.

Argemiro Ferreira

O primeira reação de muitos leitores que viram as manchetes idênticas, dia 14, na “Folha de S.Paulo” e no Estadão (a primeira página de “O Globo”, mesmo sem a manchete, coincidiu no enfoque e na foto) foi recordar a peça de propaganda do tucano Geraldo Alckmin na campanha eleitoral de 2006 - o pacote de dinheiro nas primeiras páginas, exposto de norte a sul do Brasil.

Daquela vez o truque sujo adiou a decisão do eleitorado para o 2˚ turno - no qual Alckmin acabaria com menos votos do que no 1˚. Agora a “coincidência” funciona como alerta para truques futuros. Mas a aliança dos jornalões não é só com os tucanos. É também contra o país: no debate nuclear, como em outros, o governo Lula defende nossos interesses e a mídia fica com os de fora.

Jornalões, revistonas e penduricalhos (Rede Globo à frente) apoiam-se no estereótipo iraniano fabricado por eles próprios. O presidente Ahmadinejad é baixo, magrelo e feio. Não está em questão a aparência dele e nem o holocausto - que reconheceu ter ocorrido, mesmo lembrando que os mortos na II Guerra foram 60 milhões e não apenas os 6 milhões de judeus.

O expediente de produzir o vilão e a partir dele demonizar um país inteiro para invadi-lo e tomar-lhe o petróleo - como foi em 1953 no próprio Irã (de Mossadegh) e em 2003 no Iraque (de Saddam) - começa com difamação e sanções. Armas de destruição em massa foram o pretexto dos EUA para invadir o Iraque. Armas que sequer existiam, como não existe a bomba-A do Irã.

Ao invés de sanções a política externa do Brasil prefere o apelo sensato à negociação. Afinal, o Iraque foi arrasado pelas bombas dos EUA e viu um milhão de civis (segundo estimativas) serem mortos. E lá as sanções, que puniram mais as crianças do que o governo, foram o capítulo inicial. Hoje a acusação dos EUA é que o Irã pode vir a ter uma bomba - em cinco anos.

Seria situação menos ameaçadora do que o arsenal nuclear de 100 bombas que o estado de Israel já tem, sem nunca ter assinado o TNP (Tratado de Não Proliferação Nuclear). A exemplo dos israelenses, Índia e Paquistão negaram-se a aderir ao TNP e já têm armas nucleares - não tantas como Israel, mas prontas para serem usadas numa guerra entre os dois.

E onde entra o Brasil nesse quadro? Assinou e cumpre o TNP, não tenta desenvolver a bomba (mesmo tendo condições para isso), proclama em sua Constituição que não o fará e ainda assinou pactos (um bilateral, com a Argentina; e outro regional, com a América Latina) nesse sentido. Mas sofre cobrança dos EUA, que descumprem o TNP e se arvoram em xerife nuclear.

O TNP não lhe confere tal autoridade. Ao contrário: manda os detentores de armas atômicas reduzirem os arsenais até sua eliminação completa. Os acordos EUA-Rússia só aposentam armas obsoletas, logo substituídas pelas modernas, sofisticadas e portáteis, que tornam mais provável o uso. (Até hoje um único país usou a bomba-A - duas, em Hiroshima e Nagasaki, contra populações civis e não instalações militares).

Nas primeiras páginas da “Folha”, Estadão e “O Globo” a foto de ministro brasileiro presenteando o vilão Ahmadinejad com a camisa da seleção encantou os editorialistas. Como desprezam os interesses nacionais, eles festejam as leis extraterritoriais criadas nos EUA para intimidar e punir países que divergem de suas posições, seja em Cuba ou no Irã.

Em janeiro do ano passado a mídia corporativa já criticava o destaque dado na Estratégia Nacional de Defesa, anunciada então pelo governo Lula, ao desenvolvimento da energia nuclear. Os jornalões prestavam-se claramente ao papel de veículo da pressão do governo Bush em fim de mandato - um “pato manco” agonizante, golpeado ainda pela derrota eleitoral humilhante.

Os mesmos veículos ansiosos para anistiar os crimes da ditadura (de que foram cúmplices e beneficiários) viam - e ainda vêem - com suspeita o compromisso dos militares brasileiros com a democracia e a defesa dos interesses nacionais. O faroeste midiático na época ainda buscava legitimar a superpotência invasora do Iraque no papel insólito de guardiã da paz e do desarmamento.

Essa mídia não costuma ter dúvidas, só certezas. Condena a resistência do Brasil em aderir ao protocolo adicional ao Acordo de Salvaguardas do TNP e atribui a culpa a militares obcecados em ter a bomba-A. Não leva em conta que a questão do desenvolvimento nuclear está longe de ser simplista como sugere o cacoete de um jornalismo aliado aos interesses externos.

Países sem armas nucleares sofrem restrições nas pesquisas - punidos por assinar o TNP. Índia, Paquistão e Israel, por ignorarem o TNP, têm suas bombas-A e são paparicados e privilegiados com acordos especiais. Em 1997-98 essa mesma mídia aplaudiu FHC por sujeitar-se à pressão dos EUA e aderir ao TNP, enquanto o Iraque sob sanções era acusado de ter a bomba - sem tê-la.

Depois do TNP os EUA passaram ainda a exigir que nós, os “sem bomba-A” (ou “have nots”, em oposição aos “haves”) assinássemos o tal protocolo adicional, que amplia as restrições, os controles e as inspeções. Inexistente antes, o protocolo teria de ser negociado com cada signatário do TNP, nunca imposto pelos EUA.

Os “sem bomba” sofrem limitações nas pesquisas, que a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) faz cumprir com inspeções. O compromisso do Brasil é com o uso pacífico da energia atômica. Defende o desarmamento nuclear e é reconhecida sua tradição pacífica. Mas não pode abrir mão da tecnologia nuclear e da necessidade estratégica de desenvolvê-la e dominá-la.

Em 2004 a “Folha” não hesitou em propor rendição singular, a pretexto de ser “transitória” a existência de países com e sem a bomba: o Brasil devia aderir ao protocolo adicional, “como uma decisão soberana”, e ao mesmo tempo “pedir” avanços pelo desarmamento. Ora, os que apóiam o protocolo são pouco mais de 80 dos 190 que assinaram o TNP. A maioria, assim, percebe a ameaça dos EUA de eternizar seu arsenal “transitório”.

Há ainda os interesses comerciais: em 2001 o crescente mercado mundial de urânio enriquecido já movimentava US$18 bilhões. Dono da 5ª maior reserva natural de urânio, o Brasil tem tecnologia própria de centrifugação, desenvolvida por seus cientistas ao longo de 30 anos. Para preservá-la protege com painéis, nas inspeções da AIEA, a sala das centrífugas na Fábrica de Combustível Nuclear da INB, em Resende.

Os interesses dos detentores de arsenais nucleares, claro, são diferentes daqueles dos “sem bomba”. A hipótese de espionagem industrial nas inspeções da AIEA não pode ser subestimada mas a proteção da tecnologia inovadora do Brasil foi descartada pela “Folha” com a alegação de que os EUA não precisam disso porque dispõem de sua espionagem “clássica”.

Antes da invasão do Iraque, no entanto, a CIA usava a equipe de inspeção da ONU (UNSCOM) - chefiada pelo sueco Rolf Ekeus até 1997 e depois pelo australiano Richard Butler (1998) - para espionar. O inspetor Scott Ritter, ex-fuzileiro dos EUA e veterano da guerra do Golfo, acusou os dois de tolerarem o jogo da CIA, permitindo a espionagem nas inspeções.

Na mesma linha do editorial da “Folha”, o do Estadão, dias depois, negou haver razão que justifique a não adesão ao protocolo adicional. Alegou ser do interesse do Brasil ratificar o compromisso com o desenvolvimento pacífico da energia atômica e “evitar atritos” com as potências empenhadas em impedir a proliferação nuclear. (E a FCN? E o mercado de urânio?)

Meses depois dos editoriais, o secretário de Estado de Bush, Colin Powell, ouviu no Brasil a explicação do ministro Celso Amorim sobre a proteção da tecnologia desenvolvida por nossos cientistas. E minimizou, ao falar à “Veja”, o que “Folha” e Estadão maximizaram: o Brasil não preocupava os EUA e nem devia ser comparado a Irã e Coréia, apesar dos “desacordos momentâneos” na AIEA.

Ao voltar ao ataque a 9 de janeiro de 2009, a “Folha” publicou matéria do chefe da surcusal de Brasília, Igor Gielow. “Os EUA cobraram ontem a adesão do Brasil ao chamado protocolo adicional”, dizia o texto. Não ficou claro se a “cobrança” era iniciativa americana, usando a “Folha”, ou se viera por acaso, premiando alguma solicitação de entrevista do jornal.

O entrevistado era o embaixador Gregory Schulte, que representava os EUA não no Brasil mas na AIEA e outros organismos sediados em Viena. Gielow omitiu (de propósito?) se o diplomata respondera a perguntas, se falara em Brasília (estaria ali por alguma razão?), se a entrevista fora por telefone ou se mandara respostas por email a perguntas enviadas a Viena.

Como o próprio jornalista caracterizara a entrevista como “cobrança” dos EUA, seria oportuno informar como tinha ocorrido - por telefone, cara-a-cara, troca de emails ou qualquer que tenha sido a situação. Teria sido uma tentativa de intimidação? Afinal, a dupla Bush-Cheney, derrotada, vivia seus últimos momentos – a apenas 12 dias do final do mandato.

No relato insólito da “Folha” Schulte cobrava a adesão do Brasil a pretexto de que “os EUA aderiram”. Mas o protocolo adicional ao Acordo de Salvaguardas (artigo III do TNP) só é aplicável (e impõe obrigações) aos “sem bomba”. Para os EUA a adesão não prevê inspeções - que são compulsórias para os "sem bomba". Estes têm de aceitá-las. Cabe à AIEA decidir o que inspecionar, como e onde.

Fonte: Blog de Argemiro Ferreira

13 de abril de 2010

Diretoria de direitos humanos da UNE promoverá seminário em Maio.

Programação do Seminário
GRADE DE PROGRAMAÇÃO:
Primeiro Dia (06 de maio de 2010)


10:00 às 13:30 Credenciamento e abertura da feira da diversidade

14:00 às 15:00 Mesa de abertura

15:15 às 17:15 Mesa 1 (O PNDH-3 e a atualidade da Declaração Universal dos Direitos Humanos)

17:30 às 20:30 Mesa 2 (A Luta pelos Direitos Humanos no Combate as Opressões)


Segundo Dia (07 de maio de 2010)


10:00 às 13:00 Mesa 1 (Violência, Segurança Pública e Direitos Humanos)

13:00 às 15:00 Almoço Livre

15:00 às 18:00 Mesa 2 (O Movimento Estudantil e seu histórico de luta por liberdade no Brasil)

18:30 às 20:30 Mesa de encerramento (Comissão Nacional da Verdade: O Crime de Tortura e a Luta contra a Impunidade no Brasil)

A partir das 21:00 Ato Político/Cultural na Concha acústica, pela aprovação do 3°Programa Nacional dos Direitos Humanos

Maiores informações: http://direitoshuma nosune.blogspot. com/

12 de abril de 2010

CPT lançará o relatório Conflitos no Campo no Brasil 2009

No próximo dia 15 de abril, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) lançará sua publicação anual, Conflitos no Campo Brasil 2009. É a 25ª edição do relatório que concentra dados sobre os conflitos, violências sofridas e ações de trabalhadores e trabalhadoras rurais, bem como comunidades e povos tradicionais, em todo o país. O lançamento se realizará no auditório da Editora da Unesp (praça da Sé, nº 108, 7º andar), em São Paulo (SP), a partir das 9h00. Estarão presentes ao lançamento o presidente e o vice-presidente da CPT, Dom Ladislau Biernaski eDom Enemésio Lazzares, a coordenadora nacional da entidade, Isolete Wichieniski, o secretário da coordenação nacional, Antonio Canuto e o professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Carlos Walter Porto Gonçalves.

Por se tratar dos 25 anos da publicação, a CPT entende ser esse um momento de reflexão sobre esses dados e o que eles representam no cenário rural brasileiro. Não se trata de um momento de comemoração, pois só pelo fato desse relatório ainda ser necessário como ferramenta de denúncia, já não pode ser comemorativo. A necessidade de se publicar um livro com as denúncias dos conflitos que trabalhadores e trabalhadoras ainda enfrentam no campo brasileiro, por si só, mostra os poucos avanços na defesa dos direitos humanos no Brasil e na realização da tão sonhada reforma agrária. Esse será um momento de reflexão.

E por isso, a CPT irá realizar, também, um debate, na mesma data e no mesmo local, sobre a Criminalização dos Movimentos Sociais. O evento terá início às 14 horas, e estão confirmadas para esse momento as presenças de João Paulo Rodrigues, da direção nacional do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Isolete Wichinieski, da coordenação nacional da CPT, professor Carlos Walter Porto-Gonçalves, da Universidade Federal Fluminense (UFF), o jornalista Paulo Henrique Amorim, do Blog Conversa Afiada e do programa Domingo Espetacular, da Record, entre outros.

Conflitos no Campo Brasil 2009

Um olhar retrospectivo sobre os registros que a CPT fez durante estes 25 anos nos é apresentado, nessa publicação, pelos professores Carlos Walter Porto-Gonçalves e Paulo Roberto Raposo Alentejano. Segundo eles os dados revelam “o caráter extremamente conflituoso e violento do modelo agrário-agrícola em desenvolvimento no Brasil nesses últimos 25 anos (1985-2009) e que revela a face oculta do tão decantado agronegócio.” Frei Xavier Plassat, coordenador da Campanha Nacional da CPT contra o Trabalho Escravo, olha os 25 anos de acompanhamento dos trabalhadores submetidos à degradação do trabalho escravo.

Esta edição mostra, ainda, que os conflitos envolvendo camponeses e trabalhadores do campo e a violência não só permanecem, como cresceram nesse ano de 2009. Houve aumento tanto do número total de conflitos – por terra, água, trabalhistas – quanto em relação especificamente aos conflitos por terra.

Este incremento de conflitos e de violência inseriu-se num contexto nacional preocupante de crescente criminalização dos movimentos sociais tanto no âmbito do Poder Judiciário, quanto do Poder Legislativo, amplificada inúmeras vezes pelos grandes meios de comunicação social. No âmbito do Poder Judiciário destacou-se a figura do próprio presidente do Supremo Tribunal Federal, STF, Gilmar Mendes, que no início do ano saiu a público acusando os movimentos de praticarem ações ilegais e criticando o Poder Executivo de cometer ato ilícito por repassar recursos públicos para quem, segundo ele, pratica tais atos. Esta intervenção, certamente, serviu de suporte para o alto número de despejos, para o crescimento das prisões e de outras formas de violência, e forneceu munição para a bancada ruralista do Congresso Nacional criar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, CPMI, conhecida como CPMI do MST. Uma orquestração bem montada que buscou por todas as formas encurralar os movimentos do campo e deslegitimá-los diante da opinião pública.



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Serviço:

Lançamento do relatório Conflitos no Campo Brasil 2009

Quando: 15 de abril (quinta-feira) , a partir das 9h00.

Onde: Auditório da Editora da UNESP – Praça da Sé, nº 108, 7º andar – São Paulo (SP). Contatos sobre o local: (11) 3664-7917.

Informações:

Assessoria de comunicação da CPT, com Cristiane Passos (62 9268-6837 / 8111-2890) e nos fones (62) 4008-6400/6406.

A partir do dia 15, todos os dados estarão disponíveis na página da CPT na Internet: www.cptnacional. org.br

Segunda reunião ampliada da chapa 1 – “Primavera nos dentes”

Da Coordenação.

Dando seqüencia ao calendário de atividades de campanha para eleições do DCE tirado na reunião da última sexta-feira, 09/04, a chapa 1 – “Primavera nos dentes” convida, todos e todas, a participarem da elaboração e prática da sua campanha.

Reunião Chapa 1 “Primavera nos dentes”
Local: PAF 3
Data: 13 de abril (Terça-feira)
Horário: 17:30

Contamos com a sua presença nessa construção coletiva, inventando a contra mola que resiste!

E que pipoquem os fóruns!

Por Diego Rabelo*

Exceto avaliações megalomaníacas, transloucadas, descontextualizadas, fora de órbita, desconectadas, míopes etc. é consenso que o movimento estudantil da UFBa atravessa um período de refluxo profundo. Dito isso, é possível fazer diversas avaliações que desemboquem no problema. Uma delas, sem dúvidas, é a burocratização das relações entre os partidos políticos e o movimento. Podemos citar também a dificuldade das correntes de opinião em situarem-se no terreno de ser governo e ser movimento social. Ou mesmo o descrédito acumulado nos últimos anos que refletiu na negação de todas as entidades. Em suma, existem inúmeras outras, mas, por hora, não irei deter-me nessa questão.

Com a dificuldade cada vez maior de atingir a estudantada recém-ingressa na Universidade, o movimento estudantil encontra uma barreira carregada de transpassar por conta da sua não renovação. Dessa forma, cabe aos atuais dirigentes buscarem fórmulas e mecanismos que possam apontar para uma nova perspectiva. Se os atuais dirigentes priorizam ou mesmo querem fazê-lo, é outra questão, mas não realizar tal medida, significa também para estes, perecer com o conjunto do movimento.

Nosso coletivo vem amadurecendo ao longo dos últimos dois anos formas que possam impulsionar o M.E e fazê-lo escalar o declínio. Uma delas, talvez a proposição central, seja o incentivo para a criação de diversos fóruns. Sabemos que essa iniciativa somente será possível com a compreensão e a vontade política do conjunto das correntes que compõem o nosso M.E. atualmente. Por isso, caberá a nova direção articular e convencer os demais setores desta iniciativa, ou do contrário a crise que se estabeleceu irá perdurar causando um dano ainda maior.

Atualmente temos os seguintes fóruns: São Lázaro (das humanas), FAS (de saúde), BI´s (dos bacharelados interdisciplinares) e o FAAE (acadêmico de assistência estudantil). Nosso horizonte ainda encampará a construção de mais três fóruns: o FACA (de cultura e arte), o FTP (o do transporte público) e o FAE (de assistência estudantil) esse último institucionalizado e com a presença dos três setores da Universidade. Esses fóruns devem exercitar um novo hábito de debates e proposições, alçando o movimento estudantil do atual papel reativo para formulador. Também, caberá a esses espaços com temáticas tão distintas e inter dialogadas o instrumento de cobrança, fiscalização e pressão da futura diretoria do DCE, descentralizando e desencastelando a sua direção.

Que pipoquem os fóruns como medida e exercício de um novo hábito de relações que permitam anular as vicissitudes advindas do parlamento que contaminou o movimento estudantil. O pragmatismo da autoconstrução precisa desmoronar frente à necessidade das novas ferramentas tão necessárias para o aprimoramento do que queremos construir.

Isso não quer dizer que temos uma fórmula pronta ou mesmo pré-fabricada. Tudo deve se conformar em mais absoluta adequação e harmonia com as necessidades objetivas e, neste caso, somente a experiência prática corrigirá as incongruências que possam surgir no campo das idéias.

* Rabelo, é estudante de Museologia da UFBa e membro do coletivo bolchevique-leninista O Estopim!

10 de abril de 2010

Obama, o xadrez da nova doutrina

Se o novo tratado de desarmamento nuclear entre EUA e Rússia, que sucederá ao Start 1, tem um valor inestimável, a divulgação da nova doutrina de defesa de Washington contém algumas ambigüidades preocupantes.

Gilson Caroni Filho

A assinatura do novo tratado de redução de armas nucleares entre Rússia e Estados Unidos é extremamente relevante para não ser saudada pelo campo progressista como um benefício para a humanidade. Afinal, como escreveu Karl Marx, o consumo militar “no sentido propriamente econômico é o mesmo que se uma nação deitasse à água uma parte do seu capital". Durante anos, os partidários da corrida armamentista afirmaram que o aumento de despesas militares significava incremento da produção bélica e, por conseguinte, ampliação do mercado de trabalho.

À primeira vista, a tese que embalou o Keynesianismo de guerra, era de uma lógica implacável, pois se amparava em evidências históricas como a militarização da Alemanha Nazista que acabou com o desemprego no país. Nos anos 1960, no entanto, V. Leontiev, um economista americano, mostrou a falácia do arrazoado imperialista. Calculando que uma redução dos investimentos militares em 8 bilhões de dólares liquidaria 254 mil postos de trabalho, o autor constatou que uma reorientação desse montante no setor civil criaria 542 mil novos empregos, ou seja, uma redução de 288 mil de desempregados nos EUA. Como se vê, o desemprego é constitutivo de um modo de produção específico e não da ausência de guerras. Estas são conseqüências de um jogo permanente de reforço de hegemonia.

Se o novo tratado de desarmamento nuclear que sucederá ao Start 1 tem valor inestimável, a divulgação da nova doutrina de defesa contém ambigüidades preocupantes. Apresentado como estratégia que serviria como divisor de águas entre a administração de Barack Obama e a de George W. Bush, o documento, ao mesmo tempo em que reduz os cenários em que os EUA utilizariam seu arsenal atômico, aponta para um multilateralismo enviesado.

Ao afirmar que não fará ataques nucleares a países que respeitem o Tratado de Não Proliferação (TNP) e outros acordos internacionais, Obama admite a possibilidade de um golpe atômico contra o Irã e a Coréia do Norte. O emprego da força unilateralmente, sempre que julgar necessário, não reorganiza a política externa deixada pelos republicanos. Pelo contrário, reitera o legado com um discurso supostamente moderado e conciliador.

Que Resolução anterior do Conselho de Segurança da ONU daria aos Estados Unidos o direito de empreender ações militares contra as duas nações para puni-las por sua resistência a inspeções externas? Que base legal lhes confere autoridade permanente para exigir de Estados soberanos adesão incondicional aos termos de qualquer acordo? Com efeito, há outros países que possuem armas de destruição massiva, como por exemplo, Israel e Índia, mas isso não parece preocupar o presidente norte-americano.

Israel, é bom lembrar, não só se recusou a assinar o TNP como, com apoio incondicional dos Estados Unidos, ignorou as decisões que invalidaram as anexações de Jerusalém Oriental e Gola, e que exigiam a retirada completa do território do Líbano. E o Conselho de Segurança nunca invocou o capítulo 6 da Carta das Nações Unidas que prevê o uso de força em casos de ameaça à paz e à segurança.

No tabuleiro geopolítico, tal como no jogo de xadrez, os jogadores movimentam alternadamente suas peças, cabendo a primazia das iniciativas a quem joga com as brancas. A política externa brasileira, para desespero de uma oposição voltada para a subalternidade, tem demonstrado extrema habilidade no uso de Peões, Damas, Torres, Bispos e Cavalos. Antes de definir o equilíbrio necessário, urge precisar o real significado do que vem a ser terrorismo e como ele se movimenta entre as casas. Celso Amorim sabe que, quanto menos visíveis as intervenções, mais demoradas e profundas elas costumam ser.

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasi

Fonte: Agência Carta Maior

9 de abril de 2010

Chapa primavera nos dentes faz a sua primeira reunião hoje em economia.

Da coordenação

Após o encerramento das inscrições de chapa no ultimo dia 31/03 para o pleito do DCE, 5 chapas se inscreveram para a disputa. O coletivo estopim! Se empenhou na construção de uma unidade política em torno da plataforma mais avançada para o movimento estudantil no próximo período.

Dessa forma, o esforço político do nosso coletivo, colaborou para que 5 correntes de opiniões no movimento estudantil da UFBA pudessem unificar o discurso. Isso demonstra a necessidade objetiva de um maior envolvimento dos estudantes com as pautas da Universidade. Essa foi à verdadeira razão que possibilitou tal unidade que leva o nome de “Primavera nos dentes”.

Com isso, nós do coletivo estopim fazemos um chamado a todas e todos que queiram fazer parte dessa construção para o primeira reunião aberta da chapa 1 “Primavera nos dentes”, no intuito de nos debruçarmos sobre as estratégias e táticas que utilizaremos na campanha. Será uma luta difícil, mas são justamente esses momentos necessários para o nosso aprendizado e amadurecimento político.

Reunião Chapa 1 “Primavera nos dentes”
Local: Faculdade de Economia da UFBA – Praça da Piedade
Data: 9 de abril (Sexta-feira)
Horário: 16:30

5 de abril de 2010

Jorge Furtado: a antiga imprensa, enfim, assume partido

Jorge Futado - Blog da Casa de Cinema

Quem estava prestando atenção já percebeu faz tempo: a antiga imprensa brasileira virou um partido político, incorporando as sessões paulistas do PSDB (Serra) e do PMDB (Quércia), e o DEM (ex-PFL, ex-Arena).

A boa novidade é que finalmente eles admitiram ser o que são, através das palavras sinceras de Maria Judith Brito, presidente da Associação Nacional dos Jornais e executiva do jornal Folha de S. Paulo, em declaração ao jornal O Globo:

“Obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada.”

A presidente da Associação Nacional dos Jornais constata, como ela mesma assinala, o óbvio: seus associados “estão fazendo de fato a posição oposicionista (sic) deste país”. Por que agem assim? Porque “a oposição está profundamente fragilizada”.

A presidente da associação/partido não esclarece porque a oposição “deste país” estaria “profundamente fragilizada”, apesar de ter, como ela mesma reconhece, o irrestrito apoio dos seus associados (os jornais).

A presidente da associação/partido não questiona a moralidade de seus filiados assumirem a “posição oposicionista deste país” enquanto, aos seus leitores, alegam praticar jornalismo. Também não questiona o fato de serem a oposição ao governo “deste país” mas não aos governos do seu estado (São Paulo).

Propriedades privadas, gozando de muitas isenções de impostos para que possam melhor prestar um serviço público fundamental, o de informar a sociedade com a liberdade e o equilíbrio que o bom jornalismo exige, os jornais proclamam-se um partido, isto é, uma “organização social que se fundamenta numa concepção política ou em interesses políticos e sociais comuns e que se propõe alcançar o poder”.

O partido da imprensa se propõe a alcançar o poder com o seu candidato, José Serra. Trata-se, na verdade, de uma retomada: Serra, FHC e seu partido, a imprensa, estiveram no poder por oito anos. Deixaram o governo com desemprego, juros, dívida pública, inflação e carga tributária em alta, crescimento econômico pífio e índices muito baixos de aprovação popular. No governo do partido da imprensa, a criminosa desigualdade social brasileira permaneceu inalterada e os índices de criminalidade (homicídios) tiveram forte crescimento,

O partido da imprensa assumiu a “posição oposicionista” a um governo que hoje conta com enorme aprovação popular. A comparação de desempenho entre os governos do Partido dos Trabalhadores (Lula, Dilma) e do partido da imprensa (FHC, Serra), é extraordinariamente favorável ao primeiro: não há um único índice social ou econômico em que o governo Lula (Dilma) não seja muito superior ao governo FHC (Serra), a lista desta comparação chega a ser enfadonha
Serra é, portanto, o candidato do partido da imprensa, que reúne os interesses da direita brasileira e faz oposição ao governo Lula. Dilma é a candidata da situação, da esquerda, representando vários partidos, defendendo a continuidade do governo Lula.

Agora que tudo ficou bem claro, você pode continuar (ou não) lendo seu jornal, sabendo que ele trabalha explicitamente a favor de uma candidatura e de um partido que, como todo partido, almeja o poder.

X

Annita Dunn, diretora de Comunicações da Casa Branca, à rede de televisão CNN e aos repórteres do The New York Times:

"A rede Fox News opera, praticamente, ou como o setor de pesquisas ou como o setor de comunicações do Partido Republicano" (...) "não precisamos fingir que [a Fox] seria empresa comercial de comunicações do mesmo tipo que a CNN. A rede Fox está em guerra contra Barack Obama e a Casa Branca, [e] não precisamos fingir que o modo como essa organização trabalha seria o modo que dá legitimidade ao trabalho jornalístico. Quando o presidente [Barack Obama] fala à Fox, já sabe que não falará à imprensa, propriamente dita. O presidente já sabe que estará como num debate com o partido da oposição."

Fonte: Artigo publicado no blog de Jorge Furtado/Casa de Cinema de Porto Alegre