30 de junho de 2010

Nota


Da coordenação

O Coletivo O Estopim! Lamenta profundamente a morte do sindicalista e estudante da UFBa Paulo Colombiano, assassinado na noite de ontem (29) juntamente com a sua esposa Catarina Galindo. Ambos eram militantes do PCdoB.

Colombiano era tesoureiro do sindicato dos rodoviários, após compor a chapa vencedora do último pleito ocorrido em Novembro passado.

Cabe a Justiça apurar os fatos e elucidar os motivos do Crime.

TJ-RS autoriza aborto de jovem estuprada pelo padrasto




O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) autorizou, na segunda-feira, que uma jovem de 18 anos realize um aborto após ter sido estuprada pelo padrasto, em Pelotas. A decisão foi tomada pelo juiz Paulo Ivan Alves Medeiros, da 1ª Vara Criminal da cidade

29 de junho de 2010

Israel volta atacar a Faixa de Gaza

Da coordenação

Desde o ataque ao navio que leva ajuda humanitária, tentando furar o cerco israelense a Gaza, o exército de Israel voltou a atacar matando dois palestinos na madrugada dessa sexta-feira (25). A situação, mais do que nunca, parece estar fora de controle, pois mesmo com o isolamento político do Estado Sionista, inclusive pelos seus aliados tradicionais, dentre eles os EUA, o governo israelense não parece disposto em abandonar a sua política de morticínio.

28 de junho de 2010

Obama irá taxar bancos americanos


Da coordenação

Faz tempo que a tese de que “A mão invisível do mercado regula”  foi dissipada dos discursos liberais. Com as crises endêmicas do sistema capitalista e, o agravamento cada vez maior do setor produtivo em detrimento da especulação, o sistema capitalista busca alternativas para superar o seu dilema.





No último sábado o mandatário da maior potência imperialista do planeta, Barack Obama, discursou acerca da economia americana e soltou essa pérola: “"Precisamos impor uma taxa sobre os bancos que foram os grandes beneficiários da assistência pública durante a crise financeira, de modo que possamos recuperar cada centavo do dinheiro do contribuinte”. Não poderia ser mais sintomático, o presidente da maior nação capitalista, falar em taxação dos bancos. Que fique claro que isso ainda não foi aprovado pelo congresso.

27 de junho de 2010

Trabalhadores gregos farão greve geral no dia 29.


Da coordenação.

A catástrofe anunciada pelas economias periféricas da Europa começa a se concretizar no velho continente. As exigências feitas pela União Européia, para que novos membros adentrem o seu manto de vantagens, tem levado diversos países a maquiar as contas internas, apresentando números irreais das suas economias e abrindo um precedente catastrófico para os trabalhadores desses países.

Analistas temem, que o caso grego seja apenas o estopim de países que pleiteiam uma vaga na U.E. gerando uma crise profundamente grave nas economias européias. O clima de instabilidade política no país vem desdobrando a bastante tempo e o leque de soluções tradicionais parece cada vez mais fechado.

Dunga X Globo

Por Diego Rabelo*

Na última semana me deparei com a caixa de e-mails lotada, mais uma vez, por conta de uns dois dias sem checá-la. Aquele caminhão de e-mails onde quase 95% são inúteis e descartados na mesma velocidade em que chegam lá. Os outros 5%, e-mails que tem alguma utilidade, continham diversas mensagens sobre o conflito ocorrido entre um jornalista da globo e o técnico da seleção brasileira, o anão.

Não vale muito adentrar ao mérito da competência do treinador, tampouco ao seu compromisso ideológico, que por vezes exacerba um fanático patriotismo do tipo caudilho a lá Brizola. Mas fiquei muito contente ao ver a TV Globo confrontada nos seus interesses. Convenhamos, isso não acontece todos os dias. A Global esta sendo obrigada a engolir a linha dura do treinador da seleção e isso é bom!

26 de junho de 2010

Convenção do PT bate Copa do Mundo no Twitter brasileiro

Convenção do PT bate Copa do Mundo no Twitter brasileiro

A convenção nacional do PT, através da tag #agoraedilma, ocupou o primeiro lugar do Twitter brasileiro no começo da tarde do domingo passado (13), superando, entre outros assuntos, as tuitadas sobre a Copa do Mundo da África do Sul.

23 de junho de 2010

LULA (AQUELE QUE NÃO ENTENDE DE "BULUFAS" DE NADA!)

Olá companheiros (as) 
Pedro Lima

Lula, que não entende de sociologia, levou 32 milhões de miseráveis e pobres à condição de consumidores; e que também não entende de economia; pagou as contas de FHC, zerou a dívida com o FMI e ainda empresta algum aos ricos. Lula, o analfabeto, que não entende de educação, criou mais escolas e universidades que seus antecessores juntos [14 universidades públicas e estendeu mais de 40 campi], e ainda criou o PRÓ-UNI, que leva o filho do pobre à universidade [meio milhão de bolsa para pobres em escolas particulares] .

Dilma passa a liderar corrida presidencial, mostra CNI/Ibope

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT), passou à frente de seu adversário José Serra (PSDB) em pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quarta-feira.
No quadro que mostra apenas os três principais candidatos na corrida presidencial, Dilma tem 40 por cento de intenção de votos e José Serra recebeu 35 por cento na sondagem realizada entre os dias 19 e 21 deste mês, enquanto Marina Silva (PV) ficou com 9 por cento.

A margem de erro é de 2 pontos percentuais.

Já quando a pesquisa inclui todos os 12 prováveis candidatos a presidente, a petista aparece com 38,2 por cento, seguida pelo tucano com 32,3 por cento e a ex-ministra do Meio Ambiente com 7,0 por cento. O quarto colocado aparece com apenas 0,9 por cento.

22 de junho de 2010

Instituto de Ciências da Saúde da UFBA implantará moderno, caro e questionável sistema de entrada por impressão digital.

Fonte: Blog da diretoria de Saúde do DCE: http://www.saudedceufba.blogspot.com/

Por Rafael Damaceno¹


O Instituto de Ciências da Saúde resolveu implantar um moderno sistema digital de acesso, que todos para adentrar as dependências do ICS terão que estar cadastrados e ter sua digital registrada num sistema com sua foto inclusive. Parece que a intenção do Instituto é evitar que pessoas não “desejadas” entrem e possivelmente possam trazer conseqüências ruins como roubos e furtos, agressões, depredações etc. Entretanto fazendo isso, será que não se está além de discriminar quem não estuda na UFBA, impedir a comunidade a poder utilizar os espaços da Universidade como a biblioteca do ICS ou outras dependências? Será que com isso não estamos cada vez mais deixando a universidade numa bolha acadêmica acessível para poucos privilegiados?





Fórum Acadêmico de Saúde aconteceu em 16 de junho no DAMED.

Fonte: http://www.saudedceufba.blogspot.com/


O FAS - Fórum Acadêmico de Saúde da UFBA aconteceu no dia 16 de junho (quarta-feira) no diretório acadêmico de Medicina da UFBA. Estavam presentes representantes dos DA’s e CA’s de Enfermagem, Bi Saúde, Medicina, Farmácia. Vale ressaltar a presença também de Tâmara (estudante de comunicação e Coord. Geral do DCE) e Fred (estudante de enfermagem e Diretor de Assistência Estudantil do DCE).


O FAS é um importante espaço de articulação do Movimento Estudantil de Saúde. Um espaço aberto e propositivo, que os encaminhamentos só saem por consenso. O DA’s e CA’s presentes levam consequentemente as discussões para suas entidades poderem discutir internamente e assim desenvolver as ações propostas pelo conjunto de DA’s e CA’s de Saúde de nossa Universidade.

21 de junho de 2010

Encontro Estadual da JPT será nos dias 26 e 27 de Junho.



A Juventude do Partido dos Trabalhadores convoca todos e todas jovens petistas a participar do 1º Encontro Estadual da JPT-Bahia. Esse encontro marcará o lançamento da campanha e do programa da juventude para a o governo da Bahia nas eleições de 2010. Será o evento principal para a nossa militância debater, decidir e mobilizar para um grande processo de construção de uma Bahia democrática, justa e desenvolvida, que vai dialogar com a juventude baiana durante a campanha eleitoral.

Chegou a hora das juventudes mais uma vez tomarem lado nessa luta: a juventude rural, urbanos, trabalhadores, estudantes, GLBT, quilombolas, sem-terra, indígenas, negros e negras trazerem sua luta e suas bandeiras para lançarmos uma campanha que aponte para a inclusão social de milhares de jovens baianos, com a derrota das forças do atraso. A partir do encontro, serão formados núcleos de campanha que irão mostrar em cada canto da Bahia o protagonismo jovem nos momentos de decisão política, e afirmar de forma veemente que a juventude baiana está pelas mudanças e não aceitará o retrocesso. É a juventude com Dilma e Wagner para  que o Brasil e a Bahia continuem no caminho do desenvolvimento com inclusão social!

Crise econômica grega ameaça Irlanda, Portugal, Espanha e toda a Eurozona


  1. Por Luiz Alberto Moniz Bandeira

    Irresponsabilidade fiscal, descontrole dos gastos públicos, elevados déficits orçamentários, déficit comercial, corrupção, inflação e estancamento econômico constituem alguns dos fatores fundamentais que levaram a Grécia à beira do default. Com uma dívida pública, como percentual do PIB, da ordem de 124,5%, a maior da União Européia, e um déficit fiscal de 11,3% projetado para 2010 (o segundo maior, atrás da Irlanda, com 12,4%), ela enfrentava e enfrenta enormes dificuldades, assim como, em menor grau, outros países da região, sobretudo Irlanda, Portugal e Espanha. Porém, as agências de classificação de risco (mais de cem, todas sob a influência de Wall Street) agravaram ainda mais a situação, rebaixando a classificação de solvabilidade da Grécia, com o que favoreceram, propositadamente, o ataque ao euro pelos que especulam com as moedas, nas bolsas de valores.

    A erupção da crise econômica e financeira, que abala a Grécia e ameaça a Irlanda, Portugal, Espanha e toda a Eurozona (16 dos 27 Estados-membros da União Européia e outros 9 não-membros da UE que adotam o euro), constituiu um desdobramento, a terceira etapa da crise econômica e financeira deflagrada nos Estados Unidos, com a explosão do mercado imobiliário, no primeiro semestre de 2007, quando grandes corretoras, como Merrill Lynch e Lehman Brothers, suspenderam a venda de colaterais, e em julho do mesmo ano, bancos europeus registraram prejuízos com contratos baseados em hipotecas sub-prime.

20 de junho de 2010

PNDH3: Uma leitura obrigatória


09/06/2010. No dia 21 de dezembro de 2009, foi publicado o decreto presidencial nº 7.037, que instituiu o terceiro Plano Nacional de Direitos Humanos, o PNDH3. Uma avalanche de críticas de setores conservadores recaiu sobre vários pontos do PNDH3, mas a imprensa se esqueceu de noticiar que o documento foi resultado de dois anos de amplos debates.

Clarissa Rihl Jokowski *

Colômbia: O que muda com as eleições?

Da coordenação

A cobertura limitada pelos grandes meios de comunicação sobre as eleições na vizinha Colômbia chega a ser surpreendente. Você leitor, sabia que a Colômbia esta passando por uma eleição majoritária, que já esta no segundo turno e o candidato da situação, tão capacho quanto Álvaro Uribe, tem mais de 60% das intenções de voto? Tudo bem, não precisa ficar com a consciência pesada por uma suposta “desinformação” sua. A verdade é que há muito pouco debate sobre o tema.

Como disse, a eleição foi para segundo turno com dois candidatos conservadores, um deles tradicional, O candidato Juan Manuel Santos, ex-ministro da defesa de Uribe que no ano passado protagonizou a crise diplomática com os seus vizinhos Venezuela e Equador no episódio da invasão ao território Equatoriano em operação contra os guerrilheiros das FARC. O outro de centro, Antanas Mockus, um fanfarrão (não há definição melhor) que corre por fora de numa disputa que já sabemos o resultado de antemão, ou seja, independentemente do resultado se mantém o servilismo aos EUA.

19 de junho de 2010

Lula, imprensa neutra e diversidade informativa

Fonte: Agência Carta Maior

O que é realmente uma imprensa livre? A que temos no Brasil é prisioneira do poder econômico, controlado pelas classes endinheiradas. Rigorosamente aprisionada dos preconceitos e visões destas classes. Imprensa livre de quem, então? A preferência dos barões da mídia é escandalosa. Há uma unanimidade contra a candidata de Lula. Exceção feita, nas revistas de circulação nacional, à Carta Capital. Exceção que também se verifica na chamada mídia alternativa, porém extremamente pulverizada e de escassa circulação nacional. Com todo o heroísmo que significa a sua sustentação. O artigo é de Beto Almeida.

Beto Almeida (*)

18 de junho de 2010

ONU...me faça uma garapa...

 Por Diego Rabelo*

O conselho de segurança da ONU votou na semana passada a questão sobre as sanções ao Irã. O placar de 11 votos a 2 (Brasil e Turquia) com uma abstenção não surpreendeu a comunidade internacional, porém há um elemento simbólico e relevante nessa situação: a postura da política externa brasileira. É fato, muita coisa mudou no planalto desde que o governo liderado pelo Partido dos Trabalhadores assumiu em 2002. Pelo menos em termos de representatividade e formulação o país deixou de ter uma postura entreguista e adesista cega propostas pelas cartilhas imperiais.

12 de junho de 2010

CONVOCATÓRIA DO FAS.


Disciplina e liberdade

Antônio Gramsci

Associar-se a um movimento significa assumir uma parte das responsabilidades dos acontecimentos que se preparam, tornar-se destes acontecimentos os artífices diretos. Um jovem que se inscreve no movimento juvenil socialista cumpre um ato de independência e de libertação. Disciplinar-se é torna-se independente e livre. A água é pura e livre quando corre entre as duas margens de um riacho ou de um rio, não quando se espalha caoticamente no solo ou, rarefeito, paira na atmosfera.

10 de junho de 2010

Dois anos do Coletivo O Estopim!

Por Taisa Ferreira*

Meados de 2008, um grupo de militantes insatisfeito com os vícios na prática de militância, embuidos de divergências de programa e na forma como discussões e decisões eram travadas em seu agrupamento de origem (Juventude Revolução) começa a dialogar e a construir o esboço do que entendem como perspectiva diferenciada para o movimento estudantil.

9 de junho de 2010

Plano Nacional de Cultura (PNC)

Charleandro Machado*

Retomando o conceito original da palavra CULTURA que vem do latim, que significa “cultivar”, e percebendo que, sendo assim, não temos em nosso país uma “monocultura”, tratando-se desse complexo metabiológico que o homem cria. Citam-se crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e identificam uma sociedade, estabelecendo a identidade de certo grupo, num determinado espaço geográfico e cronológico e, sendo essa grande diversidade um importante patrimônio nacional, percebe-se a necessidade de incentivos.

8 de junho de 2010

Por que estaremos com Yulo para DEP. Estadual e Amauri para Federal?

Da coordenação

O coletivo O Estopim! depois de profundas discussões ao longo dos últimos meses definiu o seu apoio para as eleições em outubro. Além de estar de corpo e alma na campanha para eleger a primeira presidenta do país e reeleger o Governador Wagner, o nosso coletivo também apoiará o candidato Yulo Oiticica para deputado estadual e o companheiro Amauri para Federal.

7 de junho de 2010

Artigo do companheiro Yulo no site Pimenta na Muqueca!

Fonte:pimentanamuqueca.com.br/

Yulo Oiticica

O Brasil vai investir R$ 410 milhões até o final deste ano no combate ao crack. Os recursos estão previstos no Plano Integrado para Enfrentamento do Crack, lançado recentemente pelo presidente Lula. O dinheiro será investido em treinamento de profissionais de saúde e assistência social para acompanharem usuários e famílias. É o advento de um luta longa, contra uma droga nova, devastadora, que por ser barata alcança muitos usuários e que o governo precisará do apoio de estados, municípios e da sociedade para enfrentar o problema.

É um ledo engano pensar, contudo, que a idéia surgiu de dentro do gabinete do presidente. Apesar da hipersensibilidade do companheiro Lula, coube a igreja católica, ao longo dos anos, o papel de conduzir a opinião pública até o cerne desta problemática: a família. Ao convocar, todos os anos, a sociedade a refletir através das Campanhas da Fraternidade, a igreja católica assumiu o seu papel pastoril, soerguendo a instituição familiar a sua condição suprema, de núcleo da sociedade.

Quem também defende esta tese é o governador Jaques Wagner. Enfadonho e repetitivo para alguns, o chefe do executivo baiano convoca, rotineiramente, independente do muxoxo deste ou daquele, como se fosse um rabino, pastor ou padre, principalmente no interior do estado, os pais e as mães desta Bahia afora a acompanharem o dia a dia dos seus filhos.

Assim como a igreja católica, Lula e Wagner assumem o papel dos verdadeiros líderes, dando o exemplo de cima, compartilhando responsabilidades, sem fáceis promessas, nem tão pouco palavras ao vento. Fazem isso porque sabem que é uma discussão que extrapola as capilaridades dos governos, adentrando necessariamente no bojo das famílias brasileiras. É uma luta de todos.

Por outro lado, o governo não deixa de cumprir o seu papel. Planejamos uma ação dividida em áreas como saúde, segurança e assistência social aos ex-consumidores de crack, além de uma campanha nacional de prevenção e conscientização sobre o risco da droga. Já estão sendo instalados 11 postos de fronteira que ajudarão no combate ao tráfico de crack no país.

Arregaçar as mangas significa reavivar as conversas familiares, dispondo de mais tempo para os entes.

Na área da saúde, até o final deste ano, será dobrado o número de leitos para receber dependentes químicos. Hoje são 2,5 mil leitos que devem ser ampliados para 5 mil. Iremos ampliar os Consultórios de Rua, postos que levam equipes de saúde – assistentes sociais, auxiliares de enfermagem e profissionais de saúde mental – até os locais onde os usuários de drogas se reúnem. Vamos desarticular as cracolândias.

Para o êxito dessas tarefas é preciso unificar a sociedade. Mas, especialmente, rediscutir de maneira sistemática o papel da família e da religião para combater o crack. Neste sentido, arregaçar as mangas significa reavivar as conversas familiares, dispondo de mais tempo para os entes. Tornar os templos religiosos em locais propícios para conversar, sem discriminações, sem amarras, abertos para o diálogo com as pessoas e os seus problemas.

Infelizmente, vão surgir neste período eleitoral candidatos com soluções mágicas, munidos por varas de condão encontradas numa esquina qualquer chamada “oportunismo”. Mas, como diria Santo Agostinho, “o orgulho é a fonte de todas as fraquezas, por que é a fonte de todos os vícios”. E sabemos que não será com o orgulho que iremos vencer a luta contra o crack no Brasil.

Yulo Oiticica é deputado estadual (PT) e presidente das frentes parlamentares da Juventude e da Assistência Social na Assembléia Legislativa da Bahia.

CARB o que é isso?

Rondinei*

Chega ao fim à gestão do Mosaico do CARB – Centro Acadêmico Ruy Barbosa – da Faculdade de Direito da UFBA e muito provavelmente você estudante não sabe o que significa o CARB para alem de uma sigla as suas reais demandas e as funções na faculdade que não seja a realização do trote. Nada mais natural que assim seja dada a inércia da participação desta gestão do CARB na vida prática do estudante.

O CARB tem por incumbência representar os discentes do curso de Direito, dentro e fora da nossa Unidade, prezando pelas suas necessidades e demandas no intuído de defender os seus direitos. Também, de articular lutas com as entidades estudantis gerais como o DCE, a UEB, a UNE e a nossa Federação fortalecendo o diálogo e promovendo a integração destes estudantes. Infelizmente não foi isso que vimos nessa ultima gestão a qual a nossa entidade de base foi esvaziada pelos seus membros.

Assim, nós estudantes desta faculdade temos a tarefa de construir um CARB que realmente cumpra com essa missão, para tanto é necessário que os estudantes participem deste processo que começou no dia 25 de maio com a realização da assembléia dos estudantes da FADUFBA, tendo como pauta única: a escolha da comissão eleitoral que tem a função de coordenar as atividades do CARB e as eleições para gestão 2010/2011.

A sessão iniciou bastante tensa com duas posições bem definidas: de um lado o grupo liderado pela atual gestão do CARB com a proposta de conservação do statu quo, ou seja, da falta de mobilidade em promover atividades que estimulem o desenvolvimento acadêmico teórico e prático, iniciativas que visem à inter-relação entre os estudantes, a não convocação de assembléias para discutir coletivamente a faculdade – seus problemas, suas necessidades, seus conflitos e até suas conquistas. Compondo outro quadro se apresentam enquanto alternativa para construir um CARB mais ativo, democrático e representativo o grupo de oposição a gestão Mosaico. Este grupo (de oposição) conseguiu vitórias importantes dentro da Assembléia para garantir a legitimidade do processo eleitoral: Garantia do direito a fala dos estudantes presentes, algo que foi submetido a votação em plenário, como se pudesse haver assembléia sem que os presentes e interessados tivessem saciado o deu direito de fala. A livre Expressão e premissa básica de uma assembléia. Outra conquista foi o fato de os representantes da comissão eleitoral das turmas noturno fossem votados à noite com pleito aberto a todos os estudantes de Direito da UFBA, o que garantiu legitimidade na escolha e proporcionou representatividade das turmas do noturno na formação e composição da comissão eleitoral.

Assim dois entre três membros titulares e um entre dois membros suplentes foram votados e eleitos nesta assembléia com dois candidatos ligados à gestão Mosaico eleitos para ocupar a vaga de titular e um candidato ligado ao grupo de oposição eleito para ocupar a vaga de suplência. Ficando uma vaga para titular e uma vaga para suplência a serem eleitos no turno noturno.

Espera-se, lisura e imparcialidade da comissão eleitoral na condução desse processo eleitoral para o CARB. A palavra de ordem dos estudantes de Direito deve ser a Unidade de todos os setores progressistas do curso contra o atual conservadorismo do CARB.

Devemos recolocar o CARB no seu papel de protagonismo no movimento estudantil da UFBa, coisa que a última gestão se empenhou em abalar e destruir.

Rondinei é estudante de Direito da UFBa, Coordenador da ACEB e membro do coletivo O Estopim!

4 de junho de 2010

Entrevista com Frederico e Rafael (Respectivos diretores de Assistência estudantil e saúde do DCE da UFBa)

Editamos aqui a entrevista dos camaradas Frederico Pérez e Rafael Damasceno (Diretores recém-eleitos para o DCE UFBa) na integra. Os camaradas opinam sobre diversos temas que vai desde questões específicas do movimento estudantil da UFBa até o cenário para as eleições presidencias de Outubro. (Na integra)




O.E! Por que e onde começaram a militância?
 
Fred.Iniciei minha vida política enquanto secundarista na Escola Agrotécnica Federal de Guanambi, onde disputei o Grêmio da Escola. Ao ingressar na UFBA, tive a oportunidade de participar de uma mobilização em torno da luta pela ampliação de vagas nas Residências Universitárias da Universidade, onde a partir de uma ocupação de 8 meses de duração abriram diversas portas para a militância política, como o Diretório Acadêmico de Enfermagem e Executiva Nacional das Estudantes de Enfermagem.

Rafa. Na verdade, organicamente a minha militância começou na Escola de Enfermagem da UFBA, quando fui recepcionado pelos integrantes do DA na Semana de Calouros, onde várias questões foram despertadas em mim por meio de discussões e debates neste evento. Porém eu já tinha participado “espontaneamente” da “Revolta do Buzu”, quando estudava no Ensino Médio no Colégio Odorico Tavares em 2003. Esta foi uma das primeiras atividades relacionada aos movimentos sociais participando em um ato nas ruas da capital baiana. Entretanto foi o Diretório Acadêmico de Enfermagem que abriu diversas oportunidades para minha formação política em diversos espaços.
O.E! O coletivo que vocês representam é carregado de história e tradição. Como vocês avaliam o momento dele e suas perspectivas?

Fred. Faço parte do Coletivo Estopim por entender nesse instrumento de organização da juventude uma possibilidade de ascensão organizada para outra sociedade mais justa e igualitária. Através de nossos esforços e pela manutenção da identidade de classe e princípios, temos conseguido ampliar nossas intervenções e sensibilizar outras companheiras e companheiros nesse projeto coletivo. Nunca trememos e nem tememos um debate, por isso somos respeitados enquanto coletivo por se debruçar aprofundadamente sobre os temas que nos arrodeiam.

Rafa. Atualmente milito no Coletivo O Estopim, além de ser Coordenador Geral do DA de Enfermagem e também sou Diretor de Saúde do DCE UFBA. Tive uma significativa participação também na Executiva Nacional dos Estudantes de Enfermagem, porém este não é mais meu âmbito principal de atuação. Estes coletivos/organizações têm atuações diferentes em âmbitos relativamente diferentes. O DA de Enfermagem nos últimos anos tem sido um dos DA’s mais atuantes dentro do ME UFBA, mesmo numa conjuntura de refluxo do Movimento Estudantil. O DCE sofre também por esta situação de desmobilização e refluxo, entretanto a perspectiva para este ano de 2010 é bastante favorável diante de uma unidade formada pela Juventude do PT com a intenção de lutar por uma Universidade realmente Democrática e Popular. O Estopim é um grupo muito importante para minha formação e organização política. Ele acumulou muito neste processo de eleições para o DCE UFBA e hoje tem perspectivas concretas de expansão e fortalecimento de sua base estudantil além de já está também organizando trabalhadores. É um grupo que tem bastante organicidade e disciplina, além de ter quadros com muita formação teórica e prática, além de ser nele onde tenho meus maiores camaradas e parceiros de luta e amizade.

O.E! Qual a avaliação de vocês sobre a conjuntura do M.E. nacional e local?

Fred. Essa avaliação de conjuntura é bem complexa, pois se trata de diversas formas de se entender a estratégia correta de como alcançar determinados objetivos. Nós de O Estopim entendemos que a UNE é a entidade representativa dos estudantes e que os mesmos devem cobrar e participar dos Fóruns de sua entidade. O Movimento Estudantil já tem apresentado alguns projetos de mudanças do atual panorama, mas de forma muito tímida e muitas das vezes sem a autonomia necessária para pressionar Governos e Partidos e a sociedade como um todo. Como o ME é bastante cíclico, sempre nos deparamos com problemas de transição e o sempre presente egocentrismo, que dificulta a unidade de ação em torno de uma luta. Precisamos construir outra via para avançarmos nas nossas conquistas, e com organização política isso se torna mais concreto.

Rafa. Reafirmando a análise na questão anterior, acredito que vivemos num período relativo de refluxo dos movimentos sociais e consequentemente o Movimento Estudantil sofre também com isso. Nacionalmente avalio que temos uma direção da UNE que precisa voltar a guinar a nossa entidade nacional de estudantes para esquerda, pois o que vemos é uma grande burocratização de suas atividade e instâncias e para conseguir mudar este panorama uma das atitudes iniciais é a luta pelas Diretas na UNE. Vemos Executivas de Curso fazendo lutas muitas desarticuladas e muito locais sem sentido prático, não dialogando com sua base estudantil chegando em momentos a serem sectárias. Localmente percebo que o ME UFBA tem suas peculiaridades, porém tem estado também num momento de refluxo. As duas últimas gestões do DCE UFBA não conseguiram agregar tanto a base para suas ações e atividades. Nesta conjuntura o esquerdismo irresponsável cresce e consegue agregar muitos estudantes, desvirtuando-os para uma luta utopista e em muitos momentos longe da realidade concreta.

O.E! Como vocês avaliam o cenário para a composição das chapas para o DCE?

Fred. Na disputa eleitoral do DCE em 2010 foi preciso a unidade de alguns coletivos e militantes independentes em torno de uma plataforma política que nos possibilitasse uma unidade de ação e desse uma dinâmica mais ativa ao Movimento Estudantil geral da UFBA. A pluralidade de pensamentos é algo imprescindível para o fortalecimento de uma democracia representativa e participativa, pois passa a contemplar nesse momento de disputa, diversas alternativas de mudança ou até mesmo projetos de continuidade de uma determinada política ou quem só entra para fazer a “crítica pela crítica”. Compomos a chapa Primavera nos dentes por entender que sozinhos não iríamos alcançar resultados satisfatórios para melhoria das condições de vida dos estudantes e em saber que essa juventude unida vai fazer revolução.

Rafa. A conjuntura pedia esta unidade.Diante do refluxo citado na questão anterior, as forças políticas que fazem o movimento estudantil real na UFBA não poderiam ficar se engalfinhando e lutando umas contra o sucesso das outras. Precisaríamos de uma mínima unidade, pois lutas fundamentais e consensuais não estavam sendo realizadas por causa muitas vezes de uma briga de Ego e de espaço político entre as forças. Esta situação foi muito danosa para o ME UFBA chegando a pontos de as entidades representativas serem negadas em alguns picos de mobilização como a questão da segurança na UFBA. Foi nesta conjuntura que algumas forças da Juventude do PT se organizaram, discutiram um acordo programático para uma intervenção na UFBA através do Diretório Central dos Estudantes. Não foi fácil fechar este acordo programático, afinal são 5 forças diferentes na composição da Gestão da Primavera nos Dentes, e consequentemente muitas vezes tínhamos 5 pensamentos ou métodos diferentes. Entretanto valeu muito a vontade de fazer mo ME UFBa sair da estagnação e assim conseguimos fechar o programa e saímos juntos para vencer umas das eleições mais disputadas e complicadas da história do DCE. Parece até irônico, mas esta eleição, da forma que foi, ajudou ainda mais a firmar esta unidade e esperamos avançar muito neste ano de 2010, pois agora já era, segura a PRIMAVERA!

O.E! O coletivo Estopim, sem dúvidas, foi a organização que mais acumulou o debate sobre assistência estudantil nos últimos anos sendo protagonista de diversas construções sobre o tema. Agora no DCE, será possível de fato fazer avançar a luta?

Fred. A expectativa é positiva e iremos trabalhar para tirar muitos dos projetos do papel e vê-los tornar-se realidade. Para quem está sempre na correria da vida batalhando por mudanças é muito satisfatório ver antes mesmo de sair da universidade suas lutas se concretizarem, a exemplo da criação da Pró-reitoria de Assistência Estudantil, da construção da Residência na Av. Garibaldi e agora mais recente a abertura do Restaurante Universitário de Ondina ao qual tivemos de nos empenhar e derramar nosso suor. Nessa gestão centraremos fogo na campanha “RU a R$ 1,00 JÁ!” e na defesa de “15% do orçamento da UFBA para Assistência Estudantil”, por acreditar que são propostas formuladas, estudadas e com viabilidade de execução por parte da Reitoria. Com esforços conjuntos com outros setores do ME mudaremos esse cenário de descaso de anos para com essa pauta e criaremos um período de formulações de projetos atarvés do fórum de Assistência Estudantil na tentativa de tirar Movimento Geral do ostracismo.

Rafa. Acredito que sim. É uma pauta consensual entre as forças, além de ser uma questão que agrega estudantes, o que é fundamental numa conjuntura de refluxo dos movimentos sociais. Precisamos de métodos e estratégias para dialogar com os estudantes. Trazê-los para a luta junto com o DCE, porém nenhum estudante vai lutar pela revolução socialista, afinal a revolução não está (ainda) batendo a nossa porta, assim precisaremos de métodos para fazê-los ter compromisso com as pautas do DCE e é ai que entra a luta por a Assistência Estudantil, afinal a situação em que vivemos na UFBA nesta questão é alarmante. Confio plenamente no Diretor de Assistência Estudantil (Frederico Perez) e junto com ele que, para min tem o maior acúmulo sobre assistência estudantil, no ME UFBA, poderemos desenvolver diversas atividades para agregar estudantes em torno desta pauta e assim conseguir avançar nas condições de permanência e pós-permanência relacionadas ao tema em nossa Universidade.

O.E! Na área de saúde sabemos que o coletivo também desempenha um papel de vanguarda no movimento estudantil. Quais são as perspectivas para essa diretoria, tendo em vista que tradicionalmente é uma das que mais conseguem avançar enquanto setorial?

Fred.A proposta é de construção com os DA’s e CA’s através do FAS de pautas que venham a tocar naquilo que os estudantes mais necessitam nesse momento, como a possibilidade de trabalhar uma formação em saúde articulada e baseada na construção do SUS. Enfrentaremos o desafio de construir o 1º Encontro dos Estudantes de Saúde da UFBA e convidamos a todos e todas para juntamente conosco focarmos esforços para que o Movimento de saúde da UFBA seja combativo e antenado com as necessidade reais da população e com a mesma construa uma outra perspectiva.

Rafa. Sou suspeito para falar, afinal sou atual Diretor de Saúde do DCE UFBA, entretanto acredito que temos capacidade de avançar muito no debate em saúde no movimento estudantil. Acredito que para isso precisaremos fazer um movimento de reaproximação dos DA’s e CA’s de saúde, pois estes terão uma função primordial de capilarizar e agregar estudantes para o debate e consequentemente para as lutas. Para concretizar esta reaproximação acredito que poderemos ativar o Fórum Acadêmico de Saúde que anda parado. O DA de enfermagem em minha opinião é um dos que mais acumulou no debate pela na Saúde Pública e conseqüentemente na luta pelo Sistema Único de Saúde. Assim minha formação teórica defende intransigentemente uma saúde pública, gratuita e de qualidade. Tentaremos fazer ecoar a opinião dos estudantes de Saúde da UFBA para fora dos muros da Universidade.
O.E! O acirramento causado pela polaridade entre a JPT e a UJS gerou diversos desgastes para o M.E. Vimos uma campanha muito ruim, baseada em meias verdades, fatos inverídicos e acusações. Em decorrência, tivemos uma apuração tumultuada que levou vários dias de indecisão, culminando com invasão da sala de apuração, intimidações e até mesmo quebra-quebra por parte da chapa 3 AMAR E MUDAR AS COISAS/UJS. Na opinião de vocês isso deixará seqüelas para as construções futuras do M.E.?

Fred. Infelizmente alguns fatos lamentáveis aconteceram durante essas eleições. Lembro-me que antes mesmo de iniciarmos a disputa legítima das eleições de DCE, fizemos uma discussão no estopim acerca dos “valores e princípios de uma prática militante” e sobre aquilo que devemos cultuar em todos os momentos de nossa trajetória política e que jamais devem ser esquecidos, como a honestidade, a humildade, a esperança e a confiança de um futuro melhor. Sabemos que muitos membros do ME não exercitam esses valores, e com isso acabam por tornar esse processo cheio de atitudes desastrosas, a exemplo do que os membros da UJS fizeram ao quebrar vidros da janela e a grade de ferro da porta do DCE, insultar a ameaçar fisicamente ditos “companheiros” de militância. O ruim é que apesar de toda denúncia casos como esses se repetem e a política de mentiras se perpetua. Nosso papel é combater essas práticas.

Rafa. Acredito que sim. As práticas exercidas pelos militantes da UJS foram, em muitos momentos, desleais. No movimento de esquerda muitas vezes até temos projetos finais parecidos, porém os métodos para alcançar estes objetivos são em muitas vezes diferentes. Entretanto os movimentos sociais precisam saber lidar com estas divergências, afinal não podemos nos tratar como inimigos de classe. Entretanto as atitudes que foram praticadas nestas eleições chegaram a um ponto extremo de tensão que, em minha opinião, irão trazer muitas dificuldades para nos relacionarmos com a UJS e seus militantes. Porém, ainda assim terão momentos que estaremos juntos, mas se as posturas continuarem esses momentos de unidades cada vez mais estarão escassos. 
O.E! O DCE da UFBa é a mais importante entidade do Estado. Como esse instrumento pode servir a classe trabalhadora baiana?

Fred. Sabemos da importância do DCE da UFBA em diversos momentos da História e sabemos o potencial de mobilização da juventude. Tenho a compreensão de que somos fortes, mas sozinhos não chegaremos longe. Faz-se de imensa importância o DCE se articular com outros segmentos de Movimentos sociais como sindicatos, associações de bairro, CUT, UNE, UEB e entidades secundaristas e demais organizações de trabalhadores e trabalhadoras.

Rafa. Acho que pode servir como um instrumento de capilarização das lutas da classe trabalhadora para o Movimento Estudantil. Além disso, não podemos negar que esta entidade forma muitos quadros para as entidades da classe trabalhadora, dentre eles, partidos, sindicatos dentre outros movimentos. Os estudantes e assim a juventude tem um potencial enorme para dentro das lutas da Classe Trabalhadora e o DCE UFBA tem um potencial organizador de estudantes considerável. Acredito que esta gestão pode ser um motor propulsor neste sentido.

O.E! A forma como os partidos políticos atuam no movimento estudantil nem sempre é a mais construtiva, diríamos até que nos últimos anos tem sido muito mais burocrática do que positiva. Essa afirmação responde inicialmente a dificuldade de compreensão dos estudantes sobre essa relação entre Partido X Movimento. Como podemos superar esse paradigma?

Fred. Podemos superar esse contexto a partir do momento em que os Partidos e o ME compreenderem e inverterem a ordem de relação ao qual se trata as entidades e os instrumentos de organização da juventude. É legítimo um jovem se organizar e se reivindicar membro de um Partido assim como o Partido impulsionar as lutas do Movimento Estudantil e até porque o Partido pensa a sociedade como um todo e a Universidade é apenas uma parte desse universo. O que não dá pra acontecer são os partidos se utilizarem do ME como correia de transmissão de suas políticas e como “escola” para formação de seus quadros e sim trabalhar numa lógica mais produtiva na construção de projetos. O ME também precisa criar outros hábitos e desenvolver sua autonomia financeira, para que não dependa tanto da estrutura dos partidos e dos mandatos parlamentares, ficando como “pidões” e não criam sua própria sustentação.

Rafa. Acho que existe um estereótipo muito grande relacionado com os partidos políticos. Na atualidade e não podemos negar muito disto foi também construído pelos próprios. Esta é uma relação bastante maléfica para a construção da esquerda e assim de uma sociedade diferente. Eu acredito que deveríamos começar a tentar capilarizar uma visão diferente dos partidos políticos, mais parecida com que a que Lênin entendia, afinal não podemos negar a função do partido político que para min é o instrumento essencial para organizar a classe trabalhadora. Assim precisamos também entender a relação dos partidos com o Movimento Estudantil. Precisamos nos relacionar de uma forma que não bucrocratize as ações do ME, porém não podemos sectarizar os espaços querendo negar os partidos. Portanto, sim, os partidos atuais ainda não estão no ideal que eu gostaria que eles estivessem no papel de organização da classe trabalhadora, porém eu acredito no potencial que temos para lutar por uma nova orientação dos partidos políticos e não posso negar, acredito sim no grande potencial do Partido dos Trabalhadores sendo este um fundamental instrumento de organização da classe trabalhadora.
O.E! Palpite sobre as eleições de Outubro.

Fred. Esse ano estará em jogo mais uma vez dois projetos de sociedade totalmente antagônicos. É imprescindível que a juventude e classe trabalhadora tomem para si nesse processo a defesa de um projeto que tem avançado para o crescimento e desenvolvimento social no Brasil, apesar de fazermos as críticas em diversos pontos, mas foi no Governo Lula onde mais se teve investimento em políticas públicas para reparação de problemas sociais historicamente desprezados por outros Governos a exemplo do neoliberal FHC. A esperança em eleger Dilma presidenta do Brasil, primeira mulher a governar esse país é um desafio que a juventude não deve medir esforços e se juntar com os setores progressistas da sociedade em prol dos avanços no país, como maior investimento na saúde e educação, cultura, lazer, geração de emprego e renda, reparação social entre outros tantos benefícios para o povo.

Rafa. Estas eleições são importantes para o futuro do povo brasileiro e assim da classe trabalhadora. Entendo que não podemos negar a função atual do Partido dos Trabalhadores dentro do governo de coalizão. Acredito que muitos avanços foram conseguidos, porém ainda estamos aquém do ideal e acho que o partido dos trabalhadores pode dar grandes guinadas a esquerda neste próximo período, principalmente com Dilma , que pode superar o fenômeno do Lula e do “Lulismo” e voltar o protagonismo do Partido dos Trabalhadores. Também acredito na eleição de Pinheiro e lutarei para a eleição de Yulo (Estadual) e Amauri (Federal) por acreditar ideológica e politicamente nos programas destes.
Mas é isso. Gostaria de deixar uma frase de Che que me empolga muito: “Os grandes só são grandes por estarmos os enxergando ajoelhados.”

1 de junho de 2010

Uma direita atônita

Da coordenação.

No decorrer dos últimos anos vimos a direita brasileira ter o seu discurso esvaziado para a disputa eleitoral de 2010. Isso refletiu na imensa dificuldade que tiveram de firmar o nome do seu representante para o pleito, gerando um grande desgaste e uma imensa confusão no meio conservador. A mídia tupiniquim se viu obrigada a tomar alguma iniciativa para tentar minimizar o papelão dos seus representantes institucionais. Chegaram até a realizar um grande fórum, de parte da categoria – Todos representantes de grandes jornalões, onde o discurso “radicalizado” a direita, sugeriu, inclusive, uma grave crise de direção(rs) entre os mesmos.

Caso Battisti

Por Diego Rabelo*

A luta do ex-guerrilheiro dos PAC Cesare Battisti deu origem a um livro interessante, “Minha fuga sem fim”. A história é bem instigante, na verdade é uma mescla de autobiografia com estórias policiais. Em certos momentos inclusive, é difícil distinguir onde para o relato e se iniciam as estórias.

O certo é que com o debate sobre os direitos humanos colocado no centro das questões para os movimentos sociais, não podemos passar batidos sobre o caso Battisti. Com o atual estágio de desenvolvimento do capitalismo e sua jurisdição é absurdo cogitar que algo semelhante ao caso possa se concretizar em favor da extradição. Não há provas! O Acusado jamais fora ouvido em um tribunal italiano. Tudo se baseia em indícios, no mínimo esdrúxulos de quatro assassinatos cometidos em regiões diferentes da Itália em menos de duas horas.

Não há suporte válido para incriminar Cesare. Mas por que esse afã do governo italiano em sua extradição? Difícil saber ao certo, mas as hipóteses são diversas que muitas vezes chega próxima da teoria da conspiração. É difícil entender o motivo do governo italiano em oferecer ao governo francês a troca da liberdade de Cesare pela construção de uma estrada de ferro que possibilitaria o escoamento de matérias primas por toda Europa.

O governo do Partido dos Trabalhadores tão protagonista na sua política externa não pode aceitar a pressão dos fascistas italianos que querem usar Cesare como bode expiatório de uma história sangrenta enterrada pelos anos de chumbo. Deportar Cesare significa coadunar com a criminalização dos movimentos sociais. Significa aceitar a lógica eterna de periferia das potências tradicionais. Significa que estaremos dando muitos passos atrás no importante debate sobre direitos humanos.

Lula, liberte Cesare!

*Rabelo é estudante da UFBa, ativista da luta por direitos humanos e militante do coletivo marxista O Estopim!

Movimento contra a extradição de Cesare Battisti

Do blog: http://rogeliocasado.blogspot.com/

Brasil - Repressom

Segunda, 03 Maio 2010 12:09

Passa Palavra - A decisão sobre extraditar ou não extraditar Cesare Battisti para a Itália está nas mãos do presidente Lula. A questão lhe foi entregue nesses moldes pelo acórdão de 15 de Abril do Tribunal Supremo brasileiro.

Mas é da maior importância que esse objetivo, a ser atingido brevemente, seja alcançado por meio das vozes que se levantam nas ruas, nos bairros, nas escolas e faculdades. Não é apenas a libertação física e formal de Cesare que está em causa, são também as causas - revolucionárias e anticapitalistas - que o levaram à prisão.

Como o Passa Palavra refere no recente artigo Libertação de Cesare Battisti: dilemas e problemas, esta luta não é separável do contexto de criminalização dos movimentos sociais que se vive agora no Brasil e no mundo. Por isso é da maior importância que os movimentos sociais brasileiros compreendam quão relevante pode ser esta luta particular para o avanço das suas lutas mais gerais.

Mas que posso eu fazer para se ouvir a minha voz neste caso?, perguntará você.

Além da assinatura da petição, há muitas iniciativas possíveis, nos mais diversos contextos.

Nos bairros, nas empresas, nas escolas e faculdades, difundir pequenos cartazes e panfletos volantes pressionando o presidente Lula para libertar Cesare.

Na internet, nos espaços de sociabilidade virtual, nas listas de emails, fazer circular petições, abaixo-assinados, declarações, pressionando o presidente Lula.

Estimular os coletivos, associações, sindicatos, movimentos sociais a tomarem posições públicas pressionando o presidente Lula.

Realizar atos públicos em todo o lado, pressionando o presidente Lula para negar a extradição de Cesare e o libertar de imediato.Não falta o que fazer, e o que quer que se faça é por demais urgente.

Assine AQUI a petição a entregar ao presidente Lula (assinaturas até 10 de Maio próximo) E transmita esse endereço aos seus amigos e conhecidos.

Obrigado.

Libertação de Cesare Battisti: dilemas e problemas

O debate Cesare Battisti, três anos de prisão política, que realizámos e transmitimos ao vivo no dia 15 de Abril (veja aqui), levantou várias questões, não só as que foram expostas pelos oradores na mesa e as que foram colocadas na sala e pelos espectadores na internet, mas ainda as que alguns de nós, do colectivo do Passa Palavra, pensámos e discutimos em seguida.

É urgente libertar Cesare Battisti. E, na situação jurídica a que se chegou, sobretudo depois da publicação em 16 de Abril do acórdão do Supremo Tribunal Federal, quem pode libertar Battisti é o presidente Lula. Assim, todos os problemas parecem resumir-se a um só: como influir na decisão do presidente?

Colocada a questão deste modo, a resposta parece óbvia. É necessário efectuar pressões nos bastidores do governo e para isto deve obter-se o apoio de personagens influentes. Foi neste sentido que se exprimiu a mesa no debate. E, goste-se ou não se goste, esta conclusão é incontroversa para quem tenha realmente o objectivo de alcançar a libertação de Cesare Battisti.

A conclusão é incontroversa mas não se esgota por si só, porque no mercado da política, tal como no mercado de bens e serviços, nada se dá, tudo se troca, e quem obtém de um lado deve fornecer por outro. A possível libertação de Cesare, sobretudo num ano eleitoral, é contabilizada em termos de votos. «O caso de Battisti está se tornando moeda de troca eleitoral, como pôde-se ver no debate», salientou Iraldo Matias num comentário on line. «O compromisso eleitoral sempre cria essas vias corporativistas de apoio a certos candidatos, em troca de "ajuda" a esta ou aquela causa particular. Nunca se ultrapassa essas demandas imediatas e fragmentárias. A solidariedade a um militante vale quantos votos?» A questão é pertinente. Lula vai libertar Cesare e este acto pode fazer com que Dilma Rousseff perca quantos eleitores? E quantos eleitores pode ela ganhar com a libertação de Cesare?

Mas a questão não termina aqui. Cesare em liberdade não se reduz a um peão no xadrez eleitoral. O dilema é ainda mais grave porque o presidente Lula não só não é uma pessoa de esquerda como − muito pior − é uma pessoa que no passado foi de esquerda e agora deixou de o ser.

Assim, já não é só de Cesare Battisti que se trata, mas do fortalecimento de mecanismos políticos contra os quais ele lutou enquanto militante dos Proletari Armati per il Comunismo, na Itália dos anos setenta. «[...] este problema que atingiu a Europa inteira na perseguição aos partidos políticos e movimentos populares», como Douglas Anfra destacou nos comentários on line, «resultou na tensão que conduziu à luta armada contra os assassinatos de militantes». Foi contra aqueles mecanismos políticos que os mais velhos de nós lutaram também nos mesmos anos em outros lugares. É contra eles que todos nós lutamos hoje. Será que só libertaremos Cesare Battisti a custo de renegarmos tudo aquilo por que ele lutou? Mas nós queremos a liberdade para um Cesare vitorioso, não para um Cesare derrotado. Parece-nos indispensável que a campanha para libertar Cesare Battisti sirva também para prolongar − na época actual e com os meios de hoje − o combate que Cesare e os seus companheiros de há trinta ou quarenta anos atrás travaram contra a exploração capitalista.

Para que a libertação de Cesare corresponda a uma vitória de Cesare, a uma vitória do que ele representa, seria necessário que as pressões sobre o presidente Lula não se devessem apenas a personalidades bem instaladas nos bastidores do governo. Seria necessário que os movimentos sociais, que mobilizam em todo o Brasil muitas centenas de milhares de trabalhadores, tivessem dito a sua palavra acerca do assunto. Talvez seja muito pedir que tivessem feito alguma coisa. Mas pelo menos que tivessem dito alguma coisa. Num dos comentários ao debate escreveu Otto: «Me parece que a questão central é essa passividade dos movimentos sociais em relação ao caso Cesare. Será que não caiu a ficha?» «Realmente, o que me impressiona», insistiu José noutro comentário, «temos movimentos no Brasil que promovem ocupações, greves, oposições sindicais. Cadê eles? Aonde estão?» O apoio a Cesare, como observou alguém da assistência, não contou com eles.

Será que a campanha de criminalização dos movimentos sociais os está a tornar bem comportados, para mostrarem na prática que respeitam as regras do jogo da democracia capitalista? Mas é precisamente isto que os governantes e os patrões querem, fazerem-nos obedecer às regras que o capitalismo dita. Se for isto que está a suceder, os movimentos sociais perdem duplamente. Perdem, primeiro, porque recuam quando podiam atacar os pontos frágeis do inimigo. Perdem, depois, porque recuam para um terreno que não é aquele onde os movimentos sociais têm força, mas para o terreno das instituições capitalistas. Será que a situação está tão má que justifique o comentário feito on line por Mané? «Me parece que não é exatamente uma apatia. O segredo reside no seguinte: a maioria dos movimentos estão institucionalizados, e jogam suas fichas na via parlamentar. Daí dá para entender o seu silêncio e passividade. É a miséria da esquerda!». Será necessária «a miséria da esquerda» para conseguir a libertação de Cesare Battisti?

Iraldo Matias, no seu comentário ao debate, acertou no alvo ao escrever: «percebi que o argumento maior a favor de Battisti é sua suposta "inocência". Se ele não for "inocente", deixa de ser merecedor da solidariedade da esquerda?? Ou apenas a esquerda "light" é politicamente defensável, diante das atrocidades que o Estado comete, principalmente nos tempos do fascismo italiano?»

Nós faremos tudo o que for necessário fazer − o quer que seja − que possa contribuir para a libertação de Cesare Battisti. E continuaremos a fazer tudo o que for conveniente e oportuno para dar continuidade aos desejos de uma vida diferente, que levaram Cesare à prisão.