23 de janeiro de 2012

Diversidade Sexual e o Ambiente Universitário - 9º ENUDS

Acreditamos que o papel da Educação é de promover o estranhamento a toda forma de discriminação e de desigualdade, sendo peça fundamental na defesa da cidadania e do exercício pleno dos direitos humanos da população LGBT.

                                                                                          Todavia sabemos que tratar das diversas formas de viver as sexualidades na sociedade contemporânea, ainda se caracteriza, sobretudo como um grande desafio, uma vez que implica em atravessar conflitos frente um contexto marcado historicamente por valores machistas, sexistas, heteronormativos, estes que permanecem sendo proliferados, renegando a multiplicidade de culturas, raças, religiões e orientações sexuais e legitimando uma série de violências e opressões.



Dada atual conjuntura social, demarcada por crescente visibilidade da população LGBT, crescente acesso a políticas públicas, mas também com crescente estatística de assassinatos, agressões, violências simbólicas, exclusão social, preconceitos e ações discriminatórias nas ruas, nas escolas e até mesmo no Congresso Nacional, compreendemos que é necessário o desenvolvimento de ações que contribuam para a construção de uma sociedade justa e equânime e que garantam os direitos humanos.

Nesse sentido, defendemos o ambiente universitário como um espaço fundamental de quebra de estereótipos, de reconstrução de paradigmas e de ressignificações de conceitos e práticas, no intento de contribuir com a construção de uma universidade, e conseqüente uma sociedade, onde a livre expressão da afetividade humana, bem como a sua diversidade, se constitua enquanto um valor preservado e cultivado entre todas as pessoas.

Tratar das questões pertinentes à sexualidade humana e consequentemente destas no âmbito acadêmico é sem sombra de dúvidas um grande desafio a ser vencido numa sociedade em que inúmeros desrespeitos à condição humana são deflagrados diariamente através de ações que se confrontam com os direitos fundamentais do ser humano.

O enfrentamento a esses desafios se fazem pela real necessidade de superarmos atitudes meramente condenatórias no que tange a sexualidade e diversidade sexual humana, pela necessidade de resgatar o espaço acadêmico enquanto ambiente que possa viabilizar práticas pedagógicas que celebrem a diversidade cultural, ao invés de abafá-la, bem como pela necessidade de revisão e ampliação de conceitos, condutas e políticas em relação a sexualidade e diversidade de orientação sexual no meio educacional, questões que nas nossas universidades quando construídas são de maneira extremamente tímidas.

Dentre os elementos impulsionadores de nossa ação apontamos o apoio ao Encontro Nacional Universitário sobre Diversidade Sexual – Enuds – que é fruto da militância de estudantes dentro do movimento estudantil com a intenção de discutir a luta contra a violência homofóbica dentro das universidades brasileiras.

O Encontro surgiu a partir da mobilização de estudantes para o “Ato CONUNE”, realizado em junho de 2003, durante o 49º Congresso da UNE, em Goiânia, com o objetivo de denunciar a homofobia existente dentro do movimento estudantil. Atualmente, o evento se encontra em sua nona edição a ser realizada na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador, entre os dias 1 e 5 de fevereiro de 2012, com o tema Raça e Religiosidade: Abrangendo as Fronteiras da Diversidade Sexual.

Para saber mais sobre o 9º ENUDS: http://nonoenuds.blogspot.com/
(Texto de Taisa Fereira, colaboração de O Estopim)

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