10 de abril de 2012

O trunfo do pragmatismo petista.







por Diego Rabelo*

O livro de Amaury Ribeiro Jr continua dando o que falar na mídia alternativa a revelia do silêncio ensurdecedor da grande mídia tupiniquim. Enquanto isso o deputado Protógenes Queiroz, na sua busca insaciável por holofotes, cumpriu um relevante papel ao coletar as assinaturas necessárias para a abertura do que vem se convencionando chamar de CPI da privataria. O posicionamento do governo é dúbio, pois, se de um lado as denúncias reabrem feridas no seio do tucanato, por outro nem mesmo o alto comando petista sabe onde isso vai parar e segue adotando uma postura cautelosa. 


A conjuntura que se arrasta ao longo dos últimos anos nos mostra que os partidos tradicionais da direita brasileira, incapazes de construir um discurso para as massas, se afundam em crises cada vez mais nebulosas. As disputas internas do PSDB jamais fora tão viscerais e o semi-defunto do DEM segue gota a gota para os seus últimos suspiros em agonia, espalhando os seus destroços como no caso Demóstenes-VEJA-Cachoeira. É daí que a imprensa tradicional resolve se organizar e fazer o que os seus representantes não dão mais conta, articulando uma onda de acusações nos seus veículos construindo um sentimento de corrupção em todo e qualquer espaço político.




Mas o que deveria ser uma excelente oportunidade para investigar a fundo a conduta privatista, corruptível e corruptora dos dois mandatos de FHC, simplesmente não deslancha por conta do próprio PT. Uns falam em governabilidade, afinal muitos aliados de hoje foram os “privatadores” de ontem, outros falam de descrédito da “classe” política e que mais uma investigação deste porte trará danos irreparáveis na relação eleitor\eleitorável. Por que não devemos investigar? Porque a CPI da privataria Tucana não sai com tatos fatos e elementos que comprovam os atos de improbidade no (des)governo tucano? 

Talvez seja simplesmente o trunfo do pragmatismo petista para manter uma oposição silenciada pelos seus débitos passados.

_________________________________
*Diego Rabelo é estudante de Museologia na UFBA e diretor de Direitos Humanos da UNE



Nenhum comentário:

Postar um comentário