1 de fevereiro de 2013

Balanço do 14º CONEB da UNE


No último dia 18 de janeiro iniciou-se o 14º Conselho Nacional de Entidades de bases da União Nacional dos Estudantes na Universidade Federal de Pernambuco em Recife. O encontro teve como tema a reforma universitária e contou com diversos palestrantes que contribuíram acerca do balanço e das novas perspectivas do ensino superior no país.

Do ponto de vista dos debates e gt´s pode-se afirmar que esse conselho oportunizou uma maior e melhor discussão acerca das diversas temáticas. Ainda assim, mesmo melhor organizado, o CONEB continua insuficiente para o tamanho das pautas dos estudantes brasileiros. Os problemas de infra-estrutura continuam a afastar os menos resistentes e os atrasos em todos os espaços, tornam a plenária final maçante e carente de um conteúdo melhor desenvolvido.


Para além das questões estruturais dos seus congressos, a UNE experimenta um momento diferenciado da última década marcada por cisões e falta de representatividade. Se por um lado a crítica a burocracia representada pelo campo majoritário se mantém, por outro percebe-se o retorno de diversos setores e entidades que haviam abandonado a disputa da entidade. Diversas executivas e federações de curso se fizeram presentes contribuindo com a discussão, além de coletivos estaduais e organizações políticas que retomam as trincheiras da nossa entidade.

O exemplo desse retorno são os companheiros da Consulta Popular que intervém enquanto Levante Popular da Juventude e passam a construir um campo político que esteve muito fragilizado, principalmente nesta última gestão após a cisão do coletivo “Reconquistar a UNE”. A partir da resolução de movimento estudantil defendida por esse campo que conta com nós do Refazendo, a Reconquistar, Une é Pra Lutar, Quilombo, Mudança e próprio Levante é necessário uma análise mais acurada da movimentação deste último. Uma leitura mais precisa da movimentação deste novo campo precisa ser atualizada bem como impulsionada, pois, o nosso receio é que o pragmatismo em ocupar os espaços de direção da UNE se sobreponha a construção de uma alternativa responsável a entidade capaz de aglutinar outros setores.
Para, além disso, uma outra análise sobre um outro coletivo também precisa ser melhor caracterizada. A “Mudança” finalmente rompeu com o campo majoritário da UNE e se estabelece a partir de uma relação política muito próxima com o Coletivo Quilombo neste bloco. A vida real e cotidiana do movimento estudantil demonstrará com maior clareza a capacidade e o limite dos acordos que teremos de agora em diante entre essas diferentes organizações.

Esses acordos precisam se estabelecidos a partir de uma política bem definida e que tenha lado diante das disputas de interesses pelos rumos da educação. Uma das questões essências é a EBSERH que deve despertar uma maior atenção por parte do movimento estudantil que, em tese, esta unificado em torno da pauta. Devemos organizar conjuntamente com as executivas de curso da saúde lançar um grande movimento nacional para potencializar e organizar a luta contra este decreto privatizante. O CONEB aprovou uma moção bastante avançada acerca da pauta e devemos a partir de agora discutir mecanismos para barrar a EBSERH onde ela ainda não foi aprovada e organizar a luta onde, infelizmente, ela passou.

Neste sentido, nos dirigimos ao conjunto dos estudantes brasileiros no intuito de despertamos para as demandas atuais do movimento educacional. Devemos estar em contante processo de mobilização em torno dos 10% do PIB pra educação, bem como na defesa intransigente dos royaltes do pré-sal para a mesma. Não daremos um passo atrás que não seja para tomar mais impulso e aprofundar as conquistas deste setor tão estratégico para a nação.

Em tempo, convocamos o II seminário de Direitos Humanos da UNE para a cidade de Florianópolis no mês de Abril com a data ainda por se definir. Esse espaço de reorganização da luta pelos direitos humanos deve impulsionar um novo movimento nacional capaz pressionar os resultados da comissão nacional da verdade, bem como estabelecer (de fato) a comissão da verdade da própria União Nacional dos Estudantes.

Saudações estudantis,

Refazendo a UNE.

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