No último dia 18 de janeiro iniciou-se o 14º Conselho
Nacional de Entidades de bases da União Nacional dos Estudantes na Universidade
Federal de Pernambuco em Recife. O encontro teve como tema a reforma
universitária e contou com diversos palestrantes que contribuíram acerca do
balanço e das novas perspectivas do ensino superior no país.
Do ponto de vista dos debates e gt´s pode-se afirmar que
esse conselho oportunizou uma maior e melhor discussão acerca das diversas
temáticas. Ainda assim, mesmo melhor organizado, o CONEB continua insuficiente
para o tamanho das pautas dos estudantes brasileiros. Os problemas de
infra-estrutura continuam a afastar os menos resistentes e os atrasos em todos
os espaços, tornam a plenária final maçante e carente de um conteúdo melhor
desenvolvido.
Para além das questões estruturais dos seus congressos, a
UNE experimenta um momento diferenciado da última década marcada por cisões e
falta de representatividade. Se por um lado a crítica a burocracia representada
pelo campo majoritário se mantém, por outro percebe-se o retorno de diversos
setores e entidades que haviam abandonado a disputa da entidade. Diversas executivas
e federações de curso se fizeram presentes contribuindo com a discussão, além
de coletivos estaduais e organizações políticas que retomam as trincheiras da
nossa entidade.
O exemplo desse retorno são os companheiros da Consulta
Popular que intervém enquanto Levante Popular da Juventude e passam a construir
um campo político que esteve muito fragilizado, principalmente nesta última
gestão após a cisão do coletivo “Reconquistar a UNE”. A partir da resolução de
movimento estudantil defendida por esse campo que conta com nós do Refazendo, a
Reconquistar, Une é Pra Lutar, Quilombo, Mudança e próprio Levante é necessário
uma análise mais acurada da movimentação deste último. Uma leitura mais precisa
da movimentação deste novo campo precisa ser atualizada bem como impulsionada,
pois, o nosso receio é que o pragmatismo em ocupar os espaços de direção da UNE
se sobreponha a construção de uma alternativa responsável a entidade capaz de
aglutinar outros setores.
Para, além disso, uma outra análise sobre um outro coletivo
também precisa ser melhor caracterizada. A “Mudança” finalmente rompeu com o
campo majoritário da UNE e se estabelece a partir de uma relação política muito
próxima com o Coletivo Quilombo neste bloco. A vida real e cotidiana do
movimento estudantil demonstrará com maior clareza a capacidade e o limite dos
acordos que teremos de agora em diante entre essas diferentes organizações.
Esses acordos precisam se estabelecidos a partir de uma
política bem definida e que tenha lado diante das disputas de interesses pelos
rumos da educação. Uma das questões essências é a EBSERH que deve despertar uma
maior atenção por parte do movimento estudantil que, em tese, esta unificado em
torno da pauta. Devemos organizar conjuntamente com as executivas de curso da
saúde lançar um grande movimento nacional para potencializar e organizar a luta
contra este decreto privatizante. O CONEB aprovou uma moção bastante avançada
acerca da pauta e devemos a partir de agora discutir mecanismos para barrar a
EBSERH onde ela ainda não foi aprovada e organizar a luta onde, infelizmente,
ela passou.
Neste sentido, nos dirigimos ao conjunto dos estudantes
brasileiros no intuito de despertamos para as demandas atuais do movimento
educacional. Devemos estar em contante processo de mobilização em torno dos 10%
do PIB pra educação, bem como na defesa intransigente dos royaltes do pré-sal
para a mesma. Não daremos um passo atrás que não seja para tomar mais impulso e
aprofundar as conquistas deste setor tão estratégico para a nação.
Em tempo, convocamos o II seminário de Direitos Humanos da
UNE para a cidade de Florianópolis no mês de Abril com a data ainda por se
definir. Esse espaço de reorganização da luta pelos direitos humanos deve
impulsionar um novo movimento nacional capaz pressionar os resultados da
comissão nacional da verdade, bem como estabelecer (de fato) a comissão da
verdade da própria União Nacional dos Estudantes.
Saudações estudantis,
Refazendo a UNE.
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