29 de setembro de 2013

Moção de repúdio as declarações do vereador Délcio Mascarenhas


O Coletivo O Estopim! vem através desta moção repudiar veementemente as declarações racistas do vereador e ex-presidente da Câmara de Vereadores do município de Santo Antônio de Jesus, Délcio Mascarenhas (PP), contra o seu colega de parlamento, Cristiano Sena (PT), ocorrida durante sessão da última terça-feira (24), onde o edil se referiu ao petista taxando-o de " preto, descarado e vagabundo".

Reafirmamos o nosso posicionamento contrario a toda e qualquer forma de racismo. Acreditamos que declarações como esse, ainda mais vindas de um representante eleito democraticamente pelo povo, só reproduz um discurso vazio e intolerante que deve ser repudiado por tod@s. Infelizmente fatos como esse só confirmam que apesar dos avanços que a população negra obteve nos últimos anos a discriminação racial ainda precisa ser fortemente combatida em nosso país.

27 de setembro de 2013

Milton Santos é homenageado em conquista histórica: Comissão da Memoria e Verdade da UFBA!

  1. Em 09 de abril de 1964 o Conselho Universitário da UFBA posicionou-se ferozmente a favor e em defesa irrestrita do golpe militar.”Congratula-se com a vitória da democracia contra o comunismo e saúda as gloriosas forças armadas por defenderem os interesses da nação”. 
  2. Se por um lado, a Universidade colaborou institucionalmente com o golpe de 1964, por outro , esta mesma instituição foi um dos maiores palcos de resistência, ao regime de exceção. A UFBa enquanto instituição burocrática apoiou, mas muitos resistiram e deram suas vidas em defesa da democracia.
  3. Mais de vinte anos depois, a sessão ordinária do Conselho Universitário aprovou a Comissão da Memória e Verdade da UFBA. Tardiamente lançada, a comissão, que ainda não tem sua composição definida, deve ser compreendida como uma vitória daquel@s que lutam em defesa da democracia na universidade.
  4. De nome Comissão da Memoria e Verdade Milton Santos UFBA, em homenagem ao intelectual e ativista baiano,a comissão terá a árdua tarefa de revelar-nos a verdade de nossa historia, e contribuir para que possamos varrer os resquícios da ditadura militar nessa universidade. Resgatar nossa história, ainda que doa.

6 de setembro de 2013

Um ponto final nessa história de racismo?

 “Se até Morgan Freeman falou que não temos que falar nesse negocio de racismo, porque eu, universitárix, vou falar disso? Isso irrita. Para vocês tudo é racismo. O que eu digo não é racismo, é só minha opinião.”
Tradicional discurso racista de universitarixs Brasil afora.


A ofensiva racista cresce a passos largos, mesmo com todas as lutas pela garantia dos direitos humanos, sociais e contra o preconceito no Brasil e no Mundo. Enganam-se os que pensam que o lugar tido com tradicional de produção do saber, a universidade, está livre deste mal secular: visivelmente presente nos trotes, o racismo nas universidades ganha diferentes facetas para dificultar a sua denuncia e combate.

Este ano diversas declarações de universitárixs ganharam a primeira página de jornais impressos e muito debate nas redes sociais por confessado cunho racista. Foi assim no caso de uma aluna de Publicidade e Propaganda da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) que vinculou no seu twitter, no último dia 31, a frase "Acabei de quase ser atropelada por um casal de negros. Depois vocês falam que é racismo né, mas TINHA QUE SER, né?". Como se não achasse pouco a expressão “Tinha que ser, né?” afirmando seu racismo, a aluna da PUC-RS incrementou: "Eu não sou racista, aliás, eu não tenho preconceitos. Mas, cada vez que aprontam uma dessas comigo, nasce 1% de barreira contra PRETOS em mim".

1 de setembro de 2013

Comissão da Verdade da UFBA: “antes tarde do que nunca”.


Com mais de um ano após a criação da Comissão Nacional da Verdade, a Universidade Federal da Bahia, berço de resistência à Ditadura Militar em nosso estado, se articula na perspectiva da criação de sua própria comissão da verdade.

É bem verdade que isso representa o reflexo do que vem ocorrendo em todo o país. Desde a criação da Comissão Nacional da Verdade, em 16 de maio do ano passado, muito por pressão da Sociedade Civil e de organizações ligadas aos Direitos Humanos, Universidades, Sindicatos, Assembléias Legislativas e Entidades Estudantis vêm criando as suas comissões da verdade, mostrando, dessa forma, a importância desses colegiados na constituição de nossa Memória Nacional.

A história de nosso país é repleta de intervenções militares. De 1964 a 1985, por exemplo, o Brasil viveu um dos períodos mais conturbados em sua história: o Regime Militar. Foram longos 21 anos onde a democracia, que desde a Constituição de 1946 já oferecia plena liberdade individual aos cidadãos, fora cerceada. E na Universidade Federal da Bahia isso não foge a regra. Enquanto reduto de resistência e espaço de intensa agitação política, sobretudo à época do Regime Militar, a comunidade UFBA sofreu em demasia durante esse período de extremo autoritarismo e constante violação dos Direitos Humanos.

Vale lembrar que esta Instituição posicionou-se vorazmente á favor do regime militar. O Conselho Universitário do dia 09 de abril de 1964 não somente regojizou em defesa da intervenção das forças armadas “em prol dos interesses nacionais contra o comunismo", como também reafirmou o jubilamento de uma série de estudantes, invasão da Residência Universitária 3 e punição ás lideranças estudantis de centros acadêmicos, dce e ueb. Esta sessão do CONSUNI, inclusive, reafirma a exoneração de um funcionário, Isidoro Batista, por ser "negro, funcionário, analfabeto e agitador", e é assinada também por Alceu Hiltner, que hoje é o nome do PAF2.