14 de fevereiro de 2017

Avaliação da 10º Bienal da UNE

 
 
Aconteceu entre os dias 29 de janeiro e 01 de fevereiro de 2017, no Centro Dragão do Mar de Cultura e Arte, em Fortaleza-CE, com o mote "Feira da Reinvenção", a 10º Bienal da União Nacional dos/as Estudantes - dando início as comemorações dos 80 anos da nossa entidade máxima de representação.

Segundo a direção da UNE, cinco mil estudantes de todo o Brasil participaram desta edição. O público teve acesso a parte da cultura e das artes produzidas atualmente nas universidades pelo Brasil, bem como tiveram a oportunidade de acompanhar uma série de debates e amostras com convidados/as das áreas do teatro, música, cinema e literatura.

Os movimentos estudantil e de cultura se mostraram mobilizados para barrar o golpe que sofremos em 2016. Achávamos que nessa Bienal poderíamos utilizar essa energia para melhor organizar esses setores, porém isso não aconteceu como desejávamos. Por diversos motivos, políticos e estruturais, algumas organizações tiveram enorme dificuldade em imprimir sua política na Bienal. Alojamentos distantes, com pouca estrutura, dificuldade de alimentação, dentre outras, são só alguns exemplos dos diversos desafios de se construir um espaço mais produtivo. Mesmo assim, o evento foi importante para as formulações, trocas, debates, interações, produções, diálogos sobre a cultura, ciência, novas tecnologias, comunicação, artes e para o movimento estudantil.

Diante dos acontecimentos ocorridos na Bienal, fica nítido que o movimento estudantil brasileiro precisa mudar radicalmente suas práticas e reinventar seus métodos de atuação. O tema "Feira da Reinvenção" não conseguiu, muito por influencia da força que dirige a entidade há quase 30 anos, envolver o conjunto das forças que dirigem a UNE para que a organização do festival fosse de fato democrática.

Nós do Coletivo O Estopim! acreditamos no processo de avaliação enquanto ferramenta para avançarmos nas lutas. Por isso se faz necessário o reconhecimento de que a 10º Bienal da UNE poderia e deveria ter cumprido um papel importante na organização dos estudantes para barrar os retrocessos impostos pela agenda conservadora e neoliberal do governo Temer.

Infelizmente há algum tempo as Bienais da UNE tem se tornado espaços esvaziados de política e resumidos a grandes culturais. Nessa perspectiva, é importante salientar que desde 2013 a direção da UNE não convoca um Conselho Nacionais de Entidades de Base - CONEB, importante espaço de discussão e deliberação do movimento estudantil e suas entidades de base.

Faltou debater política, conjuntura, e retirar diretrizes de atuação para a UNE para os próximos tempos que serão duros. Se faz urgente e necessário uma autocrítica a esquerda para compreender o papel da entidade e da organização do conjunto do movimento estudantil diante do cenário que vivemos no Brasil e no mundo. Acreditamos que apesar do imobilismo e da dificuldade de diálogo da direção majoritária, a UNE continua sendo um importante instrumento de luta que deve estar a serviço das/dos estudantes e do povo.

Convidamos a todas e todos os estudantes a Refazer a UNE conosco, e a contribuir para que cada dia mais a UNE se aproxime de todo o conjunto estudantil e de suas lutas.

Refazer a UNE é pra já!

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