10 de fevereiro de 2018

Não é só amor, admitam a guerra!



Não é só amor, admitam a guerra!
*Da coordenação 

Há um nítido acirramento da luta de classes pós crise de 2008. O Atlas da Violência 2017 publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) diz que homens, jovens, negros e com baixa escolaridade continuam com o perfil típico das vítimas fatais, e esse número está aumentando nos jovens negros. O Relatório de Vulnerabilidade Juvenil à Violência de 2014 cita que apesar do sentimento de medo e insegurança generalizado os jovens negros estão mais suscetíveis à violência letal. A guerra às drogas na verdade é uma guerra aos corpos de jovens negros. 


Nós do Coletivo O Estopim! não acariciamos o Moro, Geddel ou muito menos ACM Neto, sabemos diferenciar banqueiros de bancários. Seguimos progredindo rumo ao socialismo enquanto o capitalismo atinge sua maior crise, aprofundando o neoliberalismo. O sistema brasileiro de Segurança Pública segue a cartilha do mercado especulativo, o judiciário punitivista e seletivo e as Políticas Públicas baseadas no militarismo que oprime o povo e protege a elite. 

Neste Carnaval além da tentativa de mais retiradas de direitos através da Reforma da Previdência, já estamos vendo a falência do sistema de segurança brasileiro estourar com o total de pessoas encarceradas no Brasil que chegou a 726.712 em junho de 2016. Em dezembro de 2014, era de 622.202. Houve um crescimento de mais de 104 mil pessoas. Cerca de 40% são presos provisórios, ou seja, ainda não possuem condenação judicial. Mais da metade dessa população é de jovens de 18 a 29 anos e 64% são negros. 
As mulheres negras são as maiores atingidas pelas mortes e encarceramento de seus filhos, maridos, netos e por toda essa violência do Estado. Expostas a violência do privado e do público, as mulheres negras seguem sendo a carne mais barata do mercado. A falta de políticas públicas e do enfrentamento a violência contra mulher pelo estado coloca para essas mulheres uma vida marcada pela exploração dos seus corpos e pela falta de acesso a direitos básicos. Como saúde, educação, habitação, e direito sobre o próprio corpo. As mulheres negras também são as maiores afetadas pelas reformas, tanto a trabalhista quanto a previdência. Os dados são don Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen) divulgado em dezembro de 2017, em Brasília, pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça.

No Rio de Janeiro já teve tiroteio nas principais vias expressas, já morreram algumas crianças inocentes e outras milhares não tiveram aulas por causa da guerra instalada na cidade. Na Bahia não é muito diferente, há um grande aumento de ocorrências com violência. A carne mais barata continua sendo a mais barata, que apesar de uma mudança do Carlismo (DEM) para o Petismo (Wagner e Rui Costa) na Bahia ainda prevalece uma lógica de seguranca pública de derramamento de sangue e encarceramento da juventude negra em detrimento de investimentos na educação, por exemplo. 


Seguiremos defendendo um modelo de sociedade e de segurança pública baseada nos direitos humanos, na valorização da educação pública, gratuita e de qualidade, a desmilitarização da policia militar, regulamentação das drogas, acesso a cultura e saúde para a juventude negra, para além de oportunidades de emprego e qualificação.

Já, já Revolta vem aí e não vai ser batendo palma para a PM genocida.

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