2 de outubro de 2012

Adeus ao maior historiador do século XX


Da coordenação.

O coletivo O Estopim! lamenta o falecimento daquele que foi o maior historiador do último século,  no dia de ontem, Eric Hobsbawm.

O público geral talvez não saiba, mas E.H. nasceu em uma família judia em Alexandria, no Egito, viveu em Viena, na Áustria, e Berlim e também na Alemanha até pouco depois das eleições gerais que alçaram os nazistas aos principais postos da nação. Com a ascensão do terceiro Reich ao poder, sua família seguiu em 1933 para Londres, onde o talentoso Hobsbawm seguiu seus estudos e se graduou, em Cambridge, além de adotar a cidadania britânica.

Suas obras são trabalhadas na academia como livros de cabeceira para historiadores, cientistas sociais, economistas, juristas, filósofos e outras tantas áreas das humanas. A sua capacidade de descrever os fatos do século XX com simplicidade e precisão em suas principais obras marcam o talento desse grande marxista contemporâneo. Sua critica acurada do sistema capitalista, bem como a sua crítica implacável ao estalinismo, expressa a compreensão de um formulador não dogmático, que tem o materialismo histórico como ferramenta de interpretação social.

Hobsbawm ainda demonstrou como a complacência do estalinismo contribuiu para a ascensão do regime de Hitler na Alemanha e o desastre que isso representou para a luta do proletário internacionalista. Segundo dizia, o regime de Stalin estava mais preocupado em acomodar as diferenças internas da URSS do que com expansão.


Foi de Hobsbawm também o termo alcunhado na guerra fria de “composto binário” que descrevia os pólos antagonistas durante quase todo o século passado. Segundo diz o próprio E.H. foi graças a URSS que o capitalismo foi obrigado a “conceder” uma série de benefícios aos trabalhadores em todo o mundo.

A contribuição deste importante marxista as novas gerações de militantes revolucionários, sem dúvidas é de grande valia para a formação política dos movimentos sociais. Foi um militante de esquerda, fiel a doutrina marxista até o final dos seus dias.

Hobsbawm morre aos 95 anos vítima de uma pneumonia.

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