27 de dezembro de 2013

Kalashnikov e a representação do brilhante improviso dos soviéticos

Ontem, 23, morreu um velhinho muito simpático na República de Udmurtia (cidade de Izhevsk - Russia) aos seus longevos 94 anos de idade.
Ah, ta! E daí?

Daí, caro leitor/a que este sinhozinho se chama  Михаил Тимофеевич Калашников ou Mikhail Timofeevich Kalashnikov ou simplesmente kalashnikov. Esse cara inventou uma das armas mais utilizadas no mundo inteiro em diferentes tipos de combate.

Ta, legal. Mas o que ela tem de tão especial diante das outras?


Aí que está a questão amiguinho\a. primeiramente ela é o que se pode chamar do exercício mais simplório e pobre do materialismo e as suas necessidades objetivas. O Mikhail, mik para os íntimos, percebeu a freqüente reclamação da tropa com as suas armas, foi até a oficina e saiu de lá com um protótipo que foi rejeitado pelo exército, uma tal de “ak-46”. Segundamente (perdoem o neologismo) que o que viria a ser a tal kalashnikov é de tão fácil manuseio que foi adotada por exércitos regulares e não regulares no mundo inteiro, seja em combates de guerra civil, seja em combates contra invasores estrangeiros.

Qualquer um\a pode usá-la. Absolutamente, qualquer um\a que tenha dois braços pode atirar com ela e a chance de sucesso é relativamente alta.

15 de dezembro de 2013

Paixões políticas

Vilma Leahy Martins é estudante de Letras da Universidade Federal da Bahia e militante do Coletivo O Estopim!

6 de dezembro de 2013

Ditadura em cena: a instalação da Comissão Milton Santos de Memória e Verdade da UFBA

O dia 04 de dezembro de 2013 assistiu a solenidade de lançamento da Comissão Milton Santos de Memória e Verdade da Universidade Federal da Bahia. Marcada por forte intervenção artística dos estudantes de dança, teatro, música e letras, além do Coletivo O Estopim!, a comunidade acadêmica da UFBA pôde sentir as mazelas da ditadura militar, ao som de "Cálice", de Chico Buarque, e desta criativa e bela atuação.
 
Esse colegiado terá o papel de reconstituir a memória da UFBA. Ele será fundamental no sentido de revelar-nos as violações aos direitos humanos ocorridas durante a ditadura militar em nossa Universidade, bem como nos mostrar os resquícios que ainda são latentes na UFBA desse período tão sombrio na nossa história.
Parte da comissão no momento da cerimônia de instalação
 
Os desafios agora são enormes e nós convidamos a tod@s a construir essa comissão da verdade. Levantar, expor e assim transformar a Universidade são as palavras do dia! Que se traga a verdade a tona!

4 de dezembro de 2013

Milton Santos é homenageado em conquista histórica: Comissão de Memoria e Verdade da UFBA

Em 09 de abril de 1964 o Conselho Universitário da UFBA posicionou-se ferozmente a favor e em defesa irrestrita do golpe civil militar. “Congratula-se com a vitória da democracia contra o comunismo e saúda as gloriosas forças armadas por defenderem os interesses da nação”, diz a ata.
Se por um lado a Universidade colaborou institucionalmente com o golpe de 1964, por outro, esta mesma instituição foi um dos maiores palcos de resistência ao regime de exceção. A UFBA enquanto instituição burocrática apoiou esse levante militar, mas muitos resistiram e deram suas vidas em defesa da democracia.
Intitulada Comissão Milton Santos de Memória e Verdade da UFBA, em homenagem ao intelectual e ativista baiano, a comissão que no dia 04 de dezembro de 2013 será oficialmente homologada terá a árdua tarefa de revelar-nos a verdade de nossa historia, e contribuir para que possamos varrer os resquícios da ditadura militar nessa universidade.

ACEB participa mais uma vez do ENNECE e sai reforçada

 
Membros da Associação de Casas de Estudantes da Bahia (ACEB) participaram do Encontro Norte Nordeste de Casas de Estudantes (ENNECE), realizado entre os dias 12 e 17 de novembro de 2013 na Universidade Federal da Bahia (UFBA), Campus de Ondina. O ENNECE que está em sua XVII edição sempre tem discutido as problemáticas das residências estudantis, pautando pelo fortalecimento do movimento e reoxigenando a partir da articulação entre os diversos setores que o compõe.

A ACEB representa o conjunto de casas de estudantes da Bahia, sobretudo das residências municipais ainda invisibilizadas e carentes de políticas publicas estruturais de assistência estudantil, discussão que ainda precisa muito ser ampliada, assim como em relação as estaduais, e as filantrópicas, e é com o intuito de inserir essas casas na discussão do movimento que a ACEB vem atuando com participação ativa nos últimos Encontros Nacionais de Casas de Estudantes (ENCE), e Encontro Norte Nordeste de Casas de Estudantes (ENNECE), destacando que deve ser colocada em prática uma política de inclusão para que assim as residências estaduais, municipais e filantrópicas também sejam representadas e atendidas dentro de suas necessidades básicas.

20 de novembro de 2013

20 de novembro: dia de incendiar corações e mentes por um Brasil sem racismo.

O 20 de novembro não é e nem poderia ser considerado qualquer dia. Há precisamente 318 anos, nessa mesma data, morria Zumbi. Zumbi dos Palmares, foi o grande líder do maior reduto de resistência de negros e negras à época do Brasil Colônia: o Quilombo dos Palmares. E foi só a partir de 2011 que o 20 de novembro se tornou o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. É o momento de celebrarmos e reavivarmos os personagens que doaram suas vidas na luta contra a escravidão no Brasil, bem como os que exigem hoje uma plena reparação social e histórica por parte do Estado brasileiro a essa população.

Contudo, o racismo ainda está impregnado na nossa vida cotidiana. Pior, ainda hoje ele é coisificado e banalizado por muitos.
Nossa formação ainda é pensada sob uma concepção eurocêntrica, onde pouco ou quase nada das culturas de raízes africanas é ensinado nas escolas. O racismo institucionalizado, enquanto conseqüência do conservadorismo que infelizmente reina por aqui, ainda impede que a população negra ocupe espaços de destaque em nosso país.

Nos morros e favelas, a polícia mata cotidianamente nosso povo. São jovens, homens e mulheres que são mortos pela cor de sua pele. São milhares de Amarildo’s que somem a cada hora no Brasil levados para averiguação, ou alvos dos “autos de resistência”. Os órgãos públicos que se omitem nos casos de racismo são co-responsáveis por essa conduta.

A intolerância religiosa mata mentes, almas e corpos.

As mulheres negras recebem menos do que os homens negros quando exercem a mesma função, e os homens negros recebem menos que as mulheres e homens não negros na mesma função.

Assim, o “20 de novembro” deve ser um momento para se refletir sobre o que a população negra representa para o Brasil. É momento de se considerar o papel do negro e combater a essência predominantemente racista no nosso país. Desta forma, nos somamos na luta pela aprovação do Projeto de Lei (PL) - 6787/13, protocolado hoje pelo Deputado Federal Renato Simões, que institui o dia 20 de novembro como feriado nacional.

19 de novembro de 2013

Frederico Perez, presente! Hoje e sempre!

Mais uma homenagem ao camarada Frederico Perez


O dia 16 de novembro de 2013 foi marcado por mais uma homenagem ao nosso eterno camarada Frederico Perez. A biblioteca da Residência Estudantil de Guanambi, localizada no Largo 2 de julho, centro da capital baiana, foi inaugurada nesse dia e leva o seu nome, reflexo do reconhecimento de sua luta pelos residentes em nosso estado. 

A trajetória de Frederico Perez sempre esteve ligada a luta pelos menos favorecidos. Militante do movimento de casas de estudantes, sendo inclusive um dos responsáveis pela refundação da Associação de Casas de Estudantes da Bahia (ACEB) em 2009, Fred foi um incansável ativista da luta em prol de melhores condições de vida para os residentes.

Assim, parabenizamos e saudamos os nobres camaradas de Guanambi pela iniciativa de homenagear esse importante militante que nos deixou em 2012 devido a um trágico incidente provocado pela omissão dos poderes públicos na cidade de Malhada. 

21 de outubro de 2013

20 de o outubro: dia do Arquivista

Ontem comemoramos o dia do Arquivista! 20 de Outubro! Dia mais que especial para esses profissionais que lidam com a informação. Há cerca de 37 anos, os cursos de Arquivologia começaram a surgir nas Universidades Brasileiras. Cursos que funcionam como “embriões” de uma profissão que possui uma responsabilidade social gigantesca: a da garantia do acesso à informação e da preservação e que deve ocupar um espaço de honra no nosso país. 

Em nosso contexto cotidiano, desde a década de 1970, a Arquivologia tem passado por diversas transformações, mas, nos últimos anos, sentimos um avanço (devido às legislações brasileiras) em sua valorização/visibilidade que implica diretamente em nossa atuação. Nesses 40 anos avançamos, claro. Não apenas numericamente, com dezessete cursos superiores em Arquivologia, mas com uma lei que regulamenta nacionalmente a profissão de Arquivista (lei 6.546/78), com a Criação de um Conselho Nacional de Arquivos, com a criação e participação de Associações e de um Sindicato Nacional, que possuem papel essencial na luta por melhoria, reconhecimento e ampliação da área. Avanços também no papel científico da área, como exemplo a Reunião de Pesquisa e Ensino em Arquivologia, que teve sua recente realização aqui em Salvador na Bahia (16 a 18 de Outubro).

8 de outubro de 2013

Fundações de apoio e autonomia universitária ou a síndrome de Estocolmo

A existência e vitalidade das fundações de apoio não origina-se de mera fatalidade histórica, um casualismo necessário: trata-se não somente de profundo debate sobre concepção de Universidade, bem como da conflituosa relação público x privado no Brasil. A construção de um Estado altamente aliado ao interesse das classes dominantes, de uma burocracia excessivamente vigorosa e da orientação política que aviltou o interesse privado em detrimento do público contribuem para a compreensão da relação das universidades com as ditas fundações de apoio assim como a formação do patrimonialismo nesta instituição.

Criadas sob a lógica de um projeto político de enfraquecimento da construção de estruturas organizacionais de ordem pública em favor da privatização interna das universidades, a Lei Nº8.958, de 20 de dezembro de 1994 dita:

Art.1 As Instituições Federais de Ensino Superior- IFES e as demais Instituições científica e Tecnológicas- ICTs, sobre as quais dispõe a Lei Nº10.973, de 2 de dezembro de 2004, poderão celebrar contratos e convênios, nos termos do inciso XII do Art.24 da lei Nº8.666,de 21 de junho de 1993, por prazo determinado com fundações de instituídas com a finalidade de dar apoio a projetos de ensino, pesquisa , extensão e de desenvolvimento institucional, científico e tecnológico, inclusive na gestão administrativa e financeira estritamente necessária a execução desses projetos.

Breve reflexão sobre a desmilitarização das polícias no Brasil


A juventude brasileira protagonizou no mês de junho um boom de manifestações que obteve inegável repercussão pelo país. Tradicionais reivindicações do conjunto dos movimentos sociais ganharam força e novos elementos a elas foram incorporados, reafirmando, dessa forma, a ressonância que as manifestações de rua exercem na luta pelas necessárias transformações sociais no Brasil.

E dentre as reivindicações incorporadas às mobilizações o debate em torno da desmilitarização da Polícia Militar ganhou notório destaque. Entretanto é preciso compreender que essa bandeira já vem sendo levantada há certo tempo por alguns movimentos sociais, em especial o movimento negro, que, trazendo a problemática do genocídio da população negra, aprofunda a discussão acerca da concepção de Segurança Pública que temos por aqui.

Algumas dessas manifestações foram violentamente reprimidas pelo braço armado de nosso Estado: a Polícia Militar. Porém é fundamental, para início de qualquer avaliação acerca dessa Instituição, separá-la, sobretudo, de seus trabalhadores e trabalhadoras. Ou seja, uma questão é a Instituição Polícia Militar, corporação essa que desde o Brasil Império é forjada por uma lógica verticalizada e repressiva; já a outra, contudo, são os seus soldados que, sob condições em muitos momentos degradantes, são obrigados a cumprir ordens. E tão somente.

29 de setembro de 2013

Moção de repúdio as declarações do vereador Délcio Mascarenhas


O Coletivo O Estopim! vem através desta moção repudiar veementemente as declarações racistas do vereador e ex-presidente da Câmara de Vereadores do município de Santo Antônio de Jesus, Délcio Mascarenhas (PP), contra o seu colega de parlamento, Cristiano Sena (PT), ocorrida durante sessão da última terça-feira (24), onde o edil se referiu ao petista taxando-o de " preto, descarado e vagabundo".

Reafirmamos o nosso posicionamento contrario a toda e qualquer forma de racismo. Acreditamos que declarações como esse, ainda mais vindas de um representante eleito democraticamente pelo povo, só reproduz um discurso vazio e intolerante que deve ser repudiado por tod@s. Infelizmente fatos como esse só confirmam que apesar dos avanços que a população negra obteve nos últimos anos a discriminação racial ainda precisa ser fortemente combatida em nosso país.

27 de setembro de 2013

Milton Santos é homenageado em conquista histórica: Comissão da Memoria e Verdade da UFBA!

  1. Em 09 de abril de 1964 o Conselho Universitário da UFBA posicionou-se ferozmente a favor e em defesa irrestrita do golpe militar.”Congratula-se com a vitória da democracia contra o comunismo e saúda as gloriosas forças armadas por defenderem os interesses da nação”. 
  2. Se por um lado, a Universidade colaborou institucionalmente com o golpe de 1964, por outro , esta mesma instituição foi um dos maiores palcos de resistência, ao regime de exceção. A UFBa enquanto instituição burocrática apoiou, mas muitos resistiram e deram suas vidas em defesa da democracia.
  3. Mais de vinte anos depois, a sessão ordinária do Conselho Universitário aprovou a Comissão da Memória e Verdade da UFBA. Tardiamente lançada, a comissão, que ainda não tem sua composição definida, deve ser compreendida como uma vitória daquel@s que lutam em defesa da democracia na universidade.
  4. De nome Comissão da Memoria e Verdade Milton Santos UFBA, em homenagem ao intelectual e ativista baiano,a comissão terá a árdua tarefa de revelar-nos a verdade de nossa historia, e contribuir para que possamos varrer os resquícios da ditadura militar nessa universidade. Resgatar nossa história, ainda que doa.

6 de setembro de 2013

Um ponto final nessa história de racismo?

 “Se até Morgan Freeman falou que não temos que falar nesse negocio de racismo, porque eu, universitárix, vou falar disso? Isso irrita. Para vocês tudo é racismo. O que eu digo não é racismo, é só minha opinião.”
Tradicional discurso racista de universitarixs Brasil afora.


A ofensiva racista cresce a passos largos, mesmo com todas as lutas pela garantia dos direitos humanos, sociais e contra o preconceito no Brasil e no Mundo. Enganam-se os que pensam que o lugar tido com tradicional de produção do saber, a universidade, está livre deste mal secular: visivelmente presente nos trotes, o racismo nas universidades ganha diferentes facetas para dificultar a sua denuncia e combate.

Este ano diversas declarações de universitárixs ganharam a primeira página de jornais impressos e muito debate nas redes sociais por confessado cunho racista. Foi assim no caso de uma aluna de Publicidade e Propaganda da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) que vinculou no seu twitter, no último dia 31, a frase "Acabei de quase ser atropelada por um casal de negros. Depois vocês falam que é racismo né, mas TINHA QUE SER, né?". Como se não achasse pouco a expressão “Tinha que ser, né?” afirmando seu racismo, a aluna da PUC-RS incrementou: "Eu não sou racista, aliás, eu não tenho preconceitos. Mas, cada vez que aprontam uma dessas comigo, nasce 1% de barreira contra PRETOS em mim".

1 de setembro de 2013

Comissão da Verdade da UFBA: “antes tarde do que nunca”.


Com mais de um ano após a criação da Comissão Nacional da Verdade, a Universidade Federal da Bahia, berço de resistência à Ditadura Militar em nosso estado, se articula na perspectiva da criação de sua própria comissão da verdade.

É bem verdade que isso representa o reflexo do que vem ocorrendo em todo o país. Desde a criação da Comissão Nacional da Verdade, em 16 de maio do ano passado, muito por pressão da Sociedade Civil e de organizações ligadas aos Direitos Humanos, Universidades, Sindicatos, Assembléias Legislativas e Entidades Estudantis vêm criando as suas comissões da verdade, mostrando, dessa forma, a importância desses colegiados na constituição de nossa Memória Nacional.

A história de nosso país é repleta de intervenções militares. De 1964 a 1985, por exemplo, o Brasil viveu um dos períodos mais conturbados em sua história: o Regime Militar. Foram longos 21 anos onde a democracia, que desde a Constituição de 1946 já oferecia plena liberdade individual aos cidadãos, fora cerceada. E na Universidade Federal da Bahia isso não foge a regra. Enquanto reduto de resistência e espaço de intensa agitação política, sobretudo à época do Regime Militar, a comunidade UFBA sofreu em demasia durante esse período de extremo autoritarismo e constante violação dos Direitos Humanos.

Vale lembrar que esta Instituição posicionou-se vorazmente á favor do regime militar. O Conselho Universitário do dia 09 de abril de 1964 não somente regojizou em defesa da intervenção das forças armadas “em prol dos interesses nacionais contra o comunismo", como também reafirmou o jubilamento de uma série de estudantes, invasão da Residência Universitária 3 e punição ás lideranças estudantis de centros acadêmicos, dce e ueb. Esta sessão do CONSUNI, inclusive, reafirma a exoneração de um funcionário, Isidoro Batista, por ser "negro, funcionário, analfabeto e agitador", e é assinada também por Alceu Hiltner, que hoje é o nome do PAF2.

29 de agosto de 2013

Associação de Casas de Estudantes da Bahia realiza Seminário na Residência de Morro do Chapéu

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A Associação de Casas de Estudantes da Bahia (ACEB) acaba de completar quatro anos de refundação e em comemoração ao 4º aniversário de sua reestruturação foi realizado na tarde do último sábado (24.08), o Seminário “Balanços e Perspectivas”. O evento aconteceu na Residência Estudantil de Morro do Chapéu em Salvador (Remoc), e trouxe dois temas bastante emblemáticos: Trajetória do Movimento de Casa de Estudantes e Política Pública de Juventude.

 O orador do encontro Adílio Domingues, que é membro da ACEB e morador da Residência 5 da UFBA, deu as boas vindas aos presentes e convidou os membros a compor a mesa. Para debater Movimento de Casa de Estudantes foram convidados Antônio Claudio da Silva Pires, ex-morador da residência Estudantil de Ipirá, membro da comissão de fundação da ACEB, mestrando na Universidade Federal da Bahia; Wanderson Pimenta, ex-morador da residência Estudantil de Guanambi e Residência Universitária I UFBA, Estudante de Direito, articulador da refundação da ACEB; e o anfitriã Josemário de Carvalho Oliveira, morador da Residência Estudantil de Morro de Chapéu, estudante de Jornalismo e membro da comissão de refundação da ACEB.
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 Debatendo Política Pública de Juventude fizeram presente à mesa Rondinei Novaes, morador da Residência Estudantil de Mucugê, estudante de Direito, atual membro da ACEB; Patrício Souza representante do Conselho Estadual de Juventude; e o deputado estadual Yulo Oiticica, 1º vice-presidente da Assembléia Legislativa e Presidente da Frente de Juventude e Assistência Social.

20 de agosto de 2013

Homenagem a Trotsky: 73 anos de sua morte

 

Ao completar 73 anos da morte de Trotsky divulgamos um texto do camarada Rob Sewell escrito no ano passado lembrando os 72 anos de sua morte. Abaixo também publicamos trechos do testamento deste grande revolucionário. 

O homem e suas ideias

O dia 20 de Agosto marcou o aniversário do assassinato de Leon Trotsky. Há 72 anos, ele foi covardemente golpeado na cabeça por uma picareta que levava nas mãos o assassino estalinista. Trotsky logo entrou em coma e morreu no dia seguinte, 21 de Agosto de 1940.
O ataque não foi surpresa. Desde que Trotsky chegou ao México a imprensa estalinista estava ocupada em caluniar o Velho preparando o terreno para um ataque assassino. Ao mesmo tempo, Moscou travava uma campanha internacional massiva contra ele, infiltrando o movimento e, sob as ordens de Stalin, preparando sua morte.

Seguindo o fim da Guerra Civil Espanhola, os agentes estalinistas da NKVD foram despachados para o México para executar o plano. O primeiro assalto ocorreu em Maio de 1940, quando o quarto de Trotsky foi atacado a tiros e Robert Sheldon Harte, seu secretário de sua segurança, foi sequestrado e morto. O corpo de Sheldon foi descoberto depois em um poço de cal. Stalin ficou desesperado em seus esforços para eliminar Trotsky, um dos poucos velhos bolcheviques ainda vivos – o resto tinha sido assassinado por Stalin durante os Processos de Expurgos de 1936-38. Estes horrorosos processos, onde os réus eram forçados a envolverem-se em mentiras e crimes terroristas supostamente organizados por Trotsky, constituíram um rio de sangue, diferenciando o estalinismo contrarrevolucionário do genuíno Bolchevismo.

Stalin sabia que tendo traído a Revolução ele precisava eliminar aqueles que a defendiam e personificavam as ideias do Bolchevismo e da revolução mundial. Primeiro de tudo, isso recaiu sob Leon Trotsky, que tinha sido expulso para um exílio há cerca de onze anos atrás. Todos os recursos do estado Russo eram agora postos à disposição para executar seu assassinato. Muito antes, Stalin tinha assassinado vários colaboradores e amigos de Trotsky, sete de seus secretários e quatro de seus filhos – o ultimo deles, Leon Sedov, no início de 1938.

Trotsky foi um revolucionário e teórico excelente. No início de 1904, ele expôs a teoria da Revolução Permanente, que foi confirmada na prática pela Revolução de Outubro. Trotsky passou toda a sua vida no movimento revolucionário, liderou o Conselho Operário de Petrogrado em 1905, liderou com Lênin a Revolução de Outubro de 1917, criou o Exército Vermelho a partir da estaca zero, ajudou a construir a Terceira Internacional, e então, lutando contra a burocracia estalinista, foi cortado do poder e forçado a exilar-se por Stalin.

18 de agosto de 2013

Nota de esclarecimento do Movimento Estudantil Unificado – UFOB

Em reunião realizada no dia 15 de agosto de 2013, iniciada ás 18 horas no Pe. Vieira, com os representantes dos cursos, com objetivo de trazer as respostas das assembleias dos cursos, no que diz respeito, a unificação do movimento e paralisação das atividades do Padre Vieira. Estiveram presentes os representantes dos cursos: Engenharia Civil, Engenharia Sanitária e Ambiental, Biologia, Geologia, Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia, História, Física, Administração, Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades. Por quatro votos a favor, dois votos contra e três abstenções, os cursos decidiram por paralisar as atividades nos campi da Universidade Federal do Oeste da Bahia e unificar o movimento.

Dessa forma foi criada uma pauta única com as demandas dos cursos que trouxeram suas pautas já discutidas, em assembleia com os estudantes. Os cursos que apresentaram as pautas são: Biologia, Física, Historia, Geologia, Engenharia Civil, Engenharia Sanitária e Ambiental e Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades. Sendo que os demais cursos devem entregar as pautas ao movimento unificado até o inicio das negociações, ou seja, em caráter de urgência.

12 de agosto de 2013

12 de agosto de 1798: Nasce a chama da liberdade republicana

O 12 de agosto deveria ser sempre lembrado e celebrado por todos os brasileiros. Há 215 anos apareceram em locais públicos estratégicos da Bahia (São Salvador da Bahia de Todos os Santos) os primeiros manuscritos – depois chamados de “pasquins sediciosos” – assinados por um Partido da Liberdade que conclamava o Povo Bahinense para a “memorável revolução” que iniciaria um novo “tempo em que todos seremos irmãos; o tempo em que todos seremos iguais”.

A historiografia brasileira tem chamado esse movimento de diferentes nomes, dentre eles: “sedição dos
mulatos”, “sublevação intentada”, “movimento revolucionário baiano”; “inconfidência baiana”; “conspiração baiana”; “revolta dos alfaiates”; “primeira revolução social brasileira”; “revolução dos búzios”; “conjuração baiana de 1798”.

Base social

Apesar das interpretações diversas que foram e continuam sendo feitas sobre a natureza e os objetivos do movimento baiano de 1798 e sobre suas contradições internas, estudos mais recentes que consultaram, além dos Autos das Devassas, outros arquivos e documentos no Brasil e em Portugal, revelam que estiveram envolvidos, pelo menos em suas origens, brasileiros e portugueses dos mais diferentes estratos sociais.

Embora as penas capitais (enforcamento) tenham recaído sobre dois soldados e dois alfaiates, e outras punições (degredo, açoites e prisão) tenham atingido a artesãos, escravos, pardos e negros forros, o Tribunal da Relação da Bahia chamou também para depor senhores de engenho, comerciantes, intelectuais, médicos, padres, professores, alguns deles diretamente ligados a ocupantes de altos cargos públicos do poder colonial na Bahia.

8 de agosto de 2013

Algumas lições de junho e o Partido dos Trabalhadores

Wanderson Pimenta*

Tivemos a oportunidade de acompanhar as maiores mobilizações dos últimos vinte anos. Desta vez, não estava em jogo os destinos institucionais da República, como no “Fora Collor” ou nas “Diretas Já”. Foram atropelados todos aqueles que imaginavam com certo de ar superioridade que havíamos atingido um status de bem estar social incompatível com grandes insatisfações. Enfim, se éramos um “País de classe média”, se estávamos todos absorvidos por um pacto de conciliação entre as classes e se o governo de composição

conseguia minimamente apresentar respostas a problemas seculares, como a redução da miséria, a partir do incremento das políticas de inclusão, qualquer previsão sobre algum tipo de convulsão social seria considerada loucura pelos céticos de plantão. Acontece que, nem sempre, as cartomantes a serviço da institucionalidade estão conectadas com o dia-a-dia das ruas. De tão acostumados ao ar condicionado das repartições, não conseguem mais se misturar aos novos ares das manifestações sem se resfriarem.

Assim, seria difícil imaginar que essa esquerda dispusesse de alguma condição para interpretar ou apresentar respostas às grandes mobilizações de junho. Atônitos, vendo pela televisão ou pela internet centenas de milhares de pessoas nas ruas de diversas cidades, não conseguiam acreditar no que viam. Os fatos que já desmentiam o triunfalismo medíocre há alguns anos, desta vez, sepultaram a tese do bem estar perpétuo propagada pelos tribunos da esquerda adepta “das leis e da ordem”. Entendemos com pesar, sob pena de do cometimento de equívocos, mas com a sobriedade da análise do momento, que a geração que fundou o Partido dos Trabalhadores, dirigiu o mesmo durante as grandes manifestações dos anos 80, criou a CUT, elegeu e reelegeu Lula, levou Dilma à presidência e, ainda mantém o PT sob férreo controle, foi completamente superada. Incapazes de abandonar as suas posições que, reconhecemos, foram duramente conquistadas, estão tão amarradas a elas que já não se diferenciam. Entrincheirados, já não se dispõem a qualquer tipo de revisão, retificação ou autocrítica. Como aqueles que se afogam, estão dispostos a arrastar com eles não apenas o salva-vidas, mas também o bote. De tanto nadarem a favor da correnteza, não conseguem visualizar o abismo adiante. De timoneiros, passaram a proprietários do navio.

28 de julho de 2013

A ocupação do CPD e a (des) assistência estudantil na UFBA




A história da Residência Universitária 5- Estudante Frederico Perez tem em sua raiz a luta. Fruto da bem sucedida ocupação do prédio Farmácia-Escola por cerca de oito meses em 2006, fez jus esta semana á si própria: compreendeu que as bandeiras da assistência estudantil na UFBA só avançam quando lutamos. Nossa história comprova que conquistas vem de maneira contundente através de ocupações.

Assim, no dia 22 de julho, ocupamos, residentes e bolsistas cadastrados na PROAE e em situação de vulnerabilidade sócio- econômica, o prédio do centro de processamento de dados, ao lado do Instituto de Matemática. Cerca de 50 estudantes por lá ficaram até o dia 27 de julho, entre idas e vindas da Administração Central, diálogos, brigas e festas, nosso objetivo foi majoritariamente alcançado. Dentre os 21 pontos de reinvindicação, inúmeros foram atendidos, dentre eles o auxilio café da manha de R$ 150,00 para quem recebe o auxilio moradia, aumento do auxilio moradia de R$300 para R$400,00,bolsa emergencial para os cotistas que aguardam seu cadastro na PROAE , assim como a conquista de 3 ônibus normais e 2 micro-ônibus para o buzufba (assim substituindo os ineficientes atuais 4 micro-ônibus).

8 de julho de 2013

Por que não compomos chapa para eleições do CARB

A Faculdade de Direito da UFBa passou por um processo de movimentação politica seja por parte dos docentes seja por parte dos discentes. Dois exemplos comprovar essa assertiva: O FDUBA Movimenta que levou os estudantes dessa faculdade a conhecer e frequentar importantes espaços de deliberação em nossa universidade como o CONSUNI rompendo, naquele momento, com isolamento da Faculdade de Direito em relação à universidade e entre os docentes foi a forte participação desses na greve geral ocorrida em 2012 e posterior construção e apoio a chapa APUB VIVA nas eleições da APUB SINDICATO. 

Porém, essa movimentação discente não teve consistência nem produziu os efeitos esperados, hoje a Faculdade passa pelo mesmo estado de apatia politica vivido antes desse período de movimentação.

Tínhamos, nesse processo de eleição do CARB, a oportunidade de tornar a faculdade de Direito um centro premente de debate e formação politica colocando em discussão assuntos em foco no cenário atual como, Projeto de Educação, adesão da UFBa ao SISU , Direitos humanos/ Comissão da Verdade, Democratização da mídia, redução da maior idade penal , Assistência Estudantil, Segurança na Universidade, Fundações na universidade Passe livre, dentre tantos outros assuntos.

Pautamos pela construção de uma Frente Ampla que unificasse a esquerda na faculdade de Direito, construída com base em um programa politico, partindo da concepção de que a divisão da esquerda só fortalece a direita. 

O CARB é uma entidade de BASE, e como tal possui ou deveria possuir algumas peculiaridades no processo de composição de chapa para sua eleição:

5 de julho de 2013

Comunicação: a mãe de todas as batalhas

 
Cartaz da Manifestação ocorrida em 3 de julho no Rio de Janeiro.

Em protesto diante da sede da Globo, no Rio de Janeiro, mil manifestantes exigiram que o Ministério Público investigue denúncia de sonegação milionária da Vênus Platinada
Por Miguel do Rosário, n’O Cafezinho

Foi uma manifestação pacífica, mas com muito sangue nas veias! Não quebramos nada, mas xingamos. Ah, como xingamos! Imagine mil pessoas na porta da Globo mandando o Merval e Jabor pra aquele lugar. Imagine mil pessoas ouvindo discursos sobre o mensalão que a Globo levou dos Estados Unidos para apoiar o golpe de 64. Imagina mil pessoas exigindo que o Ministério Público investigue a sonegação bilionária da Vênus Platinada.

3 de julho de 2013

Após pouso forçado, Evo Morales voa para La Paz

do sul21

Presidente boliviano teve negado acesso ao espaço aéreo de Itália, Espanha, França e Portugal por suspeita de transportar o ex-agente da CIA Edward Snowden, procurado pelos Estados Unidos


HELMUT FOHRINGER/EFE


O presidente Evo Morales iniciou a viagem de volta para La Paz na manhã de hoje, após receber autorização para sobrevoar a Espanha


São Paulo – Após passar mais de 13 horas no aeroporto de Viena devido ao fechamento de vários espaços aéreos europeus para sua passagem, o presidente boliviano, Evo Morales, está a caminho de seu país. Itália, Portugal, Espanha e França alegaram motivos técnicos para barrar a passagem do presidente, mas a diplomacia boliviana credita o desrespeito ao chefe de Estado a uma suspeita de que no avião presidencial estivesse o ex-técnico da CIA Edward Snowden, procurado pelas autoridades dos Estados Unidos.

29 de junho de 2013

da coordenação

reproduzimos aqui a polêmica entrevista de josé paulo bisol, candidato a vice-presidente na chapa de lula da silva em 89, quando da derrota para collor de melo. críticas ao pt, a este modelo de democracia e fundamentalmente a luta pelos direitos humanos no brasil atual.

desejamos a todos e todas uma boa leitura.




Por Samir Oliveira e Rachel Duarte do sul21

Ex-secretário de Segurança Pública do governo Olívio Dutra (PT), José Paulo Bisol afirma que passou sua gestão inteira tentando desmilitarizar a Brigada Militar. “Eles são submetidos a uma educação militar antidemocrática”, considera.

Aos 85 anos, José Paulo Bisol recebeu a equipe do Sul21 em sua casa, no município de Osório, para falar sobre segurança pública e policiamento. Ex-candidato a vice de Lula em 1989, quando ainda era filiado ao PSB, Bisol ainda mantém uma filiação formal ao PT – apenas por não ter se dado ao trabalho de cancelar -, mas assegura que não possui mais identificação com o partido. “O PT não existe mais”, entende.

Nesta entrevista, Bisol comenta também sobre as manifestações que vêm ocorrendo no país. Ele se mostra entusiasmado com o movimento, mas lamenta que as causas defendidas, na sua avaliação, sejam “muito pobres”.

“A função policial é a mais difícil que existe e escolhemos os mais pobres para realizá-la”
Sul21 – Como o senhor avalia estes protestos que vêm ocorrendo no país inteiro ?
Bisol – Eu, pela própria condição da minha vida, sou um espectador, olho de longe. Isso já lamento. É um lamento de velho, pois eu gosto é de participar. Sou solidário com eles. O fato de haver violência é inerente a estes movimentos. O ser humano tem tendência para a violência e se a circunstância o envolve… Por melhor que eu seja, se eu me envolvo num movimento, se eu tenho paixões – e se eu não tenho paixões, não sou bem um ser humano -, essas paixões se manifestam e se põem para fora. A violência tem esse aspecto, ela é nossa. Não é dos outros.
“Eu fico impressionado com esse movimento” 

12 de junho de 2013

Universidade Federal da Bahia em luto

 


O Coletivo O Estopim! lamenta profundamente a morte da estudante do curso de Arquivologia da Universidade Federal da Bahia, Ana Carla Baldini Soares.
 
Na manhã desta última terça-feira, 11 de junho, a estudante foi vítima da violência que governa a cida
de de Salvador. O que aparenta ter sido uma bala perdida nas proximidades da Faculdade de Medicina (Famed), no Vale do Canela, é reflexo do abandono que vive a cidade e da má compreensão de Segurança Pública na Bahia e no Brasil.

10 de junho de 2013

A queda do Rei

“Pois a crosta apresentada pela vida de mentiras é feita de um estranho material. Ao se selar hermeticamente a toda a sociedade, ela parece feita de pedra. Mas, no momento em que alguém atravessa algum ponto,
quando alguém exclama “O imperador está nu!”- quando se quebram as regras do jogo, assim expondo-o como um jogo -, tudo de repente aparece a uma outra luz e então a crosta inteira parece feita de pano esgarçado, desintegrando-se de maneira incontrolável” . Václav Havel, “O poder dos sem poderes”, 1978.

A Universidade Federal da Bahia encontra-se ainda no Medievo. A relação historicamente conflituosa entre o público e o privado, a essência patrimonialista e a indisposição política em tornar os órgãos colegiados e conselhos superiores- teórica e regimentalmente democráticos e representativos- efetivos centros dos quais emanam as deliberações, tornam eloquente a ideia de que a UFBA ainda não passara pela revolução burguesa no sentido clássico do termo.

8 de junho de 2013

Nota de repúdio à intolerância da Polícia Militar da Bahia contra manifestação pacífica de estudantes e trabalhadores da FTC

O Coletivo O Estopim! manifesta o seu apoio irrestrito aos estudantes da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) que, de forma pacífica, realizaram manifestação pública em defesa da qualidade do ensino naquele centro universitário na última terça-feira(04/06). A FTC, como diversas entidades privadas, que dirigidas por empresários pouco ou quase nada comprometidos com uma educação de qualidade, passa por problemas do ponto de vista estrutural, além da insuficiência de condições de trabalho dignas a professores e funcionários.

  A juventude brasileira tem sido vítima de diversos atos de repressão país afora. Em Goiânia, Natal e São Paulo, estudantes e trabalhadores foram às ruas em protesto contra o aumento do preço das tarifas de ônibus. A juventude das periferias urbanas de diversas capitais do país também tem se levantado indignada contra o aparato estatal que tem assassinado jovens, principalmente negros, nos últimos meses. Todas essas manifestações têm sido duramente atacadas pelas tropas de choque com tiros, bombas e bordoadas. Tais movimentos de contestação também são criminalizados pela mídia conservadora que tem feito coro junto a setores que lucram com esses ataques a população.

7 de junho de 2013

O Estatuto do Nascituro : uma ameaça de retrocesso nos ronda ( ou A onda conservadora cresce)

Por Bruna Lima*

Em um momento em que grande parte da população se destaca participando efetivamente da política,assim como os movimentos sociais, contraditoriamente se destaca também um Projeto de Lei que foi aprovado na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, o Estatuto do Nascituro. Este projeto fere diretamente o direito da mulher em dispor sobre o seu próprio corpo.

Não estamos falando apenas de uma proibição do aborto, mas sim da obrigação de criar um filho fruto de um estupro e com a ajuda do Estado, através do “Bolsa Gestação” ou do próprio estuprador que se identificado, deverá pagar pensão ao seu filho e terá o direito de visitá-lo ou até mesmo ter sua guarda. (pasmem).

Como mulher, digo com grande indignação que essa decisão nos priva de direitos garantidos na Constituição e que, se aprovado em outras Comissões, tornará um feto concebido através de abuso sexual mais importante que a mulher violentada.

6 de junho de 2013

Campo Popular se firma na disputa por uma UNE do Povo!



A União Nacional dos Estudantes concluiu no ultimo domingo, 2 de junho, seu 53º Congresso, em Goiânia. Com participação recorde de jovens, representando universidades públicas, comunitárias e particulares de todo o país, o Congresso definiu as principais resoluções da UNE para o próximo período. Foram aprovados documentos nas áreas de Conjuntura, Educação e Movimento Estudantil. A plenária aconteceu na Goiânia Arena durante todo o dia de sábado e domingo e, em consequência da grande disposição dos estudantes, seguiu pelo início da noite nos dois dias na capital goiana.

O Coletivo O Estopim esteve presente durante todo o congresso e trás aqui um relato das atividades, plenárias, debates e atos em que participamos.

4 de junho de 2013

A Luta do ICS!




A luta do Instituto de Ciências da Saúde é a prova maior das consequências inerentes ao importante processo de expansão das Universidades Federais.

A crônica ausência de docentes - sobretudo para os últimos semestres dos cursos de fisioterapia e fonoaudiologia e a já conhecida ausência de espaço físico prejudicam de maneira contundente aqueles que de fato o constroem: sua comunidade acadêmica. 

As mobilizações do ICS são um exemplo a ser seguido, pela justeza de suas reivindicações, organização e fervor político. 

Nesse sentido, o Coletivo O Estopim! se coloca ao lado destes lutadores e lutadoras que tanto sofrem e tanto lutam no cotidiano por uma universidade popular e socialmente referenciada.

28 de maio de 2013

DAENF agora é Frederico Perez

Da coordenação

O dia 28 de Maio esta marcado na história do movimento estudantil baiano. Umas das principais entidades estudantis da UFBA aprovou em assembléia realizada na ultima segunda-feira a alteração do seu nome em homenagem ao camarada Frederico Perez.

O diretório acadêmico de enfermagem foi a entidade que revelou o camarada Fred para o movimento estudantil geral. Militando nesta entidade, Fred articulou diversas pautas ligadas a área de saúde e ao debate de assistência estudantil. Àqueles que não sabem, foi o referido camarada em conjunto com o DAENF que formulou e popularizou a campanha – que hoje é consenso em todos os grupos do M.E. – dos 15% do orçamento da UFBA para assistência estudantil.

Além disso, Fred foi diretor do DCE na gestão “Primavera nos dentes” (2010\11) que conquistou importantes vitórias para o movimento de casas estudantis. A residência estudantil modelo situada na avenida Garibaldi, em Salvador, também leva o seu nome, reflexo do reconhecimento de todos os setores da Universidade a sua luta.

22 de maio de 2013

Diga sim ao casamento igualitário já!



O PSC, partido do deputado Marco Feliciano, acaba de entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal querendo suspender a resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que autoriza o casamento civil para casais do mesmo sexo. 

21 de maio de 2013

Amanhecerá! De novo em nós! Amanhã, será?

Por Hellen Cristhyan*

O movimento estudantil, depois de alguns anos de refluxo, busca novas formas de atuação para alcançar aquelas velhas e valorosas bandeiras por educação pública de qualidade. Em formatos irreverentes como escrachos,beijaços, disquetes e várias tecnologias nas redes sociais, o movimento tenta se reorganizar e alcançar o maior número de estudantes, acompanhando as transformações sócio-culturais.

Entretanto, alguns agrupamentos que dizem ser de esquerda esquecem-se da ideologia - da luta diária, real - e vivem de gincanas ou místicas mal elaboradas, e sem conteúdo.

Nós, socialistas, devemos cumprir o papel de elevar o discernimento e politização dos trabalhadores e trabalhadoras; pautar as bandeiras históricas e atuais de forma assídua e responsável; fazer a luta nas ruas e também disputar a intencionalidade, sem deixar que ela nos sugue para a burocracia.

20 de maio de 2013

Refazendo a UNE - Resumo de tese ao 53º CONUNE



A discussão a cerca da representatividade e legitimidade da entidade máxima das e dos estudantes brasileiros é antiga, tão quanto os argumentos de quem defende construí-la ou substituí-la, e se transformou, hoje, em uma demarcação esvaziada de espaço. 

É verdade que a UNE é dirigida, majoritariamente, há mais de duas décadas pela mesma força política (UJS/PCdoB e seus parceiros). Isso engessou a luta estudantil e transformou a UNE em um espaço de legitimação da política do governo federal na última década. A UNE está distante da sua base social e seus congressos pouco avançam na perspectiva da juventude. Ou seja, a leitura crítica dos setores que romperam com a UNE não é equivocada. O equívoco reside na ruptura em si, na estratégia que foi adotada, que mais confunde do que esclarece, dividindo os espaços de construção entre “os que lutam pra cá” e os “pelegos pra lá”. Essa postura só favorece os nossos inimigos de classe. 

A UNE deve ser defendida enquanto entidade representativa das e dos estudantes, enquanto espaço de debate e disputa de idéias e opinião, jamais compreendida como um partido como pretendem burocratas (PCdoB e parceiros) e divisionistas (PSTU e parceiros). 


A função de cada estudante e seus coletivos deve ser a de disputar os rumos da UNE combinado com a luta por transformar a Universidade por inteiro:

18 de maio de 2013

Por que nunca precisamos de cotas no futebol?

Por Felipe Carrilho, colunista do Escrevinhador

“Nós não temos um problema racial. No Brasil, os negros conhecem o seu lugar”, diz um sinistro ditado, que poderia servir de epígrafe para análises de intelectuais conservadores ou mesmo para ilustrar muitos comentários que se lê por aí nas redes sociais em tempos de implementação de políticas reparatórias por parte do governo federal.

Muitas são as janelas que permitem sondar a dinâmica social de um país. Esta coluna procura fazer isso por meio da história do futebol brasileiro. No mês da Consciência Negra, cabe indagar em que medida o processo de integração dos descendentes de africanos no esporte que se tornou uma verdadeira “instituição nacional” pode revelar o destino social que a população negra do Brasil teve no período pós-abolição do sistema escravocrata.

No final do sáculo 19, a intelectualidade do País estava empenhada em discutir a questão da nacionalidade brasileira que tinha na presença do negro, no seu entender, um problema crônico. Optou-se, então, por uma política de branqueamento, na qual o incentivo à imigração europeia para abastecer as lavouras de café e a produção da indústria era fundamental. Para Oliveira Viana, o apologista mais notório da arianização da nossa sociedade, o mestiço representava um atraso inevitável para o Brasil que só poderia ser amenizado com a diluição gradual e progressiva do elemento negro.

17 de maio de 2013

Em defesa da memória, verdade e justiça!


Torturadores não nos acusarão.
Nesta sexta-feira(17), às 8h50, no Juizado Especial Criminal, localizado próximo ao Colégio Central, ocorrerá uma audiência entre o jornalista Emiliano José e o Pastor Átila Brandão. Motivo: o pastor se sentiu ofendido por um texto do jornalista intitulado “A premonição de D. Iaiá”, que retrata as torturas sofridas pelo então militante contra a ditadura militar, hoje professor, Renato Afonso, perpetradas sob o comando do então agente da repressão, hoje um bem sucedido pastor evangélico, Átila Brandão.

Átila Brandão, conforme relata documentos da época, também foi agente infiltrado da ditadura na Universidade Federal da Bahia, como estudante da Faculdade de Direito. Ali, denunciava estudantes ligados ao movimento estudantil, provocava desordens e culpava os militantes de esquerda. Um provocador disfarçado de estudante, hoje um Pastor que comanda uma igreja muito bem sucedida financeiramente, a Igreja Batista do Caminho das Árvores, que possui filiais em outras partes do país. Influente na política soteropolitana, já se candidatou ao Governo do Estado, atua como cabo eleitoral onde troca os supostos votos dos fiéis por vultuosas quantias em dinheiro. Nas últimas eleições, ao lado de ACM Neto, atuou fortemente no processo que recolocou o carlismo no executivo municipal. Como resultado, conseguiu cargos na administração do DEM.

16 de maio de 2013

Estudantes podem vivenciar as tarefas de deputado por cinco dias


Estudantes do ensino médio de todo o país, com idade entre 16 e 22 anos, podem se inscrever para o Parlamento Jovem Brasileiro até o dia 14 de junho. O programa é uma oportunidade para que os jovens possam conhecer e experimentar o trabalho de um deputado federal durante cinco dias. A edição de 10 anos do Parlamento Jovem será realizada entre 22 e 27 de setembro, na Câmara dos Deputados, e irá reunir 78 participantes representando todos os estados.

Para se inscrever, o estudante precisa elaborar um projeto de lei propondo mudanças para melhorar a realidade do Brasil. O tema é livre, mas deve ter impacto nacional e não somente no estado ou município de origem. O interessado tem que estar matriculado no 2º ou no 3º ano do ensino médio ou no 2º, 3º ou 4º ano do ensino técnico, na modalidade integrada ao ensino médio.

14 de maio de 2013

Movimentos e sindicatos ocupam ministério contra leilão do petróleo














Pàgina do MST
Na manhã desta segunda-feira (13), cerca de 600 camponeses organizados pelo MST, MCP, MAB, além de quilombolas e dos trabalhadores ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) ocuparam o Ministério de Minas e Energia, em Brasília.

A ação faz parte do conjunto de protestos contra a 11ª rodada de licitações de blocos para a exploração de petróleo e gás natural, prevista para os dias 14 e 15 de maio, e contra a privatização de diversas barragens cujas concessões vencem até 2015.

11 de maio de 2013

“Lógica da governabilidade é entrave para memória e verdade”

Thiago Barison


O pesquisador Renan Quinalha, autor do livro Justiça de Transição: contornos do conceito, publicado neste ano em parceria das editoras Dobra Editorial e Expressão Popular, acredita que o Brasil paga o preço por ser o último país da América do Sul a instaurar uma Comissão Nacional da Verdade. Os vizinhos, como Chile, Uruguai e Argentina, que também passaram pelo processo de ditadura militar já estão julgando e condenando os autores de crimes.

O atraso de 30 anos, segundo Quinalha, traz peculiaridades ao processo brasileiro, como a dificuldade de acessar fontes documentais e acervos de informações novos sobre as violações de direitos humanos, dado o largo período de tempo já transcorrido. Confira abaixo entrevista com Quinalha.

2 de maio de 2013

Quem é você?



*George Luiz Santos de Sousa

Parece tão fácil essa pergunta. Seria insipiente respondê-la sem uma análise um pouco menos pessoal. Rapidamente a pergunta se tornaria um pouco mais dura e complexa: Quem é você na sociedade? Tendo plena noção da crítica que minha afirmação pode gerar, atesto que somos apenas o que representamos. Somos a troca de sensações. E ai reside a problemática dessa representação. 

Podemos sentir uma música, ler um quadro, e isso se dá por um meio decodificador. A comunicação distingue o homem dos outros animais. E ela pode ser entendida como um processo da troca de experiências para que se torne patrimônio comum. Ela modifica a disposição mental das partes envolvidas e inclui todos os procedimentos por meio dos quais uma mente pode afetar outra. Isso envolve não somente as linguagens oral e escrita, como também a música, as artes plásticas e cênicas, ou seja, todo comportamento humano. Neste contexto, atenho-me a identidade de gênero e sua representatividade social.

29 de abril de 2013

II Seminário de Direitos Humanos da UNE


O II Seminário de Direitos Humanos da UNE deverá contemplar leituras, diagnósticos e análises sobre a realidade histórica e atual dos Direitos Humanos, do ponto de vista dos mais diversos campos de atuação e dos diversos atores sociais envolvidos, de modo a indicar ou inferir caminhos na solução da problemática examinada. Tem foco principal no debate da Comissão da Verdade e dos mortos e desaparecidos políticos.

O II SDH da UNE irá ocorrer nos dias 2, 3 e 6 de maio deste ano, na Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, campus de Florianópolis, e é organizado pela Diretoria de Direitos Humanos da UNE e Centro Acadêmico Livre de Economia - CALE.

Confira a programação:

17 de abril de 2013

O emblemático ano de 2012 e os desafios de 2013 na UFBA

Sobre a Universidade Federal da Bahia

Faz-se fundamental situar historicamente a Universidade Federal da Bahia, para que assim sejam feitos os devidos balanços e perspectivas políticas. Compreender seu arranjo institucional, seus sujeitos políticos e sua comunidade viva – entendida como força motriz, agente sui generis da vida universitária- é da maior importância no sentido da organização das lutas e concretização das pautas de seus agentes, tendo como eixo central a construção de uma Universidade pública, gratuita, de qualidade e que sirva á quem de fato a constrói e financia.

A Universidade Federal da Bahia ao longo de toda a sua história não apenas constitui-se, como também posiciona-se ao lado e em favor da classe dominante, assim voltando toda a sua produção e existência á burguesia. Exemplo disso foi a aprovação da moção de apoio ao golpe civil-militar pelo Conselho Universitário em abril de 1964, assim como o famigerado sistema de cotas aos filhos de latifundiários que tanto perdurou no seio desta instituição.

A UFBa, alicerçada sob a lógica de unidades descentralizadas –sendo as mais antigas a Faculdade e Medicina e Escola de Belas Artes- e com alto grau de independência, arca com os malogros de uma estrutura medieval que historicamente deu eloqüência ás contradições da relação público x privado. O patrimonialismo é característica intrínseca á essa instituição.

A dificuldade homérica de dar poder aos espaços mais amplos e representativos de decisão na Universidade revela-nos a inexistência histórica de uma revolução burguesa no sentido clássico do termo nesta instituição. Vide deliberação sobre o CTIFRA no Conselho Universitário da UFBa no fim de 2012.Pode-se comparar ,dessa maneira, o Conselho Universitário, regente maior das deliberações universitárias ao parlamento ,órgão máximo de deliberação e formulação política no âmbito da democracia burguesa.