31 de julho de 2012

Direto da ocupação: Segunda rodada de negociação com a reitoria da UFBa


Da coordenação

Os representantes discentes eleitos na assembléia da ocupação da FAPEX estiveram hoje no PAF III com representantes da reitoria para retomar as negociações iniciadas no sábado (27). Os representantes estudantis tiveram a oportunidade de desenvolver melhor a argumentação acerca dos pontos apresentados desde o início da greve discente.

Em ambiente melhor estabelecido diante da última reunião os pró-reitores, Ricardo (graduação), Dulce (Extensão), Iracema (Planejamento) tiveram a oportunidade de tirar dúvidas referentes a pauta e apresentar algumas saídas para o impasse. Os representantes discentes recolocaram a disposição de dialogar no intuito de resolver a situação da ocupação do prédio da FAPEX.

30 de julho de 2012

Ocupação da FAPEX e debate sobre EBSERH

Continuando o ciclo de debates e formação política na Ocupação da FAPEX, professores e técnico-administrativos se incorporam na agenda de hoje para debater a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.
Para realizar o debate montamos uma mesa redonda, com mais de 50 grevistas, sob as explanações de Cássia Maciel, servidora da Climério de Oliveira e diretora da ASSUFBA, Sarah Cortes, professora da Faculdade de Direito da UFBA e membro do Comando de Greve Docente e Yasmin Ferraz, estudante de Saúde Coletiva e diretora de Saúde do DCE-UFBA. Estavam presentes também estudantes da UFRB e o professor Tadeu Borges, professor da unidade de Enfermagem da UFRB e UNEB.

O debate girou em torno da necessidade de articulação política entre os seguimentos e para dentro das congregações para conseguir reprovar essa empresa na UFBA e dispor de alternativas para ela. Desta maneira ficou firmada a continuidade do ciclo de debates sobre a EBSERH e a criação de dois GT, um para pensar a Lei Orgânica e outro para propor uma alternativa que responsabilize a universidade pela estruturação dos Hospitais Universitários.

Greve, APUB e luta de classes na Universidade


Por Marina Fernandes*
                O ano de 2012 encaminha à história a possibilidade de fortalecer a disputa ideológica dentro da Universidade Federal da Bahia. Nesse sentido, as atuais greves dos três setores  (estudantes, professores e técnico-administrativos), tornam-se as maiores regentes de todo esse processo. Nos cabe analisar minuciosamente o passado e termos responsabilidade no presente para construção de um horizonte em uníssono.
                Diante desse quadro, o movimento docente oferece-nos não apenas o convite à luta pela base e a construção de uma unidade racional, mas também a retomada da real importância de um sindicato que de fato represente a classe trabalhadora no âmbito da luta de classes na Universidade. A construção da greve dos professores em 2012, após 8 anos sem fazê-la, significa, acima de tudo, uma vitória a categoria em si.
                A greve, essencialmente fruto da política pela base da APUB-LUTA, fora construída em meio a kafkiana guerra e, enquanto de um lado consta uma direção burocrata opta politicamente em desconstruí-la, de outro lado pleiteia uma amálgama de correntes políticas e gerações em um comando de greve, que se fez vitorioso, sobretudo a partir das assembleias dos dias 29 de maio e 26 de junho, quando ressurgiu a vontade da categoria de retornar á luta e refutar qualquer tipo de posicionamento que transformava a classe trabalhadora em braço sindical do governo. Os docentes viram-se como sujeitos na luta.
                A greve estudantil, deflagrada em 06 de junho com a presença histórica de 2000 estudantes, no entanto, nasceu sob outra perspectiva. O processo de mobilizações pelo qual passamos no ano de 2011 garantiu a construção de uma carta de pautas amplamente representativa e aprovada no CONSUNI. Por consequência da deflagração da greve, a maturidade política do corpo estudantil foi consolidada. O não cumprimento das pautas citadas gerou na Universidade não apenas um descontentamento geral, mas também maior segurança no que diz respeito à própria deflagração da greve. Afinal de contas, corria-se o risco de se fazer uma greve meramente a reboque da greve docente.

29 de julho de 2012

Mesa de negociação com Reitoria não avança

Os estudantes há quatro dias protocolaram uma carta de prioridades das reivindicações da greve na Reitoria para abrir a mesa de negociação. Os pontos carro-chefe dos estudantes são tocantes a assistência estudantil, como BUSUFBA e Restaurante Universitário.

Ontem, após cinco horas de reunião entre a comissão de estudantes que ocupam a FAPEX com administração central da UFBA, negociação terminou sem avanços. O grupo gestor da reitoria parece despreparado politicamente para dar avanços com pontos específicos como o prazo para lançamento de editais e licitação.

Reitoria alega não poder avançar por causa da greve dos técnico-administrativos e solicita desocupação da FAPEX. Entretanto, estudantes avaliam que a falta de prazos mínimos visam tratar o movimento com descaso, vide o desenho de principiante que foi apresentado como planta da residência universitária do Canela.

Carta dos três comandos de greve da UFBa

O que caracteriza a situação atual é a anarquia dos setores produtivos causado por um modelo capitalista onde os mais endinheirados concentram grandes quantidades de capital através de monopólios: trata-se de uma crise do capitalismo que onera fundamentalmente a classe trabalhadora. Para manter seus lucros, os imperialistas estadunidenses aliados aos imperialistas da união Europeia, liderada pela Alemanha, exploram ao máximo aquilo que dá valor a tudo – a força de trabalho. Tudo isso resulta em uma profunda desigualdade social no nosso país com marcas regionais, raciais e de gênero. Diminuir direitos, retirar conquistas é a receita. Pelo lado oposto, a classe trabalhadora, com suas formas de manifestações e uniões sindicais, usam uma tática oposta, de garantia e ampliação de direitos e pela implementação de um projeto de sociedade alternativo ao do grande capital.

O país convive com apenas 18% das crianças tendo acesso a serviço de creches; mais de 14 milhões de não alfabetizados; nossos jovens chegam ao final do ensino fundamental sem saber ler e escrever corretamente; apenas metade destes chegam ao ensino médio na idade correta e temos 1,5 milhões destes fora da escola; e apenas 14% dos jovens conseguem chegar ao ensino superior, sendo que em cada 100 apenas 26 conseguem cursar uma universidade pública. Faz-se fundamental o aumento de vagas nas Universidades, e assim, consequentemente, na UFBa.

Atualmente, o governo gasta quase metade do orçamento federal para pagar juros a banqueiros. Isso demonstra que o tesouro tem dinheiro, mas infelizmente esses recursos só servem para beneficiar os especuladores. Somos a favor da auditoria da Dívida Pública, já que, conforme estudos preliminares – da Auditoria Cidadã da Divida1 - indicam que grande parte dessa dívida remete-se ao século XIX e XX e, portanto já foram pagas ou não deveriam existir mais. É preciso lutar para inverter essa lógica, para que o dinheiro do povo seja voltado para a educação. E por isso a Educação está em greve!

A Universidade brasileira.

28 de julho de 2012

Reitoria abre mesa de negociação

Da coordenação

As barracas de campi e os diversos colchonetes na Fundação de Apoio à Pesquisa e à Extensão expressam a organização estudantil da UFBA. Desde o dia 25 os cartazes na parede da FAPEX anunciam a construção coletiva de uma universidade socialmente referenciada, pública e gratuita.

Os estudantes não poderiam conjecturar outra coisa senão o fortalecimento do debate sobre as fundações privadas na universidade, pois este caso surgiu há mais de duas décadas. Já na UFBA o debate voltou a se fortalecer na construção do 7º ConUFBa, no qual fizemos o pré-congresso sobre o papel dessas fundações na universidade, desmitificando a ideia de que estas favorecem a Universidade Pública.

A história nos sujeita a um momento oportuno: nas resoluções do último congresso estudantil foi explicitada a necessidade de debate sobre o papel das fundações na UFBA; nas pautas da greve está contida a contrariedade da permanência destas no espaço público; a necessidade de radicalização da greve nos levou a optar pela ocupação de uma fundação. Mais que acertado. O debate hoje foi sobre Fundações.

25 de julho de 2012

Após 49 dias de greve, estudantes da UFBA ocupam a FAPEX

Convocados para debate sobre Assistência Estudantil seguido de Marmitaço na escola de Arquitetura estudantes de diversos cursos, organizados pelo Comando de Greve da UFBA, seguiram para a FAPEX em ato de radicalização como forma de dar celeridade as negociações das pautas da greve.

O ato ocorreu por volta das 15h e, de forma pacifica, construiu o dialogo com os trabalhadores sobre o porquê da ocupação, bem como fez o convite para estes participarem das agendas que ocorrerá dentro da fundação durante o período.

A auto-organização estudantil vem sendo construída dia após dia por estes que ainda ousam lutar por um novo projeto de universidade. A preservação do patrimônio é de extrema importância e preocupação destes estudantes que se encontram no local, desta forma prepararam comissões como a de Limpeza, Segurança, Mobilização e Formação Política.

22 de julho de 2012

O Estopim da greve na UFBA!


Da Coordenação

O Coletivo O Estopim! é um dos coletivos que tem protagonizado a greve dos estudantes da UFBA. Nestes 45 dias de greve, foram 03 assembleias de estudantes, várias reuniões do Comando de Greve, dezenas de atividades e debates locais, atos nacionais, 01 audiência pública, duas reuniões do CONSUNI e uma do CONSEPE em que a atuação discente foi fundamental para assegurar garantias formais aos estudantes grevistas. Em todos esses espaços, a nossa militância teve intervenção destacada.

Nesse cenário, aprofundamos os debates sobre a concepção de Universidade Pública. Assim, consideramos de fundamental importância os debates sobre a assistência estudantil e a EBSERH. Precisamos debater o financiamento da permanência dos estudantes em situação de vulnerabilidade financeira e a nossa participação nos rumos desse financiamento. Em defesa da autonomia universitária e rechaçando a concepção privatista por trás da EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), é necessário acumular forças na universidade, em conjunto com os docentes e servidores técnico-administrativos, para obstruir no Conselho Universitário a aprovação da mesma.

15 de julho de 2012

O Estopim!

O Coletivo O Estopim realizou neste domingo mais uma de suas reuniões ordinárias semanais. Entretanto, não foi uma reunião como tantas outras. Esta, em especial, contou com a presença da mãe e das irmãs do camarada Fred: Elieze, Fernanda e Maria Thereza prestigiaram a reunião do coletivo formado basicamente por residentes e bolsistas. Neste domingo, também esteve presente o camarada Roger Conrado, organizador de um Núcleo de O Estopim na UFRB.



4 de julho de 2012

"A nossa luta é todo dia por assistência, respeito e moradia" Fred Vive!

“A nossa luta é todo dia por assistência, respeito e moradia”.

Este foi o grito dos estudantes que predominou durante a inauguração da Residência Universitária Estudante Frederico Perez Rodrigues Lima, marcada pela emoção, nesta manhã (4), na Garibaldi. A homenagem, que contou com a presença dos familiares, foi feita pelo Movimento Estudantil da Universidade Federal da Bahia (UFBA), sobretudo pelo coletivo O Estopim, ao estudante e militante, Frederico Perez, morto em trágico acidente no dia 23 de janeiro deste ano.

Fred, como era conhecido, era estudante de enfermagem e liderança da Ufba, além de militante nas áreas de saúde e assistência estudantil. Representado o deputado estadual Yulo Oiticica (PT), a coordenadora do Núcleo de Gestão Popular (NOP,) Jéssica Sinai, se emocionou ao lado dos irmãos e amigos de Frederico e da reitora da UFBA, Dóre Leal.

Em um discurso emocionante, o presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Wanderson Pimenta, disse que Frederico era uma máquina de trabalhar e que a inauguração deste espaço é resultado de uma luta dos residentes liderado por Frederico e demais companheiros.

1 de julho de 2012

Mineradora Vale despejou 1.300 famílias em Moçambique


Mineradora Vale despejou 1.300 famílias em Moçambique
25 de junho de 2012

Da Comunicação da Via Campesina

Jeremias Vunjanhe, da ONG Justiça Global, foi impedido na última semana de entrar no Brasil para participar do Encontro Internacional de Atingidos pela Vale. Em entrevista, ele explica como foi a sua deportação, o seu trabalho de denúncia na África dos impactos da atuação da empresa sobre as comunidades africanas.
Crítico do processo de expropriação implementado pela Vale em vários países, Jeremias vem há cerca de três anos denunciando esse processo e circulando imagens da degradação a que as famílias de Moçambique estão submetidas. Por causa de seu trabalho, ele tem recebido ameaças e acredita que sua deportação tenha a ver com isso.