A imprensa mundial noticiou nos últimos dias a publicação de alguns documentos oficiais do governo dos EUA através do site Wikileaks. Cerca de 90 mil relatórios da guerra do Afeganistão que detalham ações militares vazaram levando o governo americano a alguns embaraços. O australiano Julian Assangue, de 39 anos, responde oficialmente pelo portal e se diz vítima de perseguição pelo governo estadunidense e de outros países, também é acusado de supostos crimes sexuais. A Interpol emitiu um mandado de prisão a pedido do governo sueco onde Assangue é acusado.
Mas de que trata esse portal?
Ainda é difícil definir o papel do Wikileaks no ramo da informação, tendo em vista que a sua inclinação política e ideológica não esta totalmente esclarecida. De certo é que se opõe a guerra do Afeganistão, mas os motivos ainda não podem ser devidamente definidos. Até a semana passada o governo americano havia se limitado a lançar uma nota lamentando que documentos oficiais sejam expostos dessa forma, mas não entrou com nenhuma medida judicial. Na segunda-feira (29) o governo voltou atrás e resolveu iniciar uma investigação criminal intensiva sobre a divulgação desses documentos.
O WikiLeaks é um portal com servidores espalhados pelo mundo que publica documentos confidenciais fornecidos por denunciadores e outras fontes anônimas. O WikiLeaks não tem ligação com a Wikipedia, embora os dois sites usem o mesmo software. A sua atuação causou alguns constrangimentos mundo a fora como à definição de “Batman e Robin”, apelidos pejorativos utilizados pela diplomacia americana ao ex e ao atual primeiro ministro da Rússia Vladimir Putin e Dmitri Medvede. Também o vazamento da assessoria do embaixador americano Philip Murphy sobre o ministro das Relações Exteriores alemã, Guido Westerwelle, de que este atuava como "toupeira" para os Estados Unidos.
Novidades...nem tanto.
Alguns dos grandes jornais americanos e especialistas envolvidos no tema se mostraram bem menos surpresos com as novidades promovidas pelo WikiLeaks. Duvidam que esse impacto vá ser particularmente sério. Adam Weinstein, que mantem um blog sobre segurança nacional num texto escrito para a Mother Jones, afirmou que os vazamentos “não são nada que você já não soubesse se prestasse atenção a nossas guerras”. Também o Washington Post está descrente em relação ao impacto que o vazamento terá na guerra.
A chancelaria brasileira que também esteve pontualmente envolvida, pois foi citada nos documentos vazados, também se pronunciou sobre o assunto. Os Estados Unidos sondaram o Brasil sobre receber presos libertados com o fim da prisão de Guantánamo, o que foi negado pelo chanceler Celso Amorim. O mesmo se juntou aos céticos sobre as informações do WikiLeaks dizendo: “Sejamos sinceros. Não tem nada ali que seja ‘top secret’. Tem coisas que ou a gente já sabia ou são interpretações subjetivas de agentes diplomáticos”, avalia.
É ver pra crer.
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