9 de junho de 2017

Refazendo a UNE - para os/as estudantes, de lutas e de massas (versão completa)


APRESENTAÇÃO
 
Esta é uma contribuição de militantes do Coletivo O Estopim! e de quem queira se somar ao nosso movimento para o 55º Congresso da UNE - CONUNE. Somos jovens que acreditam ser possível construir um novo modelo organizativo e de lutas para o movimento estudantil e para as juventudes. Convocamos as e os estudantes e as juventudes para que juntas/os possamos seguir REFAZENDO A UNE, retomando a tarefa de sermos um movimento estudantil de massas, da classe trabalhadora, socialista e que seja protagonista da transformação social - construindo frentes democráticas e populares para uma mudança radical no sistema econômico e político - contra o monopólio das comunicações, pela garantia de direitos para os/as trabalhadores/as, as mulheres, negros e negras, LGBT+. Por mais cultura, pela reforma agrária e urbana, por mais saúde, educação, respeito ao meio ambiente e pelos direitos humanos, na luta internacionalista e socialista.

UM BREVE HISTÓRICO DA NOSSA ENTIDADE

A União Nacional dos Estudantes (UNE), que foi fundada em 11 de agosto de 1937 na Casa do Estudante do Brasil, no Rio de Janeiro, é a entidade máxima de representação dos/as estudantes universitários do Brasil.
 
A UNE esteve à frente das principais bandeiras de luta dos estudantes e do povo brasileiro desde sua fundação. Participou ativamente de campanhas como "O Petróleo é Nosso", que resultou na criação da Petrobrás em 1953; construiu resistência à ditadura civil-militar que sangrou nossa democracia por 21 anos; fez campanha pelas Diretas Já em 1984 e pelo Fora Collor em 1992, além da luta contra o neoliberalismo e a política de privatização dos governos FHC. A UNE sempre se destacou pela defesa intransigente da soberania nacional e da universalização da educação superior.
 
Uma das características marcantes da UNE é sem dúvida a sua pluralidade. Desde a sua conformação, nossa entidade máxima é construída e debatida por um conjunto de organizações políticas que, ao compreenderem  a força social e política da entidade e sua relativa capilaridade no interior das universidades, a disputam na perspectiva de influenciar  rumos da mesma.
 
Porém a alternância na direção da entidade, realidade comum nas primeiras gestões, praticamente deixou de existir nas últimas décadas. Desde 1979, época em que a UNE ainda estava na ilegalidade e ocorre o Congresso de Reconstrução, em Salvador - a exceção do período entre 1987 e 1991, quando a Juventude do Partido dos Trabalhadores (JPT) assume a direção da entidade - a mesma força política encabeça a UNE desde então: a UJS, a juventude do PCdoB. Em outras palavras: ininterruptamente, a UNE é dirigida pela UJS desde 1991. Ou seja, há 26 anos.
 
"A UNE reúne futuro e tradição
A UNE, a UNE, a UNE é união
A UNE, a UNE, a UNE somos nós
A UNE, a UNE, a UNE é nossa voz" (Hino da UNE, de Vinicius de Moraes)

CONJUNTURA

Na atual conjuntura brasileira de Golpe de Estado, cujo governo ilegítimo é comandado por Michel Temer e a cúpula do PMDB, PSDB e DEM, nos encontramos em meio ao ataque aos direitos garantidos com muita luta, mobilização e formulação da classe trabalhadora. Esse golpe é protagonizado ainda por parte do legislativo, do judiciário, dos grandes meios de comunicação, das forças armadas, da burguesia nacional e do capital financeiro internacional. As medidas e a estética desse desgoverno ilegítimo demonstram para que ele veio: para que a classe trabalhadora pague a conta da crise capitalista e para entregar as riquezas do nosso país ao imperialismo norte-americano.
 
O ataque à Educação foi uma das primeiras medidas desse desgoverno, colocando Mendonça Filho (DEM-PE) como "Sinistro" da Educação. O mesmo já entrou com ações no judiciário contra as cotas; se reuniu com o estuprador assumido Alexandre Frota para debater propostas para a educação; acabou com o Ciência sem Fronteiras e com bolsas ligadas à assistência estudantil, dentre outras ações autoritárias. O retrocesso continua em outras áreas como: na Cultura,  que teve seu ministério extinto e retomado somente depois de intensa mobilização dos setores ligados à pasta; na Saúde, ao ser considerado pelo Ministério que o SUS não deve ser uma política universalizante, ferindo mais uma vez a constituição brasileira; o encerramento de parte do programa Minha Casa Minha Vida, da dura repressão aos movimentos sociais que estão historicamente na luta e ser cúmplice das diversas mortes dos Índios Guarani Kaiowá e de lideranças dos movimentos sociais. Ou seja, esse desgoverno é um grande retrocesso e um desastre para a classe trabalhadora.
 
Na conjuntura internacional, entre tentativas e êxitos de golpes na América Latina no século XXI - começando na Venezuela (em 2002), passando pelo Haiti (em 2004), Bolívia (2008), Honduras (2009), Equador (2010), Paraguai (2012) e agora o Brasil (2016) - vê-se uma sequência da ofensiva do imperialismo capitalista norte-americano, justamente em uma época em que os países latino-americanos vinham conquistando direitos, soberania e e êxito na eleição de governos progressistas. A corrida imperialista por petróleo ataca diariamente a Venezuela e há um tempo permanece atacando o Brasil e a Petrobras, empresa fundamental no financiamento da educação e da saúde pública brasileira.
 
O que percebemos com esse cenário é uma esquerda perdida diante de tantos ataques, sem poder de reação, ficando a reboque do espontaneísmo. Quem tem protagonizado a reação passa por fora das estruturas tradicionais de luta – partidos, sindicatos, movimentos sociais e movimento estudantil – a exemplo das últimas ocupações realizadas pelos secundaristas por todo o Brasil. Isso demonstra a perda, no último período, do enraizamento da esquerda. Perdeu-se o contato com o dia-a-dia da população e o diálogo com essa, por meio das associações de bairros, pastorais, igrejas e, até mesmo, no ambiente de trabalho. Errou-se ao acreditar que a chegada da esquerda ao governo traria consigo o apoio popular irrestrito. O poder de organização da direita foi subestimado, assim como foi subestimado o poder dos grupos fundamentalistas, o poder de manipulação da mídia, o imperialismo norte-americano e o poder do lobby do petróleo. O conservadorismo hoje no Brasil avança a galope. De imediato, precisamos reagir aos duros golpes e (re)organizar os/as trabalhadores/as, estudantes, sindicatos, movimentos sociais e ir para cima do conservadorismo para barrar o retrocesso democrático e a perda de direitos sociais, que foram historicamente conquistados a duras penas pela classe trabalhadora.
 
As grandes manifestações contra as Reformas da Previdência, Trabalhista e a Terceirização irrestrita ocorridas no mês de março, bem como a vitoriosa Greve Geral do dia 28 de abril, casado com o Ocupa Brasília em 24 de maio, têm mostrado que o povo brasileiro rechaça qualquer tentativa de ataque aos nossos direitos. E dia 30 de junho a luta continua: mais uma Greve Geral para parar o Brasil.
 
Ao mesmo tempo, é sintomático destacar que as manifestações da direita, convocadas por organismos financiados pelo imperialismo (como MBL, Vem Pra Rua e etc.) estão levando cada vez menos pessoas às ruas.
 
Nenhum direito a menos! Fora Temer! Greve Geral dia 30 de junho! Eleições Diretas Gerais já!
 
MOVIMENTO ESTUDANTIL

A discussão acerca da representatividade e legitimidade da entidade máxima dos estudantes universitários brasileiros é antiga. Tão antiga quanto os argumentos de quem defende construí-la ou substituí-la. A década passada geriu esse debate de maneira bastante intensa e a sua síntese teve o seu auge no CONEB de 2013, quando um grande número de entidades de base e executivas de curso retornou, definitivamente, ao campo da UNE.

A crítica feita à entidade se suporta no verdadeiro argumento de que a UNE é dirigida, majoritariamente, burocraticamente, há mais de duas décadas, pela mesma força política (UJS/PCdoB). Durante os governos petistas, essa corrente contribuiu para um engessamento da luta dos/as estudantes, transformando a UNE em um espaço de legitimação da política do Governo Federal. A UNE esteve distante da sua base social e os seus congressos se transformaram em espaços de mera legitimação da política institucional.

Ou seja, a leitura crítica dos setores que propõem a ruptura com esta entidade não é equivocada. O equívoco residiu na estratégia adotada por esses setores, que muito mais confundiram do que esclareceram o conjunto dos estudantes, dividindo os espaços de construção. Logo, a tática passou de uma crítica acumulada e bastante desenvolvida para uma disputa aberta sobre quem herdaria a voz das juventudes.

Defender a UNE enquanto entidade representativa dos/as estudantes, e entendê-la enquanto espaço de debate e disputa de ideias e opinião, se tornou a principal tarefa diante da ação sistemática tanto de burocratas, quanto de divisionistas.

Para disputar os seus rumos, é preciso compreender que o seu papel construiu-se na luta por direitos, dentro dos marcos do processo democrático. Na luta pela Reforma Universitária; na defesa do passe livre; na garantia do direito à meia-entrada em eventos culturais; ao posicionar-se acerca das questões da política nacional e internacional - a exemplo do debate sobre o pré-sal e sobre as guerras; e, enfim, na construção e consolidação da democracia estudantil, levando-a a onde houver um curso superior.  

Erram aqueles que queriam fazer da UNE um partido que apoiasse candidaturas, seja ela da coloração política que fosse.

Para iniciarmos uma grande transformação da UNE pela base é necessário transformar os seus espaços de discussão, democratizando as suas instâncias e fortalecendo as relações da nossa entidade com os demais movimentos sociais, como o MST e os sindicatos. E é nesta perspectiva que defendemos ELEIÇÕES DIRETAS para a UNE, o que possibilitará uma maior discussão na base dos estudantes e proporcionará uma maior transparência nas ações desta entidade.

As eleições diretas têm o poder de acabar com o que acontece hoje, quando, de dois em dois anos, as forças políticas "se lembram" das Universidades onde a UNE nunca foi mencionada, sequer numa conversa de corredor, para pedir votos para a sua tese. Quando não, é sabido de casos não incomuns de fraudes de atas de eleição de tiragem de delegados. Sem dúvidas, a ampliação da democracia na entidade dificultará o controle da burocracia da UNE. Com o simples propósito de se perpetuar na direção, a UJS e demais setores majoritários se opõem, radicalmente, a essa medida.

A REFAZENDO A UNE propõe que a entidade REFAÇA O DIÁLOGO COM AS EXECUTIVAS E FEDERAÇÕES DE CURSO. É necessário aproveitar essa janela histórica de reconhecimento da nossa entidade geral para que as executivas de curso constituam-se enquanto diretorias plenas da UNE, firmando um vínculo maior de construção no movimento estudantil. Se hoje parte das executivas se encontram no mais absoluto sectarismo - intitulando-se como entidades "autônomas" e "independentes" e sendo terreno mais que propício para oportunistas e/ou salvadores da pátria - deve-se ao abandono destas pelo movimento estudantil geral.

A UNE deve PRESTAR CONTAS DAS SUAS FINANÇAS, a cada semestre. Ninguém, nem mesmo quem está na diretoria, sabe o que é feito com o dinheiro que a entidade arrecada. E o pior, o repasse às entidades de base via UEEs nunca é realizado.

EDUCAÇÃO

A educação no Brasil possui historicamente um caráter elitista e voltado aos interesses das classes dominantes, principalmente no ensino superior. Nos governos Lula/Dilma (PT) obtivemos pequenos avanços nesta área, modificando um pouco a realidade do ensino superior brasileiro. Apesar dos diversos erros e contradições, a Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), o PROUNI, o novo ENEM, o SISU, o Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) e o Plano Nacional de Educação contribuíram para modificar a cara das universidades brasileiras.

Contudo, há muito o que avançar. Apesar das mudanças, ainda predominam nas universidades estruturas conservadoras, arcaicas e com resquícios da ditadura civil-militar iniciada no Brasil em 1964. As instâncias de deliberação restringem a participação da comunidade acadêmica, dificultando assim a democracia participativa nas universidades, sobretudo do ponto de vista dos estudantes e  servidores tecnico-administrativos. Há ainda nesses espaços a reprodução de discursos opressores, como o machismo, o racismo e a LGBT+Fobia.

O golpe parlamentar-jurídico-midiático, o Estado de exceção, a crise política, econômica e o avanço do fascismo no Brasil vem produzindo uma série de absurdos, tais como: a Reforma do Ensino Médio, o Projeto de Lei Escola Sem Partido, a mudança no ENEM, o fim do Ciência Sem Fronteiras, cortes de vagas nas universidades federais, cortes na assistência estudantil, cortes no FIES, terceirização, privatização do ensino e o congelamento dos investimentos em educação por 20 anos. A precarização da educação é utilizada para explorar o povo, bem como para dar lucro aos tubarões do ensino.

O modelo de educação do desgoverno golpista e do seu "Sinistro" da educação Mendonça Filho (DEM) é pautado por uma concepção bancária, tecnicista e mercadológica. Nesse sentido, a influência dos interesses privados, de dominação e alienação social, das grandes empresas de educação é determinante e uma barreira para a construção de uma educação pública, gratuita, de qualidade e sócio referenciada na classe trabalhadora.

Nós da Refazendo a UNE compreendemos a educação enquanto uma ferramenta de transformação social. Acreditamos que a UNE deve ser protagonista na luta contra o desmonte da educação brasileira, bem como seja capaz de propor uma Reforma Universitária que dialogue e supra os anseios da classe trabalhadora. Nesse sentido, julgamos ser fundamental o fortalecimento da pesquisa, do ensino e da extensão para que a universidade seja mais democrática, popular e que cumpra sua função social.

Os cortes vieram desde o governo Dilma, quando a mesma adota uma política centrada no ajuste fiscal: com cortes na educação, política esta que o desgoverno golpista aprofundou. Temer caminha no sentido inverso das necessidades que estão colocadas para uma profunda transformação nas nossas universidades. A UNE precisa assumir o papel protagonista nas lutas contra todos os retrocessos e ao mesmo tempo avançarmos em nosso projeto de educação democrático e popular.  

Assim propomos:

1.    Não aos cortes na educação;
2.    Não ao congelamento de 20 anos dos investimentos na educação;
3.    Não a Reforma do Ensino Médio;
4.    Não ao PL da Escola sem Partido;
5.  Participação paritária das e dos estudantes nos espaços de decisão geral da universidade e na elaboração dos currículos;
6.    Regulamentação do Ensino Privado;
7.    3 bilhões para o Plano Nacional de Assistência Estudantil;
8.    10% do PIB para a Educação Pública já;
9.    Que a UNE organize seminários nacionais sobre Reforma Universitária;
10. Reforma Universitária democrática e popular;
11. Que o tripé (ensino, pesquisa e extensão) esteja estruturado de forma que dialogue e supra os anseios da classe trabalhadora;
12. Expansão com qualidade;
13. Nenhuma vaga a menos.

POR UMA UNIVERSIDADE COM MAIS ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL

A educação, na legislação brasileira, é concebida como um direito fundamental, universal, inalienável e um instrumento de formação ampla na luta pelos direitos da cidadania e pela emancipação social. Nessa perspectiva, a educação se compromete com a formação integral do ser humano, alcançando todas as dimensões de sua relação com a sociedade. As classes populares, no Brasil, sempre estiveram distantes dos centros de decisão. Em conseqüência, as aspirações desse setor, em matéria de educação, não encontram ressonância: a educação é eminentemente elitista e antipopular.

A ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL deve ser provedora dos recursos necessários para transposição dos obstáculos e superação dos impedimentos ao bom desempenho baseado na formação crítica, humanista e de qualidade. Ademais, é uma temática transversal, que dialoga diretamente com os direitos humanos fundamentais, compreendendo ações que proporcionem desde as ideais condições de saúde, o acesso aos instrumentais pedagógicos necessários à formação profissional, nas mais diferentes áreas do conhecimento, o acompanhamento às necessidades educativas especiais, até o provimento dos recursos mínimos para a sobrevivência do estudante, tais como moradia, alimentação, transporte, bolsas e auxílios financeiros.
 
O governo golpista de Michel Temer vem executando uma série de cortes no orçamento da Educação pública, afetando diretamente o oferecimento da já insuficiente assistência estudantil nas universidades federais. O Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) vem sofrendo, desde então, uma considerável redução orçamentária, dificultando assim o acesso a permanência por parte dos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
 
Assim propomos:
 
1.    Não aos cortes na Educação: queremos 3 bilhões para o PNAES já;
2.    Assistência estudantil enquanto Direito, não mera política assistencialista;
3.    Que o orçamento do PNAES seja destinado exclusivamente à assistência estudantil nas universidades;
4.    Orçamento participativo em todas as universidades brasileiras;
5.    Que as universidades brasileiras institucionalizem suas políticas de assistência estudantil para que de fato elas supram as demandas dos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica;
6.    Assistência estudantil não é só oferecimento de bolsas: queremos também acompanhamento psicossocial;
 
REFAZER a UNE contra o machismo: essa luta nos UNE!
 
A violência contra a mulher dentro das universidades se expressa de variadas formas. Desde os estupros durante os trotes e calouradas, até os assédios por parte de professores e funcionários cotidianamente nos espaços da universidade e na sala de aula. A universidade construída na lógica patriarcal e sexista não atende às especificidades das mulheres, e usa da institucionalidade para oprimir ao invés de libertar. Por isso se faz extremamente necessário a organização das mulheres estudantes a fim de transformar a estrutura da universidade e da nossa sociedade.
 
Precisamos colocar a União Nacional das e dos estudantes na linha de frente da luta no combate ao machismo, ao racismo e à lgbtfobia. Acreditamos que a UNE precisa se fazer mais presente na luta e na vida as mulheres pelas universidades em todo o Brasil. Encabeçar campanhas, ações e planos de combate à violência de gênero a nível nacional.
 
Para isso elencamos algumas propostas para que a próxima direção da entidade possa se fazer cada dia mais presente no seio da luta contra o machismo nas universidades:
 
1. Paridade de gênero na direção da União Nacional das e dos estudantes: Infelizmente a União Nacional das/os estudantes ainda não aprovou paridade de gênero para sua direção. Entendemos que já está mais do que na hora de conseguirmos essa conquista, tendo em vista que não basta a presidência ser ocupada por uma mulher, precisamos garantir que 50% da diretoria da UNE seja ocupada por mulheres e que nós possamos ser parte dos processos de deliberação da entidade como um todo. De acordo com o último censo do MEC as mulheres representam hoje 56% das matrículas nas universidades, portanto nada sobre nós sem nós.
 
2. O fortalecimento de um fórum de mulheres estudantes, atrelado a diretoria de mulheres, que se reúna periodicamente: para formular sobre a condição das mulheres estudantes, sobretudo aquelas com vulnerabilidade socioeconômica, as mães, as lgbts, as mulheres negras, periféricas e interioranas. E a partir de então construir luta junto a entidade para alterar a realidade das mulheres dentro das universidades e na sociedade.
 
3. Criação de uma diretoria de mães e pais estudantes: entendemos que as mulheres mães estão expostas a uma violência institucional e psicológica grande nas universidades. Em alguns casos as estudantes que se descobrem grávidas durante a graduação, são expulsas das residências universitárias e deixadas à margem sem qualquer responsabilidade da universidade. As que já adentram a universidade mães têm chances ínfimas de acesso, seja as residências ou a assistência estudantil como um todo. Outro exemplo de uma luta histórica das mães universitárias são as creches. Acreditamos que a luta pela criação e ampliação das creches é uma luta que o movimento estudantil como um todo deve fortalecer.
 
4. Campanha de combate a violência contra as mulheres nas universidades: uma campanha onde a reivindicação central seja a criação de ouvidorias, ou estruturas nas universidades que possam dar conta de acolher as denúncias, assim como prestar serviços de atendimento e acompanhamento médico e psicológico para as mulheres vítimas de violência. Sabemos que algumas universidades contam hoje com uma ouvidoria, entretanto apenas uma ouvidoria não é suficiente para apurar, combater, formular políticas para as mulheres e ainda prestar assistência para as mulheres vítimas de violências físicas e psicológicas.
 
Se cuida! Se cuida! Se cuida seu machista. A universidade vai ser toda FEMINISTA!
 

Colorir a universidade: essa luta nos UNE!
 
O Brasil está entre os 5 países que mais mata pessoas LGBTs no mundo. Dentre essas pessoas, as pessoas trans enfrentam um índice ainda maior de mortes e violências. Somos o país que mais mata Travestis e Transexuais no mundo. Tendo em vista que a universidade é um reflexo dessa sociedade lgbtfóbica que vivemos, se faz necessário o combate a todo e qualquer tipo de lgbtfobia nas universidades.  
 
As violências são muitas e cotidianas. Seja na sala de aula, nos corredores, nas festas, espaços de integração, ou em qualquer outro espaço acadêmico, as pessoas LGBT’s não estão livres de violência. Perseguições, assédios diversos, estupros corretivos, dentre outras formas de marginalizar e negar a existência de uma sexualidade que não é considerada a norma, traz diversos reflexos em decorrência dessa violência na vida das pessoas LGBTs. Depressão, defasagem na produção acadêmica, ansiedade e crises de pânico são apenas alguns exemplos das causas que mais nos adoecem hoje dentro do ambiente universidade. Acreditamos que é papel da União Nacional das e dos estudantes, se colocar na linha de frente do enfrentamento a qualquer tipo de lgbtfobia por todas as universidades do Brasil.
 
Para isso elencamos algumas propostas de como a UNE pode junto aos estudantes LGBTs fortalecer e se tornar ponta de lança de planos de políticas afirmativas em todo país:
 
1. Campanha pela implementação do nome social e cotas para pessoas Trans e Travestis na graduação: Algumas universidades a exemplo da Universidade Federal da Bahia já aprovaram tanto o nome social, quanto as cotas, entretanto enfrenta várias dificuldades reais na implementação dessas políticas. É preciso avançar nessa pauta Brasil a fora.
 
2. Campanha por ambulatórios que possam atender a população Trans em todas as universidades: As pessoas Trans enfrentam diversas dificuldades para existir, uma dessas dificuldades se expressa claramente no acesso a saúde. Portanto se faz extremamente necessário ambulatórios e especialistas preparados para atender e acompanhar a população Trans.
 
3. Um fórum nacional de diversidade sexual e de gênero ligado à diretoria LGBT: Precisamos debater sobre a necessidade de ouvidorias para registrar e apurar os casos de lgbtfobia nas universidades, acompanhado de assistência médica e psicológica para as pessoas que sofrerem violência.
 
4. Campanha junto aos CA’s, DA’s, executivas de cursos e entidades de base sobre a promoção da saúde física e mental das pessoas LGBTs: Com o intuito de prestar assistência e acompanhamento para pessoas LGBTs em situação de vulnerabilidade socioeconômica e difundir informações de prevenção e cuidado com a saúde para essa população. A população LGBT enfrenta graves dificuldades de acesso aos serviços de saúde.
 
POLÍTICA SOBRE DROGAS
 
A atual política sobre drogas brasileira sustenta o status quo que vem desde o Brasil Colônia, onde uma elite domina e a maioria da sociedade é oprimida. A política sobre drogas brasileira promove um verdadeiro genocídio da juventude negra, das mulheres, da população socioeconomicamente vulnerável e das comunidades periféricas. A utilização dos autos de resistência, o modus operandi da Polícia Militar nos bairros populares e a tentativa do Congresso de reduzir a maioridade penal, são exemplos do caráter de assepsia social da guerra às drogas.
 
No Brasil e no mundo, esse modelo de guerra às drogas não deu certo para a sociedade, mas, ao mesmo tempo, vem servindo para a indústria armamentista e para os narcotraficantes que ganham muito dinheiro livre de impostos - seja corrompendo ou fazendo parte do sistema político, do judiciário, ou seja, de todo o Estado brasileiro.
 
A população carcerária feminina cresceu de 5.601 para 37.380 detentas entre 2000 e 2014, isto é, um crescimento de 567% em 15 anos. A maioria dos casos tem relação com o tráfico de drogas, motivo de 68% das prisões. Os dados integram o Infopen Mulheres, levantamento nacional de informações penitenciárias do Ministério da Justiça, que fez a análise com o recorte de gênero. Cerca de 30% das presas no Brasil ainda aguardam julgamento. O estudo também revelou que a maioria das mulheres presas no país (68%) é negra, enquanto 31% são brancas e 1%, amarela. No Acre, 100% das detentas eram negras em junho de 2014. O segundo estado com o maior percentual é o Ceará, com 94%, seguido da Bahia, com 92% de presas negras. O número de indígenas não chega a 1% da população carcerária feminina nacional. À época da pesquisa, só existiam presas indígenas nos estados de Roraima, Amapá, Mato Grosso do Sul e Tocantins.
 
Quanto à faixa etária, cerca de 50% das mulheres encarceradas têm entre 18 e 29 anos; 18%, entre 30 e 34 anos; 21%, entre 35 e 45 anos; 10% estão na faixa etária entre 46 e 60%; e 1%, têm idade entre 61 e 70 anos.
 
O Relatório Mundial sobre Drogas 2016 do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) mostra que o número de pessoas descritas como “dependente de drogas” em todo o mundo aumentou de 27 milhões (2013) para 29 milhões (2014). Cerca de 250 milhões de pessoas entre 15 e 64 anos usaram pelo menos uma droga em 2014. Este número tem se mantido estável nos últimos quatro anos.
 
O relatório foi lançado em abril de 2016. A reunião que apresentou o relatório resultou em uma série de recomendações, e apesar de todo o investimento dos Estados na guerra  às drogas, esse relatório prova a total ineficácia do modelo proibicionista e do modelo que torna a questão das drogas assunto de segurança pública.
 
Devemos propor um outro modelo para a questão das drogas no Brasil e no mundo. Um modelo em que o Estado controle desde a produção das drogas, passando pela distribuição até o acompanhamento do usuário, tornando a questão das drogas um assunto de saúde pública, contra a internação compulsória e as "casas terapêuticas", a favor de um tratamento diferenciado para cada caso e cada tipo de usuário e de drogas, através da redução de riscos e danos. Já existem modelos alternativos a guerra às drogas implantados no mundo como os casos do Uruguai, Espanha, Portugal, EUA, entre outros. Cabe ao Brasil e ao mundo repensar a questão das drogas e buscar um modelo que se adapte a sua realidade local.
 
Assim propomos:
 
1.    Criação da Diretoria de Política sobre Drogas da UNE;
2.    Desmilitarização de todas as corporações policiais no brasil;
3.    Regulamentação de todas as drogas no Brasil;
4.    Basta de genocídio da população negra!
 
“Tabaco ou maconha, o que te envergonha? Eu não sou menos digno porque eu fumo maconha.” (Planet Hemp)
 
NEGROS E NEGRAS
 
A União Nacional dos/as Estudantes sempre teve dificuldade em discutir a questão racial. Só a partir de meados da última década é que esse debate começou a ser colocado, apesar de modestamente, para dentro da UNE.
 
O movimento estudantil brasileiro tradicionalmente é construído pela classe média, isto é, pelos brancos. E nesse sentido é negado aos/as pretos/as, desde sempre, assim como ocorre no ensino superior como um todo, a possibilidade dos mesmos adentrarem nesses espaços e construir um movimento estudantil com sua cara e suas bandeiras de luta.
 
A questão racial nunca foi prioridade no interior do movimento estudantil brasileiro. E pra dentro da UNE isso não foge a regra. É bem verdade que essa realidade é o reflexo do ensino superior brasileiro: espaço formado, majoritariamente, pela classe média, de essência branca e alheia às necessidades do povo preto. Um exemplo disso é observado em relação a Diretoria de Combate ao Racismo da UNE, pasta criada há menos de 20 anos pela entidade que, na prática, pouco apoio recebe da força política que dirige a UNE.
 
As esquerdas no Brasil sempre tiveram dificuldade em debater a questão racial. O grande problema é que elas demoraram para perceber que não se pode resumir os problemas relacionados ao povo preto as questões de classe - mesma lógica seguida pela maioria do movimento estudantil. O racismo no meio acadêmico, assim como no restante da nossa sociedade, é estrutural e precisa ser compreendido, debatido e superado.
 
Acreditamos que o debate racial é de suma importante pois acumula forças para que tenhamos uma universidade com igualdade racial, ou seja, que tenha a cara do povo. Porém, divergimos de algumas organizações no tocante a forma como esta discussão é feita. Acreditamos que se as pautas identitárias, a exemplo da questão racial, não estiverem associadas ao debate de classe, elas pouco contribuirão para o fim de todas as formas de opressão.
 
Por mais que uma parcela significativa das esquerdas no Brasil faça boas discussões identitárias, e isso resulte em importantes avanços para segmentos historicamente excluídos, elas não devem morrer por si só, como muita gente defende.
 
É preciso que, a médio e curto prazo, a discussão racial para dentro da UNE acumule forças e vitórias ao povo preto - a exemplo da acertada política de cotas nas universidades públicas. Mas esse debate não pode nem deve parar por aí. É necessário que, para além das vitórias e da contribuição para a politização da negrada,  esse debate, que deve estar casado com a luta do movimento negro, tenha como horizonte estratégico a derrubada do que sustenta o racismo hoje no Brasil, isto é, o capitalismo.
 
“Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor” (Novos Baianos)
 
COMUNICAÇÃO E CULTURA
 
Em uma conjuntura de crise política/econômica na qual estamos vivendo, os meios de comunicação vem desempenhando um papel fundamental na manipulação da opinião pública. A  partir de uma disputa de narrativas - a mídia hegemônica, como tradicionalmente o faz - contribuiu decisivamente para o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff.
 
Neste cenário em que os meios de comunicação consolidam-se como atores centrais na definição dos rumos do país, as políticas públicas na área tornam-se alvo de disputas entre empresas, sociedade civil e o Estado. Em geral, o interesse público segue sendo ignorado em detrimento dos interesses de grupos econômicos que compreendem a comunicação tão somente enquanto um negócio.
 
De maneira geral, as esquerdas estão perdendo as batalhas da comunicação e da cultura para grupos conservadores. Precisamos entender a comunicação e a cultura enquanto campos de disputa. Devemos utilizar as plataformas, os meios(mídias) de comunicação como ferramenta de participação social, difusão do conhecimento e de interação social.
 
Ocupar todos os meios se faz necessário, produzir conteúdo para rádio, internet, televisão, jornal, panfleto, cartilhas, fazer agitação e propaganda, utilizando todas as linguagens possíveis, das artes; teatro, música, dança, etc. Precisamos promover o direito humano à comunicação, para que esse direito seja apropriado e exercido pela classe trabalhadora na luta por uma sociedade mais justa, menos desigual e socialista.
 
O direito à cultura não pode ser restrito apenas aos estudantes, mas sim enquanto um direito de toda a juventude. Acreditamos que a meia-entrada deve ser garantida apenas mediante apresentação de documento oficial de identificação com foto (RG ou CNH) e o comprovante de matrícula, sem a necessidade de apresentação das carteirinhas.
 
O Campo Popular - campo que se coloca enquanto uma alternativa de esquerda a direção majoritária da UNE - e que nós do Coletivo O Estopim! fazemos parte, desde 2013 vem se posicionando criticamente em relação a esses retrocessos.

A cota de 40% e a obrigatoriedade da apresentação das carteirinhas imposta pela Lei Nº 12.933/13 dificulta ainda mais a vida da juventude pobre e negra no acesso à cultura. Nessa perspectiva, acreditamos que o movimento estudantil brasileiro, através de suas entidades de representação, deve:

1) A médio e curto prazo - compreendendo que a lei já está em vigor - as entidades habilitadas para emissão das carteirinhas (UNE, ANPG, UBES, UEEs, DCEs, C.As e D.As) devem baratear ao máximo o valor das mesmas, bem como oferecer descontos aos/as cotistas e aos/as estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica;

2) A médio e longo prazo, é preciso construir uma campanha nacional pela revogação da limitação de 40% na meia-entrada e da obrigatoriedade da apresentação das carteirinhas para o acesso a esse benefício.

Assim propomos:

1.    40% é um retrocesso: meia-entrada para todos/as os/as estudantes;
2.    Chega de obrigatoriedade da apresentação das carteirinhas;
3.    Pelo acesso universal à Cultura;
4.    Chega de benefícios: queremos é Direitos;
5.    Chega de oligopólio: pela democratização dos meios de comunicação.

“A gente não quer só comida
A gente quer bebida, diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer a vida como a vida quer” (Titãs)

DIREITOS HUMANOS

A discussão sobre direitos humanos no meio acadêmico é recente. Temos no Brasil um modelo de universidade eurocêntrico, que legitima e reproduz um discurso carregado de preconceito contra segmentos historicamente marginalizados/excluídos da nossa sociedade - a exemplo das mulheres, negros(as) e LGBTs.

Porém este debate, infelizmente, não para por aí. É nítido perceber que as universidades brasileiras, sobretudo as públicas, ainda carregam resquícios da ditadura civil-militar iniciada no Brasil em 1964, responsável por sangrar nossa democracia por longos e sombrios 21 anos.

Nessa perspectiva, acreditamos que debater direitos humanos no meio acadêmico é reafirmar a necessidade de romper com esta lógica autoritária/repressiva ainda bastante presente nesses espaços.

Assim propomos:

1.    Construção do 3º Seminário de Direitos Humanos da UNE;
2.   Criação de fóruns de debate nas universidades para discutir direitos humanos e segurança pública;
3.    Construção de um memorial do movimento estudantil em cada estado da federação;
4.    Fim da lista tríplice e da “Consulta Pública”: queremos voto universal e eleições diretas em todas as instâncias das universidades brasileiras;
5.    Que a UNE encabeçe uma campanha nacional pelo retorno das Guardas Universitárias em todas as Instituições de Ensino Superior - IES do Brasil;
6.    Criação de observatórios de Direitos Humanos nas universidades brasileiras (como um instrumento de garantia da continuidade dos trabalhos das Comissões da Verdade).

“Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer” (Geraldo Vandré)

UNIFICAR O MOVIMENTO ESTUDANTIL, QUALIFICAR O DEBATE CONTRA O DIVISIONISMO E DERROTAR A DIREITA!

A eleição de Lula, em 2002, acelerou o processo de fragmentação dos setores que, durante muitos anos, estiveram unificadas em um único projeto - Lula presidente. Essa fragmentação tem inicio ainda no final da década de 80, mas a sua configuração é percebida, fundamentalmente, depois de 2002. Nesse período, configura-se uma visível apatia dos movimentos sociais, que ansiavam por um governo voltado para as reivindicações históricas dos trabalhadores e trabalhadoras. Como sabemos, não foi exatamente isso o que aconteceu. A Reforma Agrária não saiu do papel, o salário mínimo continua díspar ao índice do DIEESE, dentre outras questões. O golpe em 2016 acelerou uma agenda que criminaliza o serviço público e tenta de todo modo aprofundar os cortes nas IFES, a fim de privatizar o ensino público.

A direita, antes localizada nos grotões dos institutos mais conservadores de todas as universidades, começa agora a se organizar e se preparar para fazer as disputas que sempre tiveram o DNA de esquerda. DCEs, DAs e CAs, conselhos superiores, são apenas alguns dos exemplos da reorganização conservadora. Não devemos subestimá-los. Está mais do que claro, assim como em outros países da América Latina, que existe uma orientação e supervisão de interesses internacionais para disputar este tipo de segmento.

Por isso, é necessário avançar em uma defesa qualificada da UNE e das UEEs, fazendo a crítica militante à burocracia das nossas entidades representativas. Em nenhuma hipótese serão permitidos recuos, trazidos pela divisão e pelo oportunismo.

Neste espaço, a REFAZENDO A UNE se dirige aos/às estudantes que, por não suportarem a complacência da direção majoritária da UNE, seguem um caminho (ainda que compreensível) de romper com esta.

É nosso desafio refazê-la, de forma a dialogar com as necessidades imperativas da conjuntura atual. É preciso organizar a luta em duas perspectivas:

1) Terminar de enterrar o divisionismo, expresso em setores irresponsáveis que têm se tornado a cobertura de esquerda ao conservadorismo;

2) Derrotar a direita, em todas as frentes, sem espaço para conciliações.

“Eu acredito é na rapaziada
Que segue em frente e segura o rojão
Eu ponho fé é na fé da moçada
Que não foge da fera, enfrenta o leão
Eu vou à luta com essa juventude
Que não corre da raia a troco de nada
Eu vou no bloco dessa mocidade
Que não tá na saudade e constrói
A manhã desejada” (Gonzaguinha)
 
"A UNE somos nós, nossa força e nossa voz!" 

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