Rumo ao 8º EME da UNE, que acontecerá entre 30 de março a 1º de abril, na Universidade Federal de Juiz de Fora (MG)
É importante
destacar que 70% da população miserável no mundo é composta por mulheres. As
mulheres recebem cerca de 30% a menos que os homens; a diferenciação salarial
entre mulheres negras e homens brancos chega a ser de 60%. Em contrapartida, é
perceptível o aumento significativo das mulheres na luta e ocupação nos postos
de chefia, nas universidades, na condução de suas famílias. No entanto, as
mulheres são as que ainda recebem menos, mesmo ocupando e executando o mesmo
cargo que homens nas empresas, mesmo tendo duplas, muitas vezes até triplas
jornadas de trabalho, como consequência de uma estrutura não pensada a priori
para as mulheres.
Nas
Universidades as barreiras para a nossa permanência nesse espaço são muitas.
Desde assédio moral, sexual, falta de assistência estudantil, inexistência de
creches, dentre outras violências físicas e psicológicas, como estupros dentro
das universidades, sobretudo nas residências universitárias e espaços de integração
(calouradas, trotes etc.)
Em tempos de
projetos de emendas constitucionais que avançam sobre os direitos das mulheres,
a exemplo da PEC181 - que proíbe aborto até mesmo em caso de estupros - e da
EC95 - que prevê o teto de gastos em investimentos sociais durante 20 anos (no
qual afetará diretamente a educação), é visível que a ausência de políticas
públicas para mulheres, o alto índice de feminicídio onde dezenas de mulheres
morrem diariamente por questão de gênero, os diversos casos de agressão
doméstica e violência contra mulher, a falta de efetivação da lei
Maria da Penha, deixam escancarado que o desgoverno de Temer não está ao nosso
lado.
É mais do que necessário a construção de
uma resistência forte contra essas medidas antidemocráticas e misóginas
representadas hoje pelo Governo de Michel Fora Temer.
O momento
político exige rever e renovar as estratégias historicamente usadas pelas
organizações de esquerda. É urgente fortalecer o compromisso coletivo em formar
quadros mais difusos e diversos, ultrapassar os muros das Universidades, nos organizar
como frente de mulheres nos diversos movimentos sociais para a construção de
uma grande agenda de lutas puxada e protagonizada pelas mulheres, denunciando
toda a violência desse congresso retrógrado, autoritário, branco, masculino, heterossexual
e que não representa os reais interesses das mulheres.
Em razão disso
a União Nacional das Estudantes, pelo protagonismo que as mulheres sempre
assumiram em suas fileiras, tem o dever e a honra de anunciar o seu 8º
Encontro de Mulheres Estudantes - EME. Com o tema: “Mulheres em
movimento: a resistência feminista nas universidades e nas ruas”, o 8º EME da
UNE em 2018 comemora 15 anos da Diretoria de Mulheres da entidade e vai reunir
mulheres estudantes de todo o Brasil,
nos dias 30, 31 de março e 1 de abril, num espaço auto organizado de debates e
proposições, fomentando discussões políticas e fortalecendo a resistência
feminista em todas as regiões do país. O encontro acontecerá na Universidade
Federal de Juiz de fora - UFJF em Minas Gerais. Serão 3 dias de encontro para
que possamos debater uma plataforma e uma agenda feminista, nacionalmente
organizada, a fim de construir resistência a atual conjuntura de ataques e
retrocessos aos direitos das mulheres.
As mulheres
estudantes precisam se atentar para a importância das próximas agendas de lutas
que estão colocadas como desafios em 2018. Precisamos nos organizar a fim de
eleger o máximo de mandatos feministas Brasil a fora e apontar que a nossa luta
contra o machismo é todos os dias: dentro e fora das universidades. Reiterando
o que diz o Manifesto do 8º EME da UNE: ‘’O 8º EME tem como linha central as
mulheres em movimento, resistindo nas universidades e nas ruas. Convocamos as
mulheres de cada canto do país a mostrar que a UNE somos todas nós! As negras,
indígenas, quilombolas, LBTs, as estudantes do campo e da cidade. Todas aquelas
que constroem diariamente a luta por uma universidade livre do machismo,
racismo, LBTfobia e do patriarcado.’’ Nós dos coletivos de juventude: O
Estopim!, Manifesta e Veias Abertas, convocamos todas as jovens feministas e
estudantes a se somarem para contribuir e participar das sínteses do maior
encontro de mulheres estudantes da América Latina.
Nesse sentido,
assim como a União Nacional das Estudantes se coloca de forma intransigente na
defesa de uma universidade pública, gratuita, democrática, antirracista,
feminista e popular, manifestamos também a nossa disposição e braços de luta na
tarefa para construir, mobilizar, e fazer parte desse que será com toda certeza
o maior e mais potente encontro de mulheres estudantes da UNE.
Precisamos
estar em constante movimento e sem medo de fazer a mudança. A luta é árdua,
somos atacadas diariamente, somos exterminadas diariamente, derrubam sangue de
nossas companheiras diariamente: no último dia 14/03 executaram mais uma mulher
Negra, Marielle Franco, moradora da favela, ativista na luta por direitos
Humanos. Mulher guerreira que não teve medo de enfrentar os desmandos
golpistas, não teve medo de denunciar a violência policial, o genocídio da
população negra e das mulheres.
Executaram
Marielle para tentar calar a todas nós, mas não vamos nos amedrontar, a luta
vai continuar, o grito de Marielle é o grito de todas nós e vamos fazê-lo ecoar
por todo o continente.
#MariellePresente. Hoje e sempre.
Mulheres em
movimento e sem medo para mudar as universidades, mulheres em movimento e sem
medo para mudar o país, mulheres em movimento e sem medo para mudar o mundo!
+ INFOS
Link sobre dúvidas frequentes:
Link do evento no Facebook:
Link e informações para
inscrições:
Link do Manifesto do 8º EME da
UNE:
"Incendiado corações e
mentes por um feminismo popular!"
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