Por Diego Rabelo*
Exceto avaliações megalomaníacas, transloucadas, descontextualizadas, fora de órbita, desconectadas, míopes etc. é consenso que o movimento estudantil da UFBa atravessa um período de refluxo profundo. Dito isso, é possível fazer diversas avaliações que desemboquem no problema. Uma delas, sem dúvidas, é a burocratização das relações entre os partidos políticos e o movimento. Podemos citar também a dificuldade das correntes de opinião em situarem-se no terreno de ser governo e ser movimento social. Ou mesmo o descrédito acumulado nos últimos anos que refletiu na negação de todas as entidades. Em suma, existem inúmeras outras, mas, por hora, não irei deter-me nessa questão.
Com a dificuldade cada vez maior de atingir a estudantada recém-ingressa na Universidade, o movimento estudantil encontra uma barreira carregada de transpassar por conta da sua não renovação. Dessa forma, cabe aos atuais dirigentes buscarem fórmulas e mecanismos que possam apontar para uma nova perspectiva. Se os atuais dirigentes priorizam ou mesmo querem fazê-lo, é outra questão, mas não realizar tal medida, significa também para estes, perecer com o conjunto do movimento.
Nosso coletivo vem amadurecendo ao longo dos últimos dois anos formas que possam impulsionar o M.E e fazê-lo escalar o declínio. Uma delas, talvez a proposição central, seja o incentivo para a criação de diversos fóruns. Sabemos que essa iniciativa somente será possível com a compreensão e a vontade política do conjunto das correntes que compõem o nosso M.E. atualmente. Por isso, caberá a nova direção articular e convencer os demais setores desta iniciativa, ou do contrário a crise que se estabeleceu irá perdurar causando um dano ainda maior.
Atualmente temos os seguintes fóruns: São Lázaro (das humanas), FAS (de saúde), BI´s (dos bacharelados interdisciplinares) e o FAAE (acadêmico de assistência estudantil). Nosso horizonte ainda encampará a construção de mais três fóruns: o FACA (de cultura e arte), o FTP (o do transporte público) e o FAE (de assistência estudantil) esse último institucionalizado e com a presença dos três setores da Universidade. Esses fóruns devem exercitar um novo hábito de debates e proposições, alçando o movimento estudantil do atual papel reativo para formulador. Também, caberá a esses espaços com temáticas tão distintas e inter dialogadas o instrumento de cobrança, fiscalização e pressão da futura diretoria do DCE, descentralizando e desencastelando a sua direção.
Que pipoquem os fóruns como medida e exercício de um novo hábito de relações que permitam anular as vicissitudes advindas do parlamento que contaminou o movimento estudantil. O pragmatismo da autoconstrução precisa desmoronar frente à necessidade das novas ferramentas tão necessárias para o aprimoramento do que queremos construir.
Isso não quer dizer que temos uma fórmula pronta ou mesmo pré-fabricada. Tudo deve se conformar em mais absoluta adequação e harmonia com as necessidades objetivas e, neste caso, somente a experiência prática corrigirá as incongruências que possam surgir no campo das idéias.
* Rabelo, é estudante de Museologia da UFBa e membro do coletivo bolchevique-leninista O Estopim!
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