Semana passada este blog escreveu a respeito do discurso de Chaves direcionado as FARC, sugerindo-lhe a entrega dos reféns ainda em poder da guerrilha. O texto faz uma alusão direta ao que aconteceu ao IRA na Irlanda, tendo em vista o grau de esgotamento da guerrilha nos últimos anos e a possibilidade de entregar as armas. Essa variável vem sendo trabalhada há alguns anos e a recente eleição de Juan Manuel Santos abriu essa perspectiva de diálogo.
É importante entendermos que o comitê central das FARC adiam essa possibilidade no intuito de ganhar algum tempo. O poder de alcance da guerrilha foi reduzido nos últimos anos, mas ainda é capaz de causar avarias no exército regular. O que resta ao comando central das FARC é negociar a paz da melhor forma possível. Mas não será fácil.
Mesmo com a mídia oficial insinuando e atribuindo o último atentado em Bogotá a guerrilha, fontes não governamentais afirmam que a ação teria partido de grupos paramilitares de extrema direita da colombiana. O atentado ocorreu menos de uma semana após a posse do novo presidente, Santos, que esboça uma tentativa de negociação para o conflito que dura quase cinco décadas.
Isso demonstra que qualquer movimentação de Chaves para fazer as FARC depor as armas e integrarem a disputa parlamentar de forma pacífica não será aceita pela extrema direita colombiana e pelos EUA.
Esse processo se prolongará pelos próximos anos e esperamos que a agonia do povo colombiano seja amenizada por uma solução viável que possa colocar a Colômbia nos trilhos da democracia.
*Rabelo é estudante da UFBa e militante do Estopim!
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