* Vilma Leahy
Frente ao panorama atual que vive o Brasil, em resgate à memória e a verdade aos 21 anos sangrentos vividos pelo país sob o regime militar, de 1964 a 1985, é relevante assumir a participação dos Estados Unidos da América, que, com seus membros ativos, Dean Rusk (secretário do estado americano), Lincoln Gordon (embaixador americano no Brasil), John Kennedy (presidente dos EUA no período de 1961-1963), Richard Goodwin (conselheiro do presidente Kennedy), Lyndon B. Johnson (presidente dos EUA no período de 1963-1969), Vernon Walter (general do exército americano) e agentes da CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA), financiaram e comandaram o golpe de estado que depôs o presidente João Goulart e deu início a esse período trágico de torturas, mortes e desaparecimentos de vítimas pela repressão militar.
A aproximação dos militares brasileiros com os americanos se deu no período da Segunda Guerra Mundial, onde ambos lutaram contra Hitler, líder da Alemanha nazista, país do Eixo. Os EUA tinham como membro principal de cooperação o oficial Vernon Walters, que comandava as tropas do exército. O período pós-guerra foi de muito intercâmbio entre oficiais brasileiros e americanos, onde centenas de brasileiros foram estudar no exterior. Principalmente na Escola das Américas no Panamá - centro de treinamento criado pelos Estados Unidos, e na National War College, onde surgiu a inspiração para Escola Superior de Guerra no Brasil. A partir disso, o oficial Vernon Walter articulado juntamente com os militares brasileiros compartilhavam da mesma ideia: eliminar o comunismo.