Após reuniões nacionais do ANDES-SN (16/5) e da FASUBRA (25/5) que aprovaram greve e com o anúncio do governo Dilma Rousseff de corte de 9,4 bilhões na educação, Professores e Técnicos-Administrativos de diversas Universidades do país inclusive a Universidade Federal da Bahia (UFBA) declararam nesta quinta- feira (28/5) greve por tempo indeterminado.
Para o PROIFES e para o MEC, o momento não é para a paralisação. O Ministério da Educação criticou a decisão pela greve, alegando que não houve um amplo diálogo prévio. Apesar do corte bilionário, a Educação será uma das áreas que vão manter gastos acima dos patamares de 2013. Os cortes são uma tentativa do governo de sinalizar ao mercado que irá cumprir a meta de superávit primário.
Nós do Coletivo O Estopim-BA apoiamos à greve das(os) trabalhadoras(es) em educação das Universidades Federais, por entender que nos últimos anos, passamos por uma imensa expansão das Universidades Federais do Brasil, mas essas políticas vieram cercadas de contradições, e hoje nos deparamos com problemas como, obras inacabadas, falta de professores e servidores, precarização das condições de trabalho, terceirizações e dificuldades de permanecia em geral. Atualmente, a conjuntura nacional e internacional passa por uma recessão econômica, e o governo, seguindo na direção contrária dos votos que o elegeram democraticamente, se submete ao capital internacional e a iniciativa privada, apontando inclusive para cortes de direitos sociais e trabalhistas.
A redução de verbas na educação acentua as contradições do processo de expansão universitária, para além se ser um golpe aos e às estudantes, as(aos) educadoras(es) e à classe trabalhadora, que ainda enfrenta dificuldades no acesso à educação superior, reverberando diretamente nas nossas condições de trabalho e estudo, prejudicando sobretudo os setores sociais mais sensíveis da UFBA e de todas as IFES: as e os estudantes em condição de vulnerabilidade socioeconômica. Diante disso, exigimos que o governo não só priorize a garantia dos direitos já conquistados mas que avance nas políticas públicas que beneficiam a classe trabalhadora e setores marginalizados historicamente.
Nós do Coletivo O Estopim repúdiamos à situação nacional de negligência à educação,e entendemos que a greve é um instrumento legítimo de luta da categoria e é colocada como alternativa desta, para conquistar direitos trabalhistas e melhoria no serviço público, acreditamos que, para que haja mudanças profundas na sociedade brasileira, precisamos transformar a educação, garantindo sua democratização, condições de permanência, qualidade e valorização de seus profissionais.Lutaremos juntos com as(os) trabalhadoras(es) para revertermos os cortes na educação e contra a onda conservadora que atinge o país.
“Nenhum passo atrás que não seja para tomar impulso."
Che Guevara
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