A história se repete. Praticamente todo início de ano é assim: a prefeitura de Salvador, hoje capitaneada pelo golpista ACM Neto, o afamado grampinho, em conluio com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador - SETEPS, aumentou mais uma vez o valor do transporte público da capital baiana - um dos piores e mais caros do Brasil.
E o que surpreendeu neste ano foi a justificativa do prefeito. Segundo ele, "não é possível se pensar em congelamento de tarifa. Alguém tem que pagar a conta e a prefeitura não tem como pagar". Ou seja, para ACM Neto, que governa nossa cidade nitidamente para os ricos, esta conta tem que ser paga pelo povo. Em outras palavras: a manutenção/ampliação das taxas de lucro dos empresários é, ao menos para o prefeito golpista e o SETEPS, mais importante que o direito de ir e vir das\os soteropolitanas\os.
A escolha do período de férias - momento em que os estudantes estão fora das escolas e em tese desarticulados/desmobilizados - é estratégico para evitar grandes mobilizações estudantis. Essa estratégia foi elaborada tendo como referencia a Revolta do Buzu, grande movimento popular ocorrido no ano de 2003 na capital baiana.
A Revolta do Buzu, por mais que não tenha alcançado o seu objetivo principal - isto é, a revogação do valor da passagem de 1,50 para 1,30 - acumulou forças, apesar de setores da esquerda terem se auto-proclamado lideres do movimento e negociado com a prefeitura a revelia dos estudantes, para o aprofundamento de importantes debates, a exemplo da mobilidade urbana e do direito de ir e vir - além de ter fomentado a criação de organismos de luta por um transporte público de qualidade e acessível a todas e todos.
A juventude soteropolitana precisa novamente ir as ruas e denunciar mais este ataque a classe trabalhadora. Mas não devemos parar por aí. É preciso retomar e potencializar o debate sobre o passe livre para estudantes e desempregados, bem como a criação de uma empresa pública municipal que regule o transporte público de Salvador.
Acreditamos, sobretudo, que o transporte público - incluído na lista de direitos sociais em 2015, através da PEC 90 - não deve ser tratado enquanto uma mercadoria, para garantia dos lucros dos empresários do transporte, e sim enquanto um direito irrevogável e universal.
Nessa perspectiva, reavivando e reivindicando a memória dos lutadores e das lutadoras que em 2003 marcaram uma geração na capital baiana, O Coletivo O Estopim! faz um chamado a todas as organizações do movimento estudantil e ao conjunto dos\as estudantes a se rebelarem contra mais uma ação truculenta e antidemocrática do prefeito golpista e do SETEPS.
Assim defendemos:
Revogação do valor da tarifa!
Passe livre para estudantes e desempregados!
Criação de uma empresa pública municipal que regule o transporte público de Salvador!
Coletivo O Estopim! Incendiando Corações e Mentes por um transporte público de qualidade, humanizado e inclusivo.
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