25 de março de 2015

Lava Jato: a visão distorcida dos fatos


*Caio Teixeira
Iniciou-se a operação Lava Jato em 17 de marco de 2014 para investigar esquemas de corrupção, desvios, superfaturamento em contratos da Petrobras. Desde então a Petrobras, o governo, a corrupção e o sistema político estão no centro das atenções da opinião pública.


O Brasil passa atualmente por um período de 30 anos de democracia ininterruptas onde a sociedade e a Petrobras tem um papel fundamental na afirmação da soberania e da democracia do Estado brasileiro. 

A Petróleo Brasil S/A (Petrobras) foi criada no dia 3 de outubro de 1953, pelo então presidente Getúlio Vargas, tendo como principal objetivo a exploração petrolífera no Brasil em prol da União, impulsionado pela campanha popular iniciada em 1946, cujo slogan era “o petróleo é nosso”. 

A Petrobras atua nos segmentos: exploração, produção, refino, comercialização e transporte de petróleo e gás natural, petroquímica, distribuição de derivados, energia elétrica, bicombustíveis, além de outras fontes energéticas renováveis.

Uma empresa forte e com um importante viés de investimento na estrutura do Brasil, a Petrobras vem sendo atacada desde antes da sua fundação, não interessa ao imperialismo norte-americano que vem explorando, fazendo guerras, e tentando desestabilizar governos nos países com grande potencial de extração e produção de petróleo. 

Existia no período Vargas setores que defendiam a exploração e produção do petróleo por empresas multinacionais, setores esses ligados aos imperialistas com economia frenética, baseada em derivados de petróleo. Os movimentos sociais mobilizados conseguiram essa grande conquista do monopólio da exploração e produção do petróleo, que depois esse monopólio caiu no inicio dos anos 1990 com o avanço do neoliberalismo, hoje, a empresa é estatal de economia mista, ou seja, é uma empresa de capital aberto, sendo o Governo do Brasil o acionista majoritário. O Brasil mudou a legislação e permitiu que outras empresas também explorassem o petróleo, mas a Petrobras continuaria com a maioria da exploração.
Um grande marco histórico para a empresa e para a exploração mundial do petróleo foi a descoberta e a exploração do pré-sal. O governo brasileiro mudou o marco regulatório e instaurou o contrato de partilha de produção, onde o Estado partilha os ganhos futuros que surgirem da exploração. A Petrobras ao contrário do que passa atualmente na mídia hegemônica se mostra forte no mercado quando nos últimos doze anos, o lucro liquido acumulado supera R$ 300 bilhões, diferente de um período anterior onde a empresa estava sendo sucateada para futura privatização.

O mundo passa hoje por um período de instabilidade política e econômica muito grande. Os grandes “players” da economia mundial estão se movimentando pós-crise de 2008. Como atualmente a economia mundial é altamente dependente do petróleo, tanto como matéria prima, como matriz energética, as grandes potências econômicas e militares estão se movimentando para garantir e dominar as produções. É nesse cenário que entra a Operação Lava Jato. 
Os EUA se movimentaram e vieram a intervir e invadir territórios no inicio dos anos 2000 no Oriente Médio, onde existe uma grande reserva de petróleo, agora se volta novamente para a América Latina. 

Região que vem se libertando no último período do imperialismo norte-americano, que em um período de disputa entre modelos ideológicos, econômicos e governamentais diferentes veio a intervir e instalou regimes totalitários na América Latina. No Brasil isso se deu no período de 1964-1985. Agora já tornou a Venezuela, grande produtora de petróleo uma ameaça nacional dos EUA e estão tentando desestabilizar os governos da Argentina e do Brasil. Esse ataque intencional a empresa com relevante importância política e econômica está no plano para a manutenção do imperialismo norte-americano.
A Lava Jato tem sido seletiva com o apoio da mídia hegemônica, mídia essa que foi forjada no período da ditadura civil-militar brasileira e está alinhada ao imperialismo norte-americano, e que promove a sociedade do espetáculo e manipula o comportamento de massas na sociedade brasileira. 

A sociedade deve entender que a corrupção não vem desse ou daquele partido, o problema está no sistema político-eleitoral baseado no financiamento privado de campanha. Para existir corrupção necessita de corruptores, as empresas para conseguirem contratos com o estado ou com a Petrobras, corrompem os dirigentes da empresa e os políticos, em troca de financiamento de campanha e benesses particulares. 

Essa prática foi muito utilizada na época da ditadura civil-militar brasileira e se reproduz até hoje. A operação vem sendo utilizada para desmoralizar a classe política, para desestabilizar o governo e a economia brasileira.
Queremos que o combate a corrupção seja em todos os setores da sociedade e não seletivo, como está sendo na condução da Operação Lava Jato. Há escândalos anteriores a esse que a mídia hegemônica nem tocou no assunto, vide os 450 kg de cocaína em um helicóptero.

O Coletivo O Estopim! defende uma Petrobras 100% estatal e com monopólio sobre a produção e exploração do petróleo brasileiro. 

• No atual modelo em vigor defende a conquista dos 75% dos royalties do petróleo e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para educação, 25% dos royalties para a saúde. 
• Defendemos uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, pelo fim do financiamento privado de campanha, o voto em lista para uma maior representatividade da classe trabalhadora e dos setores historicamente marginalizados nos espaços de poder e como meio de combater a corrupção no sistema político. 
• Defendemos a taxação das grandes fortunas para não prejudicar a classe trabalhadora no período da crise do capitalismo e não aceitamos a retirada de direitos da classe trabalhadora. 
• Defendemos a regulação econômica dos meios de comunicação e a democratização do acesso e da produção de conteúdos para esses meios.

*É Coordenador Geral do Coletivo O Estopim! - Ba

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