Como os americanos pretendem ocupar seu lugar no espaço?

Fonte: Teia Livre


Amanhã, a partir de 12h26min, inicia-se o primeiro dos doze dias que marcam o fim de uma Era. A Era do ônibus espacial. Com a decolagem do Atlantis na base de lançamento de Cabo Canaveral - na Flórida - se encerram 30 anos da aventura desse fascinante veículo, misto de foguete e avião, que desbravou um pequeno fragmento do cosmos, com a instalação da Estação Espacial Internacional. Essa é a 33ª e última jornada do Atlantis, o quarto dos cinco ônibus construídos pela NASA. Dois deles encerraram suas atividades de maneira trágica: o Challenger, que explodiu segundos após o lançamento em 1986 e o Columbia que se espatifou na aterrissagem. No total, 14 astronautas morreram nos dois acidentes.

O Atlantis assim que voltar para a Terra dia 20 de julho, se juntará ao Discovery e Endeavour já aposentados e destinados a exposições em museus aeroespaciais, depois de três décadas de ótimos serviços. Mas, e agora?

Depois da Era Apollo, que levou o homem a lua, como os americanos pretendem ocupar seu lugar no espaço? Ainda há um vácuo, deixado propositadamente pelo presidente Obama, que não pretende quebrar a aura de austeridade do governo, com nova gastança de bilhões de dólares em outra fase da conquista espacial, sem retorno para o cotidiano das pessoas.

A NASA anunciou em maio o esboço de um veículo, que na próxima década, talvez substitua os ônibus espaciais. Trata-se – em português – Veículo Tripulado para Múltiplos Propósitos, capaz de levar quatro astronautas para o espaço, com autonomia de até 21 dias. Quem viver verá. Ou voará.

Mas o Programa Espacial Brasileiro, a quantas anda? O único brasileiro a subir para a Estação Espacial, Coronel Marcos Pontes, pediu afastamento da FAB, assim que retornou a Terra e virou garoto propaganda de uma marca de travesseiros. Não ria. É marca de travesseiros. Nos folhetos publicitários, ele aparece de uniforme, capacete, com os dizeres: “O único recomendado pela NASA”.

Mas, falando sério, o Programa Espacial Brasileiro está sendo reavaliado pela equipe do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. Sim, nós temos uma Agência Espacial Brasileira que gasta muito menos que o Ministério dos Transportes - do falecido ministro Nascimento – mas gasta bastante. O orçamento para 2011 é de 332 milhões de reais. Neste caso, a dinheirama é queimada em grande estilo: sobe como foguete, volta como ônibus, mas sem ninguém na catraca. O resto é como a música Conceição, “se subiu, ninguém sabe, ninguém viu”.