25 de julho de 2011

don’t go to strangers

Fonte: Do blog Klaxonsbco…
Make your mark for your friends to see
But when you need more than company
Don’t go to strangers, darling, come to me
As catástrofes, as perdas, deixam as pessoas confusas. O que temos de mais básico se perde ou se mistura a sentimentos confusos. Falamos demais e buscamos explicações estranhas que não cabem no mais evidente, que não funciona na luz e que muitas vezes se esconde numa escuridão inexplicável e tumultuada.
A tragédia da Noruega, onde um imbecil destruiu noventa e duas vidas em um balneário e a morte da cantora de soul/pop Amy Winehouse não podem ser misturadas. Mas acontecem concomitantes e criam uma triste analogia.
O moralismo preguiçoso e vulgar julga a cantora culpada pela morte prematura, 27 anos, a comparação com Hendrix, Brian Jones, Joplin, Marc Bolan, Kurt Cobain reforça mais um clichê da história. Only good die young.
O talento se esvai, deixa o vazio, o culto a imagem e ao estilo, a música passa ser a trilha sonora póstuma de uma vida acelerada e colocada na jaula da excentricidade, para ser pichada ou cultuada com o mesmo sentido raso.

Era uma vida de menina. Uma estatura das grandes vozes femininas do soul. Uma imagem longe das gostosonas do R&B contemporâneo e pop anglo saxão, vida de excessos, de exposição midiática, fácil de ser julgada a distância. Como tudo a distância. Não fale do “mal” se nunca ao menos chegou perto.
Na Noruega a bestialidade solta tenta resolver com a cabeça de certezas e esquemas as mazelas do seu mundo criado e distorcido. Não, agora não é um muçulmano com o nome cheio de consoantes que se encontram, mas um norueguês que tem o nome com as mesmas consoantes estranhas. Anders Behring Breivik. Fico tudo mais difícil de catalogar.
Como enquadrar dentro da lógica perversa, um branco de olhos azuis e fora do “eixo do mal” como um terrorista? A morte de jovens no paraíso é um desfecho irônico para um mundo construído para ser dual, bem e mal, certo e errado. De que lado?
Mais de noventa jovens alvejados por um doente e uma jovem morta por uma lógica doente. Fim de semana triste. São pobres as metáforas, são tristes as frases para apaziguar, são breves as dores de quem olha de longe, mas o mundo fica de forma incontornável, muito mais vazio.

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