Da coordenação
O clima de indefinição instaurado na Universidade Federal da Bahia acerca da legitimidade ou não da greve dos docentes deflagrada na assembléia do dia (29-05) ganhou um novo e decisivo capítulo esta semana. Após a manobra organizada pela diretoria da APUB de um pretenso plebiscito para deliberar sobre a paralisação das atividades, o clima entre os professores andou muito acirrado. De um lado a direção puxava a corda para a manutenção das atividades com claras intenções de desmobilizar a categoria, do outro a oposição da entidade organizava atividades de base para convencer o conjunto dos professores sobre a pauta grevista.
Pois bem, em assembléia realizada na ultima terça-feira (26)
a categoria docente votou por unanimidade a continuidade da greve rechaçando
qualquer tentativa de desmobilização por parte dos setores contrários a
paralisação. É certo que algumas unidades continuam com aulas normais
desrespeitando as deliberações, mas a vitória dos grevistas aponta uma importante
perspectiva para as mobilizações. O comando de greve docente já discute a
possibilidade de organizar intervenções nas unidades que ainda não aderiram ao
movimento sustentando a tese de que é necessário incorporá-los a discussão.
Uma interessante curiosidade pôde ser verificada na semana
que antecedeu a assembléia dos professores ocorrida no dia 29 quando duas
assembléias foram convocadas para o mesmo dia, local e horário, uma pela
direção da APUB e outra pela oposição da entidade. Isso demonstra a crise de
legitimidade da direção da entidade docente que, neste processo, é possível perceber
uma enorme fragilidade e falta de tato político para lhe dar com a situação. A
atuação incisiva contra o movimento grevista por parte da direção da APUB
reflete um posicionamento absolutamente adesista ao governo federal, pouco
inteligente além de um método antiquado.
Com a adesão definitiva dos professores ao movimento
grevista, que se somam as mais de 50 Universidades Federais em greve, agora as
três categorias da UFBa cruzaram os braços devendo apontar uma pauta para a
solução das suas demandas. A necessidade de construir um comando unificado de
greve entre segmentos deve servir para fortalecer a luta por uma concepção
educacional emancipadora. O movimento estudantil deve dar um passo em direção
aos demais segmentos, sendo solidário a sua luta e as suas reivindicações, sem
dissolver as suas demandas entre os mesmos.
É greve geral, em toda Federal!
Nenhum comentário:
Postar um comentário