17 de fevereiro de 2010

A Grécia e as crises cíclicas do capital.

Da coordenação.

A crise no sistema financeiro da Grécia revela a grande fragilidade do sistema financeiro do capitalismo monetário. Esse tipo de lapso se tornou comum para os sistemas que freqüentemente são acometidos em um determinado setor da economia globalizada. E é justamente essa globalização que leva o conjunto dos mercados ao pânico, tendo em vista que uma crise local lá longe pode ter graves conseqüências no equilíbrio do sistema capitalista como um todo.

Mas a crise deflagrada na Grécia pode revelar muito mais ao mundo, como hoje o conhecemos, do que se pode imaginar. A questão é que o capitalismo em agonia constrói “sofisticados” instrumentos de maquiagens nas contas internas de cada país, além de mecanismos que ensinam, pedagogicamente, como burlar o tipo de investimento destinado pelas grandes financiadoras. Foi exatamente o que aconteceu na crise do "subprime" (hipotecas de alto risco) verificado nos Estados Unidos. Esse mecanismo consiste em governos europeus ocultar os empréstimos adicionais equalizando um produto financeiro que permitiria ao país redistribuir parte de uma determinada dívida, no caso da Grécia a dívida do sistema de Saúde, de forma a só ter de enfrentar os credores muito mais tarde. (Na Grécia isso levou uma década)

Uma década depois, caros leitores, e o estrago esta feito gerando um grande efeito dominó nas economias interligadas pelos respectivos tratados de livre comércio. Cada vez mais empurrado ao abismo, os sistemas financeiros se encontram diante de um dilema fundamental que cedo ou tarde perecerá, seja pela substituição consciente do modo produção (a revolução proletária), seja pela mais absoluta destruição dos recursos naturais, das nações e dos povos (a barbárie).

Na prática as medidas para a superação da crise na Grécia são as mais tradicionais possíveis. Um amplo corte nos gastos públicos como: saúde, educação infra-estrutura etc, já foi previamente sugerido pela comunidade européia, o que irá aprofundar o desemprego e a miséria das camadas mais oprimidas da população grega. Por sua vez o governo grego já disse que é preciso ter paciência, pois, não se pode cobrar que a Grécia resolva problemas acumulados em muitos anos com medidas a serem implementadas em meses.

Isso só nos leva a confirmar o prognóstico feito por León Trotsky há quase 70 anos atrás sobre as condições de “maturidade” para a revolução no mundo... elas já começam a apodrecer de tão maduras. É necessário o fator subjetivo que impulsione e potencialize as contradições do capital para então derrubá-lo. Essa é a única forma de “melhorá-lo”, ou seja, substituí-lo por outra forma de relações produtivas.

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