Da coordenação
Há exatos 102 anos era fundado a maior máquina de guerra que a humanidade já produziu, o exército do povo ou Exército Vermelho. Fundado durante os primeiros meses da guerra civil, pelo dirigente Bolchevique León Trotsky, o Exército vermelho combateu pela defesa do poder soviético recém constituído no leste europeu após a derrubada do governo provisório na Rússia.
A história do Exército Vermelho se confunde com a própria dicotomia, ou composto binário, segundo a definição de E.B.Hobsbawm, entre socialismo e capitalismo vivenciado no período da guerra fria. O EV, foi constituído inicialmente por camponeses pobres e operários comunistas, além dos diversos soldados e oficiais que aderiram a revolução, após a clamorosa derrota russa na primeira grande guerra.
Durante diversos episódios da revolução, foi justamente o protagonismo abnegado desses soldados que fez o poder dos soviets triunfar. O desinteresse por coisas mesquinhas, a vontade de um país melhor, a luta contra uma guerra que jamais lhe disse algum respeito (a primeira guerra), a vontade de fazer triunfar a vontade do povo são os elementos fundamentais e morais que fizeram deste exército a maior máquina de guerra que a humanidade já testemunhou.
A direção de Leon Trotsky, mesmo que com pouca experiência em ações militares, foi determinante para o sucesso deste exército. Combinando a sua astúcia política com uma oratória invejável, capaz de incendiar o mais gélido coração em pleno inverno russo, Trotsky liderou vitória após vitória dos vermelhos até o fim da ocupação militar de 14 potências estrangeiras em território soviético.
Anos após o fim da guerra civil russa, já na oposição de esquerda, Trotsky combateu para que o EV estivesse na trincheira da revolução internacional. Na sua famosa obra “Revolução e contra-revolução” ele afirma: “A Alemanha não é somente a Alemanha. É o coração da Europa. Hitler não é apenas Hitler é o candidato ao papel de super Wangel*. Mas o Exército Vermelho não é somente o Exército Vermelho. É o instrumento de libertação do proletariado mundial.” (Revolução e contra-revolução, 26 de Novembro de 1931). A não intervenção soviética culminou com a ascensão dos nazistas na Alemanha no início da década de 30, e com a destruição da vanguarda revolucionária alemã, além empurrar o mundo a beira de um colapso, que foi a segunda grande guerra.
A história não pode ser apagada, e justamente o protaganismo do proletariado mundial nos séculos subseqüentes juntamente a formulação da teoria do socialismo científico por Marx e Engels, deve ser lembrado e ensinado para as futuras gerações como sendo uma grande lição sobre a tarefa história da classe revolucionária.
Viva o exército do povo, viva o EV!
*( Militar Contra revolucionário russo no período da guerra civil)
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