Por Diego Rabelo*
O hábito autoproclamatório das correntes de esquerda sempre foi algo comum no seio do movimento. A idéia de diferente e especialidade da o norte nas palavras de ordem destas que precisam se afirmar em meio a uma torrencial de outras correntes que aparentemente são parecidas. Isso tudo é compreensível do ponto de vista de um organismo que precisa de identidade. Porém, essa tentativa de se mostrar particular incorre fatalmente em verborragias, quase sempre sectárias ao extremo, demonstrando uma incapacidade factual.
A militância do PSTU conhece bem essa lógica, afinal de contas é uma necessidade mais do que vital para a sua política constituída de dogmas idealistas capaz de criar mundos e cenários que neles só vivem a própria militância. Nesse caso um solipsismo coletivo, se é que isso é possível!
A postura política dos companheiros ganha contornos de dramaticidade ao longo dos anos. Saem do PT (Saíram, não foram expulsos como gostam de dizer). Vivem a margem das burocracias sindicais. Saem da CUT. Criam a própria burocracia sindical que nada mais é do que uma extensão do próprio partido. Qualificam Chaves enquanto governo capitalista e o governo Lula enquanto capacho do imperialismo. E por a vai. O resultado é bem conhecido, uma corrente isolada no movimento de massas capaz de formular novas táticas quase que diariamente, confundindo a luta real da classe trabalhadora e, no final das contas, não se enxerga no próprio espelho. “A galinha dos ovos de pato” diria Trotsky.
Vale lembrar do longo período em que o PSTU chamou a construção de um novo partido, pois, nem mesmo ele servia como instrumento para a classe trabalhadora? Quanta energia gasta. O novo partido veio, mas sem eles como vimos. Não há coerência, aliás, há muito tempo isso não existe.
O centrista não se enxerga no próprio espelho e sempre será refém do seu sectarismo destrutivo e nocivo, não só para si próprio como para a compreensão da classe trabalhadora. Nesse momento, o PSTU joga um papel secundário para o que há de mais conservador na política nacional.
Combater o divisionismo com a mesma energia que se combate a burocracia. Essa é tarefa dos militantes revolucionários!
* Rabelo é estudante da UFBa e militante do coletivo O Estopim!
* Rabelo é estudante da UFBa e militante do coletivo O Estopim!
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