8 de fevereiro de 2011

Sobre os confrontos no Egito.


Da coordenação.

A situação no Egito revela a instabilidade política que atravessa o mundo árabe nas últimas décadas. É visível que essa instabilidade se revelou após a profunda crise econômica que se abateu na principal potência imperialista. As novas dificuldades do imperialismo norte americano, combinada com uma exaustão dos regime totalitários, leva as massas as ruas no mundo árabe e isso se alastra para outros países.

A ordem capitalista se esforça para manter-se enquanto que as massas saem às ruas sedentas de liberdade e uma nova perspectiva que garanta as suas necessidades vitais. Isso coloca em pauta a posição do Estado Sionista de Israel, principal aliado dos EUA na região, que não descarta se preparar para uma espécie de “normalização”* contra o levante dos povos egípcios, tunisianos e do Iêmen.

O presidente americano Barack Obama se apressou em pedir uma transição que garanta a renovação da direção do país. Obviamente que a sua preocupação é manter o status quo no Egito através de governos marionetes que se ajoelhem diante do Tio Sam. Não é o que as massas desejam e demonstraram durante todos esses dias nas ruas. A sua disposição é de continuar as manifestações, evitando qualquer provocação e exigindo a saída imediata do presidente egípcio Mubarack.

Os próximos dias serão cruciais para os egípcios e o mundo árabe. Sua demonstração de força e disposição de luta podem se tornar exemplos para os povos explorados da região. A luta desses povos coloca em cheque a política de ingerência dos EUA e Israel na região, demonstrando sua vulnerabilidade e desgaste.

O coletivo Estopim! Se posiciona ao lado dos povos árabes, pelo seu direito a auto determinação e a uma condição que garanta a democracia nesses países. Nos posicionamos contra qualquer interferência imperialista e alertamos que somente através a dissolução do Estado de Israel pode garantir uma paz plena.

Viva a primavera dos povos árabes!

*Normalização foi termo utilizado pelo governo do Kremlin quando da invasão do exército vermelho em Praga. (Ver em ''A Primavera dos povos começa em Praga")

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