6 de agosto de 2011

Celso Amorim substitui Jobim


Redação Carta Capital

4 de agosto de 2011 às 20:25h

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, entregou na noite desta quinta-feira 4 a sua carta de demissão à presidenta Dilma Rousseff. A informação foi repassada à imprensa pela ministra-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Helena Chagas.
O governo federal já tem o nome do substituto do ministro: será o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim. De acordo com o blog do Planalto, ele já aceitou o convite.

A troca no comando do ministério foi definida após a divulgação de uma entrevista concedida à revista Piauí na qual Jobim desferiu críticas gratuitas a colegas de governo. Na ocasião, ele classificou a ministra das Relações Institucionais Ideli Salvatti como “fraquinha” e declarou que Gleisi Hoffman (Casa Civil) “nem sequer conhece Brasília”.
Diante da nova demonstração de apreço ao governo, dias após declarar que votou em José Serra (PSDB) nas últimas eleições, a presidenta Dilma Rousseff mandou, no início da tarde, um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) buscar o ministro Nelson Jobim em Tabatinga (AM), onde ele cumpria agenda. O avião o levou para Brasília, onde já não havia clima para ele. Sua conversa com a presidenta durou três minutos.
Não adiantou ao ministro declarar, em sua visita à Amazônia, que a afirmação estava fora de contexto. “O que nós comentávamos era o projeto de lei sobre informações sigilosas. Em momento nenhum fiz referências dessa natureza”, disse, pouco antes de embarcar no avião.
As declarações à revista Piauí foi a última de um verdadeiro festival de bobagens ditas pelo agora ex-ministro desde o começo do governo Dilma Rousseff.
A primeira aconteceu durante uma homenagem pública aos 80 anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando Jobim citou Nelson Rodrigues para criticar o governo do qual fazia parte. “Ele (Rodrigues) dizia que, no seu tempo, os idiotas chegavam devagar e ficavam quietos. O que se percebe hoje, Fernando, é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento”.
A segunda bateria do fogo amigo aconteceu em entrevista a um programa do portal UOL, no qual declarou ter votado em Serra nas eleições para a presidência em 2010, e não na atual chefe, Dilma Rousseff.
Nesta quinta estourou a polêmica da entrevista para a revista Piauí, que culmina em sua demissão.

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