A greve de 2012 faz cair por terra à concepção pós-moderna de ideias e ações reinantes no seio da Universidade Federal da Bahia. A luta de classes se aprofunda e essa instituição experimenta o mais legitimo e eficaz mecanismo de combate da classe trabalhadora revelando importantes aspectos. Se por um lado, professores e técnicos administrativos declararam guerra á exploração de sua força de trabalho – assim reafirmando o valor da mesma, por outro, o corpo discente, ao travar luta pela assistência estudantil, evidencia a essência elitista da universidade: a UFBA serve, ainda, á burguesia.
Nesse sentido, o movimento paredista não se limita apenas á conquistas concretas. Na construção da batalha por pautas que escancaram a magnitude da exploração existente. A classe trabalhadora, de forma dialética, percebe-se como tal, e assim posiciona-se na trincheira da luta de classes. O salto qualitativo proporcionado por esse processo de mobilizações coloca o movimento docente em outro patamar, superando o anestesiamento vivido nos últimos anos. Com isso, a greve apresenta-se como fomentadora, também, dos centros organizativos do proletariado. Só há greve porque há luta de classes.
A greve de 2012, árdua batalha construída pelo movimento estudantil, trouxe-nos conquistas objetivas e organizativas. A ausência de uma sólida e eficaz política de assistência estudantil e de diálogo construtivo com a Administração Central exalta o caráter essencialmente conservador da nossa instituição. A greve conseguiu, sobretudo, durante a ocupação da FAPEX, não apenas pressionar a reitoria ao debate encaminhativo das pautas, mas também deu celeridade á concretização das mesmas, tais como o edital do BUSUFBA, os pontos de distribuição do Canela, São Lazaro e Politécnica, reativação dos grupos de trabalho, continuando um ciclo de mobilizações iniciadas desde o ano passado.
Do ponto de vista organizativo, a UFBA vivenciara uma ebulição de ideias e ações que não apenas aproximaram o Diretório Central dos Estudantes de suas bases, mas criaram condições políticas que leva a vislumbrar uma mudança radical da concepção de educação e Universidade. Além disso, a unidade com os outros segmentos em greve é o maior produto para os próximos desafios. Diminuímos a distância existente entre os segmentos e isso deve impulsionar a construção de um projeto de poder para derrotar a atual concepção que rege a UFBa.
Desta forma, construir um fórum permanente que permita a continuidade de diálogo entre os três segmentos é fundamental para aperfeiçoar a nossa unidade. E o próximo desafio deve se dar na luta concreta como o combate à EBSERH. Devemos estabelecer uma agenda não apenas reativa, contra as tentativas de privatizar e sucatear a nossa Universidade, mas também propositiva capaz de responder os desafios atuais para a educação, bem como envolver novos atores neste projeto.
A reorganização da esquerda universitária deixa-nos o convite á luta, para que assim possamos incendiar corações e mentes com batalhas cada vez mais envolventes, derrotando o adesismo automático praticado pelos setores que a luta se encarregará de varrer para a lata do lixo da história da humanidade.
Coletivo O Estopim!
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