
Dada atual conjuntura social, demarcada por crescente visibilidade da população LGBT, crescente acesso a políticas públicas, mas também com crescente estatística de assassinatos, agressões, violências simbólicas, exclusão social, preconceitos e ações discriminatórias nas ruas, nas escolas e até mesmo no Congresso Nacional, compreendemos que é necessário o desenvolvimento de ações que contribuam para a construção de uma sociedade justa e equânime e que garantam os direitos humanos.
Nesse sentido, defendemos o ambiente universitário como um espaço fundamental de quebra de estereótipos, de reconstrução de paradigmas e de ressignificações de conceitos e práticas, no intento de contribuir com a construção de uma universidade, e conseqüente uma sociedade, onde a livre expressão da afetividade humana, bem como a sua diversidade, se constitua enquanto um valor preservado e cultivado entre todas as pessoas.
Tratar das questões pertinentes à sexualidade humana e consequentemente destas no âmbito acadêmico é sem sombra de dúvidas um grande desafio a ser vencido numa sociedade em que inúmeros desrespeitos à condição humana são deflagrados diariamente através de ações que se confrontam com os direitos fundamentais do ser humano.
O enfrentamento a esses desafios se fazem pela real necessidade de superarmos atitudes meramente condenatórias no que tange a sexualidade e diversidade sexual humana, pela necessidade de resgatar o espaço acadêmico enquanto ambiente que possa viabilizar práticas pedagógicas que celebrem a diversidade cultural, ao invés de abafá-la, bem como pela necessidade de revisão e ampliação de conceitos, condutas e políticas em relação a sexualidade e diversidade de orientação sexual no meio educacional, questões que nas nossas universidades quando construídas são de maneira extremamente tímidas.
Dentre os elementos impulsionadores de nossa ação apontamos o apoio ao Encontro Nacional Universitário sobre Diversidade Sexual – Enuds – que é fruto da militância de estudantes dentro do movimento estudantil com a intenção de discutir a luta contra a violência homofóbica dentro das universidades brasileiras.
O Encontro surgiu a partir da mobilização de estudantes para o “Ato CONUNE”, realizado em junho de 2003, durante o 49º Congresso da UNE, em Goiânia, com o objetivo de denunciar a homofobia existente dentro do movimento estudantil. Atualmente, o evento se encontra em sua nona edição a ser realizada na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador, entre os dias 1 e 5 de fevereiro de 2012, com o tema Raça e Religiosidade: Abrangendo as Fronteiras da Diversidade Sexual.
Para saber mais sobre o 9º ENUDS: http://nonoenuds.blogspot.com/
(Texto de Taisa Fereira, colaboração de O Estopim)
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