Na vanguarda da luta pela redemocratização do Brasil e em parceria com outros segmentos dos movimentos sociais, o Movimento Estudantil manteve-se firme até o fim; e protagonizou inúmeras ações de cunho social, político e militar a fim de construir e consolidar um Estado Democrático de Direito.
Com efeito, a redemocratização político-social instituída no Estado brasileiro no período pós ditatorial simboliza a pedra fundamental de uma nova ordem política, social, econômica e jurídica, pois inaugura também um novo ordenamento constitucional, fundamentado em princípios, a saber: a cidadania, a soberania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e o pluralismo político.
Destarte, é importe recordar que essa “democracia” tão festejada hoje foi conquista à custa de sangue, terror e violência, isto é, a “conta” da liberdade era alta e foi paga entre outras coisas com as vidas de milhares de jovens, e que até hoje muitos desses heróis anônimos não tiveram ao menos direito a um funeral digno, pois compõe a triste e terrível lista dos mortos e desaparecidos políticos.
O cálculo exato das pessoas atingidas pela repressão da ditadura esta longe de serem concluído. Alguns pesquisadores acreditam em números que passa da casa dos milhares, contudo dados “oficiais” do governo revela que: “Calcula-se que pelo menos 50 mil pessoas foram presas somente nos primeiros meses de1964; cerca de 20 mil brasileiros foram submetidos a torturas e cerca de quatrocentos cidadãos foram mortos ou estão desaparecidos. Ocorreram milhares de prisões política não registrada, 130 banimentos, 4.862 cassações de mandatos políticos, uma cifra incalculável de exilados e refugiados políticos. (PNDH3 p.213)”.
Nesse sentido, é importante mencionar que a atual juventude brasileira é herdeira desse legado democrático, tão duramente, conquistado com a ajuda da militância de tantos outros jovens estudantes organizados que abriram mão de suas vidas para a consolidação do chamado Estado Democrático de Direito.
O Movimento Estudantil dos dias de hoje tem diante de seu horizonte de expectativa a possibilidade de impulsionar ainda mais a consolidação dos valores sociais conquistado com a constituição de 1988. Assim, é dever dos atuais atores do Movimento Estudantil zelar pela democracia e incitar na sociedade civil e no âmbito acadêmico o debate referente à memória dos estudantes de outrora que tanto contribuíram para a conquista da liberdade na história recente do Brasil.
Coletivo O Estopim!
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