*Rafael Damasceno
Mais um absurdo cometido pela atual gestão da Prefeitura Municipal de Salvador. Diante do ferrolho orçamentário que vem passando, a Secretaria Municipal de Saúde toma esta incoerente decisão. Questiono-me até sobre a legitimidade jurídica desta ação, porém nem vou a tanto. Como deixar uma população que já vem sendo bastante desassistida no quesito saúde sem o serviço por sete dias nos hospitais conveniados pela Prefeitura? A doença dos pacientes pode esperar? Será que atualmente os já poucos Postos de Saúde vão dar conta da enorme demanda? É lógico que não. Esta postura reflete o caos em que vive a gestão municipal da cidade de Salvador, que para cortar gastos não vai medir esforços, até mesmo se tiver que prejudicar seus (muito pacientes por sinal, pois a conjuntura deveria já ser de revoltas populares com inúmeros protestos) cidadãos soteropolitanos.
Não queremos com isso afirmar que o sistema complementar privado no setor saúde deva ser fortalecido, pelo contrário, continuaremos lutando por um sistema realmente único de saúde, forte, universal e de qualidade, porém não podemos negar o importante papel que a iniciativa privada hoje cumpre na assistência a saúde da população, afinal mais de 50% dos gastos em saúde vão para o setor privado com o pagamento dos convênios etc. Portanto, esta ação da prefeitura é bastante equivocada. Trará sérios prejuízos para o já precário sistema de saúde municipal. O pior disso tudo é que a população soteropolitana ainda sofrerá mais quase dois anos com esta gestão desastrosa que a cada dia que passa vem tornando nossa linda capital baiana numa cidade em que as pessoas já não tem tanto prazer em viver, por não conseguir enxergar uma cidade que está crescendo e sim se deteriorando de forma consciente, paulatina e irresponsável.
Segue reportagem.
Rafael Damasceno é diretor de saúde do DCE-Ufba e militante de O Estopim!
Corte da Prefeitura orienta clínicas particulares a suspenderem atendimento pelo SUS sete dias por mês
Essa foi a forma que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) teria encontrado para compensar o corte no repasse de verbas
28.04.2011
Atualizado em 28.04.2011 - 10:31
O presidente da Associação de Hospitais da Bahia, Marcelo Britto, esclareceu na manhã desta quinta-feira (28), em entrevista ao Correio24horas, que a proposta de redução em 25% no atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) à população de Salvador, mensalmente, partiu da Prefeitura. De acordo com Britto, essa foi a forma que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) teria encontrado para compensar o corte no repasse de verbas, que já seria realizado no início de maio, relativo aos serviços prestados no mês de abril.
"Recebemos um comunicado da Secretaria Municipal de Saúde de que, devido a um rombo no orçamento para o setor, já a partir do mês de abril haverá um corte de 25% dos serviços prestados por hospitais e clínicas particulares que atendem pelo SUS em Salvador. A própria Secretaria orientou a Associação a diminuir o atendimento aos usuários. Como o mês de abril já está no final, a interrupção dos atendimentos só deverá acontecer entre os dias 16 e 23 de maio, caso a decisão seja mantida", informou Britto.
O presidente da Associação de Hospitais ainda informou que a prefeitura deixou o grupo livre para escolher como a diminuição do atendimento aconteceria, e que, durante reunião na noite desta quarta-feira, o modelo de parada semanal foi aprovado. Ainda de acordo com Britto, o secretário não compareceu à reunião e informou incompatibilidade de agenda.
Em entrevista concedida à TV Bahia, o secretário Municipal de Saúde, Gilberto José, esclareceu que "a Secretaria recebe R$ 24 milhões do Governo Federal e gasta R$ 30 milhões. Então, fechamos o mês com R$ 6,1 milhões de dívida. Precisamos recompor este teto. Enquanto não conseguimos isto junto ao Governo Federal, teremos que procurar alternativas para evitar este sangramento nos recursos públicos”, afirmou. Na mesma entrevista, o secretário informou que o atendimento à população não seria prejudicado.
Salvador possui 433 clínicas particulares conveniadas à SMS e que atendem, em média, 1,9 milhões de pessoas ao mês. Caso a paralização mensal seja confirmada, durante o período, os usuários do SUS deverão dirijir-se apenas aos postos municipais de saúde. A Associação de Hospitais da Bahia teme que as unidades não tenham capacidade para atender toda a população, o que provocaria uma desassistência no setor. O Correio24horas tentou contato com o celular do secretário Gilberto José, mas sem sucesso.
Fonte - Correio24horas
Indignada...
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