*Rafael Damasceno
Hoje, dia 12 de maio, comemora-se mundialmente o dia da Enfermagem, em referência ao nascimento de Florence Nightingale, que é considerada um marco da enfermagem moderna mundial.
No Brasil a enfermagem não tem mais de 80 anos de existência real e/ou legal. Atualmente ela cumpre um importantíssimo papel para a organização e estruturação do Sistema Único de Saúde. Podemos afirmar que a enfermagem é a base estrutural da saúde brasileira. É extremamente importante para o funcionamento pleno do sistema, entretanto, na maioria da vezes não tem sua devida valorização social econômica pelo essencial trabalho que desenvolve.
Muitos pacientes permanecem no hospital por dias e não conseguem definir quem é realmente a enfermeira, e ainda assim confunde muitas vezes esta, com as técnicas de enfermagem, não entendendo qual o papel/função de cada categoria. Para além disso, esta profissão na atualidade brasileira está sob uma fortíssima conjuntura de precarização do trabalho. É raro uma enfermeira que não tenha dupla jornada de trabalho. Existem os casos de tripla ou quadrupla jornada. Sem contar a última e talvez mais injusta jornada de trabalho das mulheres enfermeiras que é tomar conta dos filhos, realizar os trabalhos domésticos, mesmo quando chega as 07 de manhã de um plantão noturno extenuante. E todo este esforço não é para ficar rico. Ora, é para ao menos ter um mínima dignidade de vida, afinal salário pago pelos serviços da enfermagem brasileiras são realmente uma piada, e nos últimos anos estamos vivendo situação de calamidade, com concursos públicos de 40 horas semanais para PSF a R$1.000,00 para enfermeiros.
Neste sentido esta data na verdade deve ser um momento para todos os profissionais de enfermagem refletirem sobre a atual situação da profissão, para que possamos juntos começar um amplo movimento de reorganização política da categoria e assim lutarmos pela valorização, política, social e econômica desta tão importante profissão que é a Enfermagem.
*Rafael Damasceno é graduando de Enfermagem , 9º Sem., diretor de saúde do DCE-UFBA e militante de “O Estopim!”.
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